Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
A PETROBRAS E AS DÚVIDAS SOBRE A VOLTA A SERGIPE
25/11/2023
A PETROBRAS E AS DÚVIDAS SOBRE A VOLTA A SERGIPE

NESTE BLOG

- AS DUVIDAS SOBRE A PETROBRÁS EM SERGIPE

- A CARNIFICINA EM GAZA E QUEM É  TERRORISTA

- A “ ADUTORA DO LEITE “ E AS SUSPEITAS

- ALBANO FRANCO, O HARMONIZADOR

- EM CANINDÉ, CHEGAM OS NOVOS “ CORONEIS”

- LIVROS, LIVROS, LIVROS

 

 

A PETROBRAS E AS DÚVIDAS SOBRE A VOLTA A SERGIPE

O deputado estadual Luciano Pimentel, traduziu o sentimento dos sergipanos que é de ansiedade pelo retorno a sergipe da Petrobrás.

 

A PETROBRAS  abandonou Sergipe, sem ao menos fazer um gesto de  carinho ou reconhecimento à terra onde se fez a primeira descoberta de petróleo e gás no mar, e foi também em Sergipe onde surgiu o segundo poço produtor de petróleo, depois do sucesso baiano. Todos esses fatos aconteceram no espaço de oito anos na década dos sessenta. Primeiro, o campo de Carmópolis em 1963, depois ,no mar fronteiro a Aracaju em 1968. Na praia de Atalaia  havia a atração  da chama resultante da queima de gás, no topo de uma plataforma, a uns seis quilômetros da praia. E a chama era tão intensa  durante a noite que formava sobre o mar um círculo enorme de claridade.

Por algum tempo Sergipe foi o único produtor de óleo e gás no mar. E o estado era  tratado com muita deferência pela estatal petroleira. Os superintendentes da PETROBRAS que por aqui passavam, eram, por sua vez, tratados a pão- de - ló pelos  sucessivos governadores.

Eles ocupavam sempre os primeiros lugares nos dispositivos formados para solenidades, que aliás eram muito frequentes, porque em Sergipe havia quase um vai e vem de ministros e autoridades dos escalões mais altos da Republica.

Vivíamos tempos de verdadeira euforia. O dólar circulava em Aracaju com intensidade, porque havia empresas estrangeiras, e os seus técnicos regiamente remunerados com a moeda americana.  Garçons ensaiavam falar inglês, e  aquelas moças “ perdidas na noite”, já dolarizavam os seus oferecidos  prazeres.

 De repente o sonho acabou, a PETROBRAS sem sequer publicar uma nota justificativa ou a traduzir um gesto de despedida, bateu em retirada, dando a impressão generalizada de que parecia livrar-se do sacrifício de estar em Sergipe, onde os poços de terra já de tão maduros, pareciam extintos, após quase cinquenta  anos em operação. No mar, também desabava o numero de barris produzidos e o volume do gás. E foi então que uma empresa espanhola aqui denominada Carmo- Energy, adquiriu as áreas de terra e parte da off-shore em águas rasas, entre Pirambú, Barra dos Coqueiros, Aracaju e Itaporanga.  No próximo ano, após o sucesso em terra  a Carmo – Energy, quer repeti-lo no mar, o que é, também, uma boa notícia para os municípios lindeiros que terão suas receitas acrescidas.

 A empresa espanhola cumpriu o prometido, recuperou poços desativados em terra, e já ultrapassa os trinta mil barris diários, e vai avançando.

No mar, em breve,  ao que se informa, a Carmo começará a recuperação das plataformas paralisadas. Assim, seria retomado uma parte daquele clima de euforia iniciado no fim da década dos anos oitenta, quando Aracaju cresceu, expandiu-se a indústria da construção civil, enquanto por aqui ampliava-se o ritmo da chegada de técnicos, de gente envolvida com o negócio do petróleo e gás. Acontecia  uma espécie de atração pela moeda estrangeira, circulando de mão em mão, e isso afetou   o comportamento daquelas moças “ perdidas na noite ,“ que  passaram a dolarizar o custo dos prazeres  oferecidos.

 A retirada da PETROBRAS se fez com a  justificativa de que a empresa iria concentrar-se na pesquisa de áreas marítimas profundas. Era uma decisão estratégica. E em Sergipe já estava confirmada a existência de campos , considerados gigantescos.

Mas o tempo foi passando e a anunciada era do gás, até com certo estardalhaço politiqueiro, do qual recusou-se a participar o governador Belivaldo, sempre comedido e cauteloso para não gerar esperanças  improváveis.

Agora, na Assembleia Legislativa o deputado Luciano Pimentel denuncia uma possível protelação ,apontando para um horizonte distante, lá para dois mil e trinta. Luciano é um deputado responsável, e sempre cuidadoso com o que diz, daí, ter uma rara imagem de credibilidade.  

 Na PETROBRAS existe agora uma enorme atração pelas jazidas equatoriais, aquelas, no mar em frente ao imenso estuário do Amazonas. Esse cenário teria alterado prioridades, e deixado a bacia Sergipe-Alagoas em segundo plano. No plano de aceleração do desenvolvimento, Lula já anunciou mais de 150 bilhões de reais para as atividades em águas profundas, aqui  em Sergipe, e na vizinha Alagoas. Isso despertou esperanças, e é  preciso que a expectativa já ultrapassando os cinco anos, seja transformada em confiança, até mesmo para que os governos de Sergipe e Alagoas, elaborem estratégias , e, a partir da confirmação do prometido, inserirem seus estados na meta da reindustrialização, na qual está empenhado o vice-presidente Alckmin, que recebeu a incumbência de deter o processo preocupante   de queda do setor industrial na formação do PIB brasileiro .

Sobre um tema que é importante, fundamental mesmo para superar o desalento, e gerar uma visão otimista sobre o futuro, não pode subsistir a dúvida ou descrença.

A indagação pertinente feita pelo deputado Luciano Pimentel, está na verdade na cabeça de todos os sergipanos e alagoanos, que se preocupam com o desenvolvimento, e todos esperam que surja uma resposta. O tema interessa diretamente ao empresariado nacional, aos nossos trabalhadores, é algo que mexe com as nossas vidas.

Um experimentado técnico, com largo tempo de atividade na PETROBRAS, numa função que lhe permitiu correr o mundo, Aguinaldo Vilela, fala sobre a experiencia que viveu nas primeiras sondagens feitas  ao longo do estuário do Amazonas, e não acredita que a decisão dos órgãos ambientais  vetando  ali a exploração do petróleo venha a ser mantida. Lembra Aguinaldo que o maior trabalho  que tinham os pilotos  das embarcações era mantê-las fixadas em algum ponto, enquanto a corrente do gigantesco rio avançava,  afastando as aguas do Atlântico por centenas de quilômetros, e empurrando as embarcações na direção leste. Assim, não se justificaria o receio de que, havendo algum incidente podendo causar derramamento, o óleo viesse bater nas praias do Pará, do Amapá. Assim, fica evidente  que, no caso de algo ambientalmente desastroso,  viriam a sofrer as consequências, a Africa,  Europa, as ilhas enormes da Groenlândia e Islândia, para aonde a corrente amazônica se juntaria à Corrente do Golfo. Mas, esse é uma possibilidade, embora remota, que afeta toda a atividade petrolífera no mar. E é posta em plano prioritário para que existam as  necessárias medidas preventivas. Afinal, o planeta é um só.

Aguinaldo não avança em considerações porque isso faz parte do comportamento cauteloso dos funcionários,  e ele é um daqueles entusiasmados  defensores da empresa, sempre aguardando as notícias oficiais vindas da direção. Todavia,  permanentemente otimista,  Aguinaldo   entende que as dúvidas serão em breve desfeitas.

Mas há uma outra  circunstancia técnica a ser posta em evidencia: no estuário amazônico até uma considerável distancia a profundidade não ultrapassaria os 200 metros; aqui, no nosso mar nordestino , e especificamente no mar sergipano-alagoano essa profundidades após uns 80 quilômetros das praias, e onde estão as grandes jazidas, chega a três mil metros. Mas, nas bacias do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, essa profundidade é a mesma, ou maior,  e justamente por ali a PETROBRAS tendo desenvolvido uma tecnologia própria, consegue, a custo econômico, fazer jorrar mais de 80 % do óleo e gás que produz, tornando o Brasil autosuficiente,  e exportador de combustíveis fósseis.  Surgiria uma outra questão: com o avanço que será irreversível das energias renováveis,  petróleo e gás não seriam comodities  descartadas nos próximos anos ?

No caso dos combustíveis, isso terá de acontecer, mas, enquanto a matéria prima que sai das profundezas da terra existir, estará alimentando a indústria petroquímica, adaptada para não emitir carbono, e isso atravessará todo o século 21.

Mas ai já é outra história......

 

LEIA MAIS

 

NA CARNIFICINA EM GAZA ONDE ESTÃO MESMO OS TERRORISTAS

Na faixa de Gaza a chacina demonstra que há terror de ambos os lados.

 

Seria impróprio classificar Israel como um Estado Terrorista. Já o Hamas, sem nenhuma dúvida ,  por motivos que saltam aos olhos , e sem sombra de injustiça, pode  ser classificado como um grupo adepto e praticante do terror.

Todavia, ao governo  do extremista agora decadente e fracassado  Netanyahu, caberia, sem exagero,  a identificação com os métodos bárbaros do terrorismo.

Quem bombardeia um hospital onde estavam centenas de feridos, de gente à beira da morte, inclusive crianças.

Quem   transgride todas as chamadas leis da guerra, tão recorrentemente alegadas e tão despudoradamente esquecidas, aproxima-se do conceito selvagem do terrorismo, que torna semelhantes tanto um Osama Bin Laden quanto um  George W. Bush. O primeiro, cometeu a insana estupidez de explodir e por abaixo as Torres Gêmeas, um morticínio festejado por radicais islâmicos através dos continentes. O segundo, a pretexto de destruir armas bacteriológicas,  num suposto arsenal secreto de Saddam Hussein, despejou uma chuva de bombas e misseis sobre Bagdá , cidade enorme, superpovoada, matando indiscriminadamente milhares de pessoas. Alcançou um “ saldo positivo” em relação aos mortos no inferno em que se transformaram os dois gigantescos edifícios. O mundo dito civilizado, cristão e não muçulmano, assistiu e até aplaudiu, a hecatombe, “ uma resposta  bárbara, a uma bárbara agressão. Constatou-se depois, até nas palavras do general Colin  Powel , que houve um engano. Não havia armas de destruição em massa, o pretexto para a invasão do Iraque. Mas o vice -presidente Dick Chenney um extremista , obteve lucros fabulosos   com a sua petroleira, e empresas de serviços que terceirizaram até mercenários, para completarem a ocupação, onde não faltaram estupros, saques e assassinatos.

Mas, colocados na balança, existem pesos diferentes, e que variam de acordo com os interesses geopolíticos, e as cores sempre nefastas da ideologização,  quando se trata de avaliar ou mesmo julgar, o que fazem potencias militar e economicamente poderosas, o que não vem a ser o caso de organizações terroristas, mesmo quando muito bem alimentadas com o dinheiro de outros países ricos.

Nesse xadrez complicado de interesses, o terrorista Bin Laden, ou o Papa  Francisco,  podem ser da mesma forma absurda e enviesada, entendidos como santo,  ou terrorista.

Vivemos tempos complicados, onde a desconstrução da política, culpa talvez dessa onda de saqueadores e farsantes que invadiram os espaços do poder, prometendo milagres de mudanças e chegada de novos tempos, faz com que surjam as multidões fanatizadas, ou, uma outra parte de ingênuos decepcionados,  simplórios ou inocentes que até acreditam e festejam uma anormalidade humana como este Milei, que a Argentina acaba de eleger, através de um processo intocável de plena democracia.

Mas é preciso reconhecer que no bojo dessa incontestável anormalidade, existem também pitadas de coisas positivas, o que deveria nos conduzir a uma reflexão mais madura sobre a possibilidade de encontrar fórmulas   pacificadoras para a a antinomia inconciliável entre ideologias, o que seria exequível, na medida em que fossem buriladas as asperezas dos extremismos.

Pode ser utópico, mas não custa imaginar que as utopias seriam alcançáveis.

Quando começar agora a troca de prisioneiros da parte de Israel, e de reféns pelos terroristas do Hamas, um cenário horroroso vai ser revelado. Entre os presos e condenados estão crianças com menos de quinze anos. Um deles tem apenas doze. Deverá ser um dos primeiros a deixar a penitenciária.

O que fez essa criança que nasceu num ambiente denso de ódio e atravessou  as tragédias dos combates frequentes, das mortes atingindo sua família. Esse é algo comum na biografia de todos os  que tiveram a infelicidade de nascer na conflagrada área, daquilo que seria a Palestina, agora, um projeto irrealizado de país dividido em duas partes separadas pelo estado de Israel. Com os extremistas liderados por Netanyahu a tanto tempo no poder, o que se fez foi aguçar as tensões, e cada vez mais ocupar terras de colonos palestinos.

O ódio vez por outra explode ,e agora mais intensamente, porque os aiatolás obscurantistas que comandam a teocracia iraniana, não conseguem olhar o mapa e nele enxergar o pequeno espaço onde vivem os  judeus. Tudo poderia resumir-se à busca de um acordo, aos mandamentos da ONU, quando houve a criação do estado judaico, uma necessária compensação feita pelos lideres mundiais a um povo que perdeu seis milhões da sua etnia, milenarmente perseguida, e que Hitler decidiu exterminar nos seus fornos crematórios.

Talvez, se um dia uma onda de bom senso varresse, clarificadamente, o espaço onde se desenrola a tragédia, que não é apenas circunscrito à  geografia do Oriente Próximo, mas, se estende numa rede de múltiplos interesses com extensão planetária, talvez as mentes iluminadas encontrariam o que parece hoje impossível: a fórmula para uma paz duradoura.

Voltando ao menino presidiário e aos seus doze anos, e ainda às raízes das suas atitudes de rebeldia. Ele certamente conhece o episodio bíblico do enfrentamento  desproporcional entre David e Golias, com vantagem para o pequeno pastor, quase um menino como ele que usou uma funda, uma atiradeira primitiva, e conseguiu derrubar o gigante.

A funda do menino palestino é a replica exata  daquela usada por David. Consiste de uma peça , quase uma tira de madeira ou couro flexivel. Para atirar é dobrada, coloca-se uma pedra ao fundo, segura-se com uma mão as pontas e se faz um rápido e vigoroso movimento circular mirando o alvo no exato momento e quando se solta uma das pontas a pedra ganha impuslso e se torna um projétil que pode ferir fortemente ou mesmo matar, se dermos crédito à versão bíblica.

O menino usou a funda para atingir soldados israelenses pesadamente protegidos , e ousou ir mais longe tentando  atingir com sua pedra um tanque de guerra, com uma couraça de aço capaz de resistir a disparos de misseis , foguetes e balas de canhão.

Foi apenas um gesto sem maiores consequências,  de uma criança, num acesso de desespero e revolta.

Mas ele está condenado a vários anos de reclusão.

Quando for solto, terá mil perguntas sem respostas, mil duvidas a rodar- lhes pela cabeça, e o desespero existencial será o elixir maligno a criar mais um terrorista.

 Diante de tanto absurdo, de tanta insensatez, de tanta  incompreensão , de muita arrogância e insensibilidade humana, como definir, com precisão, o que é mesmo o terrorismo?

Mas é preciso acreditar que a ideia da paz se sobreponha ao desatino da violência. Pode ser que em breve o genocida Netanyahu seja afastado, e torne-se Primeiro Ministro , um líder capaz de sentir a necessidade da paz, abrindo-se  aos   judeus e palestinos  uma chance de sobreviverem com dignidade lado a lado.

 

ALBANO FRANCO O HARMONIZADOR

Albano um político harmonizador.

 

Albano Franco, o harmonizador, o exemplo maior de tolerância, e até de transigências para que a harmonia prevalecesse, chegou neste novembro aos 83 anos. Como se sabe ele não anda bem de saúde. Talvez, os traumas no espírito sejam mais fortes do que um provável enfraquecimento do corpo. Mas ele vai resistindo, sofrido, mas firme, e até tantas vezes sorridente.

O que foi feito para homenageá-lo, nesses 83 anos, vez que,  as festas, como ele gostaria de fazer e sempre patrocinou, principalmente para os outros, os amigos, os admiradores,  ficariam para outras oportunidades, que certamente ocorrerão. No momento, quase coisas intimas, reuniões com alguns amigos,  familiares. Um almoço oferecido pelo amigo ex- secretário, Antônio Manoel de Carvalho Dantas. Uma missa, um bolo com velinhas na sua sempre querida e recordada com saudade   TV-Sergipe, a iniciativa à qual dedicou-se, transformando o canal  de TV num espaço para a cultura, a sergipanidade.  Hoje,  a TV não é mais sua, para ele resta o consolo de que permanece sob o comando de uma parte da família extensa. Mas os  funcionários da TV, todos amigos, com os quais Albano  todos os dias almoçava e partilhava ideias, estavam visivelmente emocionados. Albano sempre soube espalhar carinho, amizade, entusiasmo, em todos os importantes espaços de poder que ocupou, desde o governo de Sergipe, o Senado Federal, a Confederação Nacional da Indústria, as suas empresas, que ele em parte herdou do pai, o homem publico e empresário Augusto franco, e soube, com tirocínio, articulação empresarial e politica ampliá-las, mantendo-as, sempre, como um sólido grupo econômico, com raízes em Sergipe e ramificações em Pernambuco , na Paraíba.

Albano, pelo que ele é e representa, pelo seu passado de homem pacificador e solidário, torna-se uma unanimidade em Sergipe. Coisa rara, numa terra que, segundo o seu grande amigo o empresário João Carlos Paes Mendonça, assemelha-se a um saco de caranguejos inquietos.

 

LEIA MAIS

 

SOBRE A EMENDA DA “ADUTORA DO LEITE “ PERMANECE A DÚVIDA

Em Santa Rosa do Hermilio, as vaquinhas comem bem e "sonham" com o dia que haverá fartura de água.

Em relação à “Adutora do Leite”, após a nota que aqui publicamos, houve uma espécie de bate-cabeça entre assessores e os gabinetes do senador Alessandro Vieira aqui, e em Brasília, De inicio, uma assessora visivelmente preocupada e até nervosa , tentou desqualificar a duvida aqui suscitada. Depois, mais calma assegurou que a assessoria em Brasília faria o esclarecimento. A assessoria brasiliense não se manifestou. O senador Alessandro Vieira, convicto, talvez, de que a sua atuação republicana no plano nacional, a projeção que alcançou,  lhe darão o resultado esperado quando vier a tentar a reeleição, se mantem, assim, numa espécie de pedestal, um tanto indiferente  ao que acontece no espaço exíguo sergipano,  onde prosperam as questiúnculas da província, e  costumam misturar-se com os temas de fato  relevantes, por aqui passando desapercebidos.

Mas onde se respira e vive a pujante “ economia do leite”, por todo o semiárido sergipano, onde se espalham os benefícios da verticalização de uma atividade, indo dos currais, aos transportadores, das industrias à comercialização, por ali, após a noticia da duvida em relação à emenda de autoria do senador Alessandro,  que tornaria possível a “Adutora do Leite ,“ a ficha do delegado que se fez político, e com muito sucesso, não anda lá essas coisas.

O que se sabe ,  é que os 40 milhões da emenda, teriam,  em combinação com o governador Mitidieri e o senador Alessandro, sido destinados à conclusão da rodovia Itabaiana – BR-101, em Itaporanga, A estrada  iniciada no governo de Belivaldo, foi paralisada até a superação dos costumeiros óbices apresentados pelos órgãos ambientais. Aqui, e ali,  um ossinho de preguiça pré-histórica, mais adiante,  um pedacinho  de instrumento usado pelos nossos habitantes pré-descobrimento, ou, mais recentes, de quilombolas fugindo dos capitães-do- mato. Os arqueólogos e antropólogos apresentam as suas razões.

O projeto da “ Adutora do Leite “ teria sido deixado sob responsabilidade da DESO, mas, a indigitada empresa não o concluiu em tempo hábil, e os recursos ficariam indisponíveis. Foi então que o governador Mitidieri entrou na questão, e ficou acordado que os 40 milhões teriam um outro destino.

Mas, ao que se informa,  embora não oficialmente, é que no inicio deste dezembro bem próximo o governador Mitidieri irá, exatamente à Santa Rosa do Ermírio, em Poço Redondo, maior polo leiteiro de Sergipe, para dizer, ou proclamar:  a “ Adutora do Leite “, não foi nem será esquecida, e, ao fazer tão peremptória afirmação, tomará a caneta e assinará contrato com uma empresa de consultoria,  para elaborar o projeto da sonhada obra,  que, posta em dúvida, andou tornando cabisbaixos os que trabalham e vivem do negócio do leite. O valor do projeto: seis milhões de reais. De onde virão os recursos para a obra, o governador irá discrimina-los. Levará, a tira- colo, o senador Alessandro Vieira, que, certamente naquela ocasião, vencerá as barreiras da sua  auto- suficiente assessoria,  e terminará falando ao comum dos mortais, também, na mesma condição comum.

Para evitar constrangimentos, o governador Fábio Mitidieri não terá ao seu lado o ainda presidente da DESO.

 

LEIA MAIS

 

O “CORONELISMO” RESSURGE E FOI ACOMODAR-SE EM CANINDÉ

Quando os “ tenentes” fizeram a Revolução de 1930, instalaram no poder republicano um candidato a ditador o gaúcho Getúlio Vargas. Imaginava-se que ali começava a modernização do Brasil rural, atrasado, sobrevivendo entre cafezais, pastos , engenhos, e o desalento da economia sufocada após o delírio do ouro e pedras preciosas, acontecido nos sertões mineiros e baianos. Mas isso ocorrera ainda na Colônia, quando sucessivas frotas, ao longo de um século, transportaram um milhão de toneladas de ouro . A Monarquia portuguesa  tudo dissipou, ou transferiu para a Inglaterra, onde os industriosos   ingleses acumularam capital, e fizeram uma revolução verdadeira. O capitalismo, afirmando-se através da industrialização. Portugal perdeu o bonde da história, e a Colônia ficou com os carros -de- bois.

A Republica pisoteou os barões, mas escancarou as portas do mando  aos “ coronéis”,  “ senhores de  baraço e cutelo, “segundo os classificou Raimundo Faoro no seu livro fundamental : Os Donos do Poder.

Os “ tenentes”, chegando ao poder, ansiosos por mudanças,  sem  programa nem base teórica para fazê-las, foram sendo seduzidos pelos “ coronéis”, que de mansinho se tornaram ainda mais poderosos.

Cada um tinha o seu “ curral eleitoral “, onde mandavam, desmandavam principalmente, e tinham os privilégios de não pagar impostos, quando sua facção controlava os governos , ou as prefeituras. Essa, era a mais evidente característica dos “coronéis”: direito ao contrabando, à sonegação, às continências que recebiam da Policia submissa;   das espinhas curvadas do Ministério Publico manietado, e da magistratura, acomodada ou temerosa.

A modernidade foi retirando dos “ coronéis” aquela vasta capacidade de mando que detinham, e eles também se foram reformulando, entendendo que  seriam essenciais os espaços nas instituições,  para que pudessem manipulá-los. A recente formação da casta politicóide  que se denomina centrão, é, nada mais, nada menos, do que a jeitosa  arrumação que fazem os “ coronéis”, desta vez sem botas, sem jaquetões, nem barba ou bigode.  Os “ coronéis “ armanis “, ou “ brooksfields”.

 Em Sergipe o fenômeno , ou disfunção , vem ocorrendo em sintonia com os sucessos em Brasília. E aqui se formam estamentos bem diferenciados e nítidos das fatias do poder que desfrutam.

Canindé do São Francisco, o rico e ao mesmo tempo paupérrimo e esfomeado município, não poderia escapar.

Agora,  com a “ intervenção” e o recolhimento compulsório de um atemorizado, corrupto e incompetente prefeito, o desastre avolumou-se.

 Os novos “ coronéis” entendem que estão agindo exatamente sobre a sua fatia preferencial de mando, e contra eles nada poderá prosperar.

 Algumas imagens do descalabro:

 

 

O documento revela que o advogado Santa Rita, agora chefe do setor juridico de Canindé e beneficiado com uma cosultoria é servidor da Assembleia Legislativa de Sergipe, onde deve cumprir um horário de quarenta horas semanais de trabalho. Deve ter o dom da ubiquidade.

Os onibus escolares doados pelo Governo Federal, estão todos abandonados e um ou dois ainda trafegam nas condições em que demostram as fotos, em um deles o pneu está liso e rachado. Um desleixo que pode ser fatal ou mesmo criminoso, porque esses onibus transportam crianças para as escolas.

Este vistoso cartaz anuncia obras de sinalização nas entradas de povoados há mais de dois anos. Saiu bem mais caro que as obras, porque nenhuma delas sequer foi iniciada. Existe maior prova de desleixo?

 

LEIA MAIS

 

LIVROS, LIVROS, LIVROS

 

Convite para o lançamento do livro biografia do exemplar homem público Antonio Carlos Valadares, escrito pelo advogado Antonio Camilo, que surge como consagrado biografo.

O ex-governador do Amapá Gilton Garcia entregando ao ex-senador pelo Amapá, José Sarney, o livro Gilton Garcia Uma Jornada, escrito por este escrivinhador. A entrega foi feita na residencia em Brasilia do sempre homenageado ex-presidente José Sarney. Um dos responsaveis pela consolidação da nossa democracia.

José Amado um destacado pensador e homem público sergipano, figura agora em uma coletania organizada pelo médico e escritor Paulo Amado Oliveira, integrante das Academias de Letra e de Medicina de Sergipe. O prefácio é de José Anderson Nascimento presidente da Academia Sergipana de Letras e a orelha escrita do pelo intelectual e ex-conselheiro Cloves Barbosa.

 

Voltar