Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
A PETROBRAS E SERGIPE TUDO NÃO PASSARIA DE UM ENGODO?
14/12/2023
A PETROBRAS E SERGIPE TUDO NÃO PASSARIA DE UM ENGODO?

LEIA NESTE BLOG:

 

1- A PETROBRAS E SERGIPE TUDO NÃO PASSARIA DE UM ENGODO?

 

2- UMA PÁ DE CAL SOBRE O JÁ MORTO CANAL DE XINGÓ

 

3- O SUS QUE QUISERAM ACABAR ELOGIADO AGORA POR BILL GATES

 

4- CARTA DO EX-SENADOR VALADARES UM VALIOSO DOCUMENTO POLÍTICO

 

5-EM HOMENAGEM AO APOSENTADO PROCURADOR

 

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A PETROBRAS E SERGIPE TUDO NÃO PASSARIA DE UM ENGODO?

Foi a PETROBRAS quem anunciou ao Brasil e ao mundo a descoberta de portentosas jazidas em águas profundas de óleo e gás na chamada Bacia Sergipe – Alagoas.

Foi a PETROBRAS quem, depois,  em sucessivos  comunicados foi informando sobre o desenrolar das operações que levariam a quantificar exatamente  as jazidas.

Foi a PETROBRAS quem até fixou datas aproximadas para que os trabalhos realizados em águas profundas chegassem ao objetivo que seria fazer jorrar e transportar o óleo e o gás, vindos de pontos que distanciavam-se em média uns 80 quilômetros da linha das praias sergipanas e alagoanas.

Foi o ministro das Minas e Energia do governo passado  Bento Albuquerque, quem logo aderiu, e integrou-se ao projeto  de formatar junto ao governo sergipano o arcabouço técnico-operacional-legal, para dar consistência à  “nova era “ do gás e do óleo que propiciaria a reindustrialização do nordeste, e daria um impulso forte à economia brasileira.

O ministro Albuquerque que é oficial – general da Marinha Brasileira reformado, transmitia muita credibilidade, até quando, infelizmente, foi flagrado desempenhando o  lamentável papel de “ mula “ internacional, a transportar a muamba em que se transformaram as caríssimas joias ofertadas diplomaticamente pelo governo da Arábia Saudita ao Governo Brasileiro, das quais se apossou com mão de gato o então ocupante do mais elevado cargo da República. Algo deprimente, vergonhoso, que não deixa de lançar duvidas a respeito do caráter dos que foram envolvidos no mafioso esquema. E  o almirante  Albuquerque foi um deles. Por aquele tempo já andava meio capenga o projeto do portentoso polo de óleo e gás que seria instalado em Sergipe, e já começando a  salpicar duvidas, sobre a exequibilidade da sedutora ideia.

A PETROBRAS retraiu-se, encolheu-se diante das investidas  de Paulo Guedes, que começara a fatiar com  faca amolada pela ganancia o cobiçado bolo da gigante estatal brasileira.

As datas foram sendo postergadas, e agora, exatamente no governo Lula, que fazia alargar todas as esmaecidas esperanças, vem a informação ainda não oficialmente esclarecida ou desmentida: a PETROBRAS vai protelar para início da próxima década as operações projetadas para a bacia Sergipe e Alagoas. Assim, ficariam praticamente sepultadas as perspectivas de um tempo acelerado de desenvolvimento para Sergipe, e, em menor escala Alagoas.

A Conferência do Clima, a COP -28, terminou agora em Dubai. Lá estiveram os donos do petróleo ao lado dos que desejam ver o fim imediato da utilização dos chamados combustíveis fósseis.  ( O nome fóssil aplica-se,  porque a imensidão do petróleo sob a terra seria o resultado de cataclismos geológicos, que soterraram organismos vivos, entre eles  gigantescas florestas, transformando-os  no óleo viscoso e fedorento, que tem sido há mais de um século e meio o sangue essencial ao organismo da economia planetária.

Não se chegou ao que seria a utopia inalcançável: o prazo fixado para o fim da era do petróleo.

Preferiu-se, ao fim da Conferencia, emitir um comunicado onde se reconhece explicitamente o  dióxido de carbono emitido pela queima do petróleo como causador do aquecimento global, e , por via de consequência dos transtornos  arrasadores, as mudanças climáticas que ameaçam todo o castigado planeta.

O Brasil pragmaticamente, entendeu que a ameaça existe, é iminente, mas,  pior ainda seria mudar por decreto de duvidoso alcance  a matriz energética. Assim, Lula  filiou o Brasil à OPEP, sem direito a voto, e deu sequencia aos projetos na área da exploração petrolífera.

Para surpresa maior, enquanto a PETROBRAS estaria cancelando um projeto já em avançado estágio, situado em Sergipe,  no leilão realizado na última quarta-feira, dia 13, para concessão de áreas na bacia de Pelotas, RGS, a estatal arrematou 32 % dos  193 blocos negociados,  uma área de 20 mil quilômetros quadrados, quase o tamanho de Sergipe. A empresa fez também parcerias com a Shell,  a Chevron, uma petroleira chinesa  , e com a  Elysius,  esta, uma empresa criada há quatro meses apenas, que tem capitais brasileiros e estrangeiros, e gerou muita curiosidade.

Ora, se a Petrobras no caso se move por uma visão estratégica de futuro, e já  se prepara reservando áreas, ainda duvidosas, por que não manter o seu projeto em Sergipe- Alagoas, onde  quase não existem duvidas?

Paira no ar  uma nuvem escura e imensa de estranheza , onde fica difícil divisar alguma lógica, ou razão, para o que faz a PETROBRAS em Sergipe.

O governador Mitidieri esteve com o presidente Lula, e tratou do assunto, foi visto até  tendo com ele uma conversa ao pé do ouvido durante o lançamento do PAC em Brasília, quando São Paulo foi contemplado com dez bilhões de dólares, e Sergipe raspou o fundo do tacho, conseguindo 180 milhões.

O problema é que a nossa diminuta força política ainda mais se agrava. Isso, porque os nossos parlamentares  federais estão cada um em seu lado,  tentando ocupar espaço  na vastidão do mar de recursos, agora extraídos a fórceps   do ventre vulnerável do Executivo, e fazendo a voluptuosa festa do Legislativo,  tornada mais animada ainda,  com um fundo eleitoral capaz de cevar  e saciar  os mais ambiciosos projetos eleitorais.

Todos deveriam agora montar barracas em frente à PETROBRAS, e no Palácio do Planalto, e nelas se revezarem, perguntando se a PETROBRAS volta a Sergipe ou dele se afastou de vez.

Caso confirmada o cancelamento  do projeto em águas profundas sergipanas, em vez de acender velas a uma defunta esperança,   vamos  reivindicar uma compensação pelo logro,  tendo um espaço maior no PAC. Isso, além de ações indenizatórias  que o governo do Estado poderá mover contra a PETROBRAS pelo passivo ambiental,  que aqui foi gerado ao longo de mais de sessenta anos de atividades , em alguns casos predatórias. São mais de mil poços perfurados em Sergipe, e uma infinidade de derramamentos registrados nos locais das perfurações, e nos oleodutos.

Lembrando, também, que o Projeto Potássio e a FAFEN, eram   empresas subsidiárias  da PETROBRAS ,e têm, o primeiro, principalmente, contas a prestar no que se refere a danos ao meio ambiente.

 

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UMA PÁ DE CAL SOBRE O JÁ MORTO CANAL DE XINGÓ

Seguindo a moda da mitomania, o então Ministro Rogerio Marinho tornou-se mitomano e veio mentir em Sergipe.

 

Esse Canal de Xingó, sobre o qual já se fala desde a década dos anos oitenta, recebeu, do então ministro do Interior João Alves a observação um tanto sarcástica: “ É uma ideia grande, mas de execução duvidosa”. E o ministro era fascinado por obras portentosas, inovadoras, e que dessem resultados práticos. Ele pensava  que de forma mais adequada e objetiva,   seria mais fácil fazer irrigação no semiárido , abastecer as nossas cidades com água retirada do baixo São Francisco, “ aqui ao lado “; dando sequencia ao que já fora iniciado lá longe , de forma pioneira pelo governador Lourival Baptista, em 1966, e encontrando uma inexplicável má vontade na SUDENE, venceu com a argumentação do secretário de planejamento, o professor Juarez Alves Costa. Assim,  iniciou-se uma pequena adutora. Depois, todos os governos foram retirando água do baixo São Francisco. Augusto Franco juntou-se à PETROBRAS, que então dava prioridade absoluta a tudo que se referia a Sergipe, e aqui tinha assegurada uma grande parte da sua receita com a produção do petróleo. E surgiu a Adutora do São Francisco, chegando a Aracaju.

Era essa visão que deveria nortear os projetos hídricos em Sergipe, mas, apareceu a ideia do canal que sairia lá de cima, a montante de Paulo Afonso, em Gloria, e desceria cruzando terras áridas, até bifurcar-se em Sergipe, alcançando Ribeirópolis, com uma das pernas, passando por Canindé, Poço Redondo, Monte Alegre e Nossa Senhora da Glória. Mas, teria também, evidentemente, um trecho longo pela Bahia. Exigiria bombeamentos sucessivos . De inicio foi imaginado como um canal propicio até à navegação.

 No custo, não se cogitou com exatidão, na viabilidade ou  formato, pior ainda.

No governo do  “ jetskytista” havia uma avassaladora ausência de ideias e de como elaborar projetos, mas, acontecia uma onda de  coisas esquisitas, surreais: trazer garimpeiros americanos para explorarem nióbio, ouro,  diamantes, de preferência na amazônia, onde também todos ganhariam uma moto-serra para desmatar  tudo o que  quisessem e pudessem.

As ideias eram estapafúrdias, quase sempre. Vez por outra iam concluindo uma obra  iniciada,  ou já feita e precisando inaugurar, como a duplicação da ponte em Propriá sobre o São Francisco. E no dia da festa ali foi anunciado pelo motoqueiro,  que seria construído o Canal de Xingó, paralisado há tanto tempo, e que precisava continuar.

O canal era apenas um anteprojeto numa gaveta.

O ministro Rogério Marinho veio meses depois a Sergipe, ja no ano da eleição, 2022, e montou na CODEVASF um cenário de pura farsa. Era o trajeto do Canal de Xingó, e  anunciou  que as obras começariam  breve. A mitomania ocupava todas as esferas do poder aviltado.

Nunca se chegou sequer a concluir o projeto de engenharia definitivo.

Já no governo de Lula voltou-se a falar no indigitado. Agora, o governador Mitidieri, talvez ouvindo os argumentos fortes que contra a tal obra tem o poderoso ministro Rui Costa, ( que é baiano, foi governador e tem melhores ideias para o seu estado ) aproveitou a ideia da Adutora do Leite, que já incorporara ao seu plano de governo, e decidiu ampliá-la. Anunciou, então, o que poderá ser a “ adutora trans- sertaneja ) indo das beiras do São Francisco em Poço Redondo,  até a bacia leiteira de Santa Rosa do Ermírio,  ali  infletindo para atravessar Monte Alegre, e alcançar a pujante  Nossa Senhora da Gloria.

Dessa forma,  deixa-se de aguardar por algo duvidoso, ou mesmo improvável ,e se recorre ao senso prático para por em execução um projeto capaz de ser iniciado e concluído, no espaço de uns três anos.

 

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O SUS QUE QUISERAM ACABAR ELOGIADO AGORA POR BILL GATES

Bill Gates elogiando o SUS, criado por José Serra, que foi o maior Ministro da Saúde do Brasil

 

Não foram poucos os ataques que sofreu o SUS, Sistema Único de Saúde, durante o vendaval de incoerências e absurdos, que varreu o Brasil nos tempos de Bolsonaro.

Contra ele se manifestaram não só o próprio presidente como o seu Ministro todo poderoso Paulo Guedes, insistindo sempre em privatizações na área da saúde e também pelo destrambelhado Pazzuelo, quando ele simulou ser Ministro da Saúde. Por sinal onde andará o dito cujo, que eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, tomou chá de sumiço e parece acomodado na sua  mediocridade ?

Bill Gates um   dos mais ricos homens do mundo, não se contenta em acumular bilhões de dólares. Ele tem outros propósitos que vão além  do comando de portentosas empresas, e pensa o futuro, avalia as desconexões do presente, e age para ajustá-las através de fantásticas obras sociais, e  presença atuante em diversos pontos do planeta.

Ele criou a Fundação Melinda – Bill Gates, e dela faz um instrumento forte e estratégico de transformações sociais.

Detalhe: A Fundação dispõe de uma soma de recursos anuais, superior ao PIB de muitos países pobres de todos os continentes.

Numa postagem que fez após sua participação na COP -28 escreve o bilionário que vai muito além do  espaço da filantropia:  “ Nenhum país é prefeito, mas o Brasil é a prova do que acontece quando um país investe estrategicamente no cuidado com os mais vulneráveis. O retorno é transformador “.

E Bill Gates apontou os resultados por ele classificados como fantásticos : queda da mortalidade infantil em  75 %, na mortalidade materna durante o  parto em  60 %, e acréscimo de dez anos à média de vida do brasileiro.

Bill Gates se declarou fã do Brasil , da nossa paisagem, da nossa música, citando, entre outros artistas os seus preferidos, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos , Anitta, Elza Soares.

Deve-se notar, com espanto até, que sobre os nossos artistas, sobre a nossa cultura o ex-presidente e uma parte dos seus seguidores mais extremados não cessavam de derramar insultos.

Com tanta afabilidade e carinho em relação ao Brasil, revelados pelo magnata que não é egocêntrico e tem sensibilidade, seria o momento exato para que governantes brasileiros, no plano federal, estadual e municipal, pudessem conhecer melhor a Fundação Melina – Bill Gates, e prepararem consistentes projetos, tentando conseguir apoio.

Observação: O SUS, Sistema Único de Saúde foi criado em setembro de 1990 no Governo Fernando Henrique Cardoso, pelo maior Ministro da Saúde que o Brasil já teve, o ex-senador Jose Serra.

 

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 CARTA DO EX-SENADOR VALADARES UM VALIOSO DOCUMENTO POLÍTICO

 

"ANTES DA TOMADA DO PSB, A CARTA DIRIGIDA AO PRESIDENTE DO DIRETÓRIO NACIONAL CARLOS SIQUEIRA

Por Antonio Carlos Valadares, 2º Secretário do Diretório Nacional Ao tomar conhecimento de que as negociações entre o presidente nacional do PSB Carlos Siqueira e o governador Fábio Mitidierri estavam avançando para entregar ao governo o diretório regional do partido em Sergipe e indicar o vice-governador e Secretário da Educação Zezinho Sobral para a presidência, resolvi, na qualidade de membro efetivo da Executiva Nacional (2º Secretário), enviar-lhe no dia 09/12/2023 (sábado), uma mensagem nos seguintes termos: "Presidente Carlos Siqueira: Como seu companheiro de longa data, militante do PSB há quase 30 anos, e membro do diretório nacional, diante das articulações envolvendo o nosso partido no Estado de Sergipe, sinto-me no dever de fazer-lhe as seguintes ponderações:

1º) Sou favorável a qualquer entendimento político de nossa agremiação aqui em Sergipe, ou em qualquer parte do Brasil, através do qual venhamos fortalecer as bases do partido e viabilizar a eleição de parlamentares, cujo número de cadeiras, como sabemos, impacta no montante do fundo partidário e do Fundo das Campanhas Eleitorais;

2º) Tais negociações, reafirmo-lhe , são bem vindas, e devem ser tentadas dentro do respeito e consideração que merecem os nossos companheiros e, assim também, a facção partidária que manifestar interesse em compor conosco;

3º) Na minha opinião, o entendimento a ser feito, será melhor quando se mira o crescimento de ambas as partes, porque se acontecer de forma diferente, isto é, somente visando algum crescimento numérico do partido, ao preço de fragilizar lideranças locais, a parte que levar o partido ganha a sigla, mas não leva os votos e a militância do PSB, nem tampouco leva a história de luta daqueles que desfraldaram a bandeira do PSB desde os idos de 1995;

4º) É indiscutível que o PSB de Sergipe, apesar de insucessos em suas últimas eleições combatendo na oposição, teve momentos de glória e enorme desenvoltura, demonstrando nas vitórias e nas derrotas, sua coragem e disposição durante todas as campanhas eleitorais que enfrentou com galhardia e espírito de luta, tornando-se por isso uma referência na política sergipana;

5º) Caso o governador Fábio Mitidierri queira realmente entender-se com o PSB de Sergipe no intuito de fortalecer o seu agrupamento político para as próximas eleições , acho natural, desde que ele procure o atual dirigente regional, que é Valadares Filho, e o convide para uma possível composição político-partidária, sem, no entanto, querer logo de início, impor a indicação de um novo presidente, por mais influente que seja o indicado, sem respeitar o história e o prestígio que hoje desfruta Valadares Filho junto à sociedade sergipana;

6º) Tal proposta, caso venha a se concretizar, seria vista, na prática, como uma intervenção branca no PSB de Sergipe por exigência de um governador integrante de outro partido, que, por sinal, foi nosso adversário, ganhando as eleições para o candidato do PT em aliança com o PSB, e contribuindo decisivamente para a vitória do candidato ao Senado, apoiado por Bolsonaro, deixando Valadares Filho em 2º lugar na disputa.

Como explicar ao povo essa reviravolta na política de Sergipe? Como explicar a oferta que está sendo feita pelo governador, segundo a qual Valadares Filho seria rebaixado para a vice-presidência, enquanto a presidência ficaria com o bloco do governo? Se tal coisa for aceita desse modo por Valadares Filho , ele estaria jogando fora todo o seu capital político adquirido com tanto sacrifício nas campanhas eleitorais que enfrentou;

7º) Tomar o PSB de Sergipe, com o beneplácito da Nacional, seria renegar a história e a importância de suas lideranças. Tal acordo não figuraria, com certeza, como um troféu político para o governo e, sim, como uma tentativa que apequena qualquer negociação, qual seja, a de converter o partido num apêndice a mais entre tantas siglas que orbitam o seu universo político, as quais optaram pelo comando do governo atrás de influência e vantagens do poder;

8°) Infelizmente essa tem sido a conduta da maioria dos partidos no Brasil que passaram a adotar posturas pragmáticas nos seus acordos políticos. A realidade que hoje assistimos é que, não importa a repercussão negativa da conduta, mas o seu resultado, mesmo que o partido venha ocupar o lugar comum de tantos outros, como os do Centrão, que lutam desesperadamente para aumentar suas bancadas e suas finanças, tornando letra morta a sua pregação doutrinária e as regras previstas no seu estatuto. A propósito, foi para esse fim que o PSB debateu e aprovou a Autorreforma na qual proclamou estar agindo diferente dos demais partidos?

9º) Os votos que Valadares Filho teve para o Senado serviram para demonstrar que o PSB de Sergipe está vivo, ficando em 2º lugar entre 4 fortes candidatos;

10°) Portanto, presidente, creio que uma negociação respeitosa, seria enaltecida por muitos sergipanos que simpatizam com o PSB, podendo contribuir, substancialmente, para seu fortalecimento . No entanto, a substituição pura e simples do comando do PSB por um outro comando com raizes no governo, o PSB por certo não será o mesmo partido, e perderá a sua identidade histórica, cuja luta está ainda arraigada na memória do povo em tantas eleições, ao lado de Eduardo Campos, Arraes, Lula e Déda, muitas vezes contanto com o seu entusiástico apoio; Reitero que, caso seja confirmada a entrega do partido ao governador Fábio Mitidiere, sem o consentimento da direção regional, ou desprezando a sua importância no contexto da política local, não será bom para o governo estadual, nem para o PSB que, infelizmente, passará a ser apenas mais um satélite da formação governista, sem nenhuma importância nem influência nas decisões locais. Aracaju, 30 de novembro de 2023 Antonio Carlos Valadares 2º Secretário do Diretório Nacional"

 

 

 

 

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 EM HOMENAGEM AO APOSENTADO PROCURADOR

 

 

 

Homenageando o amigo Procurador  Jose Carlos Oliveira, por ocasião, agora, da sua aposentadoria, reproduzo um texto que fiz, quando ele me solicitou prefaciar um livro que escreveu:

Luiz Eduardo Costa

O HOMEM E O PAPEL José Carlos Oliveira Filho nunca deixou de escrever. O hoje Procurador de Justiça é, aliás, também jornalista. Ele foi um dos jovens acadêmicos recrutados pela equipe baiana que chegou para instalar em Sergipe o Diário de Aracaju, derradeiro elo da imensa cadeia de rádios, jornais e televisões dos "Diários Associados " que o seu criador, Assis Chateaubriand, fez espalhar por todo o Brasil. Não havia as faculdades de jornalismo concedendo os diplomas agora declarados desnecessários por estranha decisão do STF, e assim ,as redações eram as únicas e também as melhores escolas. José Carlos Oliveira fazia parte de um grupo de neófitos redatores, alunos da Faculdade de Direito de Sergipe, e atraídos pelo jornalismo. Já tarimbados no ofício, na lide das redações, Hugo Costa, que sempre foi muito mais jornalista do que advogado, Jose criminalista, e o experiente decano Raimundo Luiz, eram os maestros da equipe que dia a dia se ia afinando. A redação do Diário de Aracaju foi uma espécie de curso de pós-graduação, (ou seria de doutorado?) para aqueles jovens estudantes, entre os quais surgiriam procuradores de justiça como o próprio Jose Carlos, Creuza Britto Figueiredo, Maria Luiza Cruz, um desembargador, Osório de Araújo Ramos Filho, um respeitado civilista, Manoel Veiga, um procurador federal Jackson Sa Figueiredo. Historicamente, no Brasil, saiam dos cursos jurídicos também jornalistas, no caso sergipano, deu-se o contrário, a redação.

Consolidou a vocação dos juristas. Entre os aprendizes, Jose Carlos era o mais dedicado ao ofício de escrever. Mexia, remexia no texto, puxava da máquina o papel, jogava-o na cesta de lixo e recomeçava tudo de novo, até, finalmente, produzir o que desejava. Revelava-se ali, no iniciante, a ansiosa busca pelo estilo, a característica individual que nunca é alcançada enquanto não houver a sintonia perfeita da clareza, da concisão com o senso estético, uma espécie de Nirvana, para aqueles que se esmeram na elaboração da escrita e se fazem escritores, poetas, ou, no caso de José Carlos Oliveira as duas coisas. No azáfama de uma redação de jornal nasceu o que seria a vitalícia ligação de Jose Carlos com a máquina de escrever e o papel, onde grava os seus arrazoados jurídicos ditados pela exigência do ofício ao qual se dedica integralmente, e também, o que a imaginação desenha sob a forma de sonhos, de devaneios, as vezes de sisudas reflexões, outras, os momentos ficcionais de aventuras movidas por algo que tanto poderia estar compreendido naqueles insondáveis sentidos da paixão, como também na inquietude do espiritualista que vagueia encantado entre as duas existências, uma, a que os sentidos alcançam e constatam, a outra, aquela em que se acredita, com mais ou menos convicções, e sempre, com o inseparável alento da esperança. O estilo, já se disse, é o homem, e este homem que neste livro se encontrará como escritor e poeta, revela a sua dimensão humana, por sinal, uma dimensão que abrange ética, dignidade, e a simplicidade dos humildes e bons; por isso, quem percorrer estas páginas estará tomando um contato mais próximo com o escritor, e também com o cidadão, um cidadão que, sem lisonjas, poderá ser chamado de exemplar.

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