Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
O que fica quando acabar a Lava Jato
05/05/2017
O que fica quando acabar a Lava Jato

Chegamos aos quatorze milhões e duzentos mil desempregados. Embora haja tímidos sinais de que a economia dá melhores sinais de vida, o Brasil relegou a um segundo plano as questões concretas e urgentes, apegando-se às frágeis certezas. Uma delas, a ideia de que a Lava Jato seria o caminho para a solução de todos os nossos problemas. Esse sentimento é consequência de ações judiciais avançando rápido, e que, pela primeira vez em nosso país levaram dezenas de poderosos à cadeia.  Isso, como não poderia deixar de ser, gerou entusiasmo em grande parte da população, revoltada e envergonhada com a avassaladora roubalheira, e a secular impunidade. Então, chega-se a imaginar equivocadamente que a dignidade pública seria recomposta, que teríamos um país reformado, nas suas bases políticas e éticas.

Dai, a desproporcional esperança depositada na Lava Jato, e a crença de que os seus condutores estariam, em certos casos, munidos de carta branca virtual que os tornariam imunes a quaisquer considerações, inclusive os limites impostos pelas nossas leis, aquelas das quais se poderá  discordar, livremente criticá-las, mas nunca desobedece-las, ainda mais quando se é  portador de uma autoridade que só se legitima pela observância da Carta, verídica e legítima,  aquela que rege a República: a Constituição.

Valores morais, como a honestidade, repúdio aos maus costumes, identidade com a justiça, com a solidariedade e a dignidade humana, são conquistas que se alcançam através do tempo, que exigem escolas, pais e mães, sociedade engajada, sentimento coletivo de Nação, crença no povo. Nesse processo a execução da Justiça é fator indispensável, todavia, absolutamente não é o único.  O ritual da Justiça não se faz com açodamento, com ânsias midiáticas, desafios aos outros poderes.

Um episódio sintomático, revelador dos nossos equívocos, aconteceu agora: enquanto tudo no país girava em torno do debate acirrado sobre uma decisão do Supremo Tribunal, que em termos reais em nada afeta a realidade que vivemos, o Rio de Janeiro vivia mais um dia de pânico. A polícia prendeu uma quadrilha que portava 30 fuzis, granadas, pistolas. Então sai a ordem de uma Penitenciária: foram queimados nove ônibus, um caminhão, interrompido o tráfego, comércio fechando, escolas suspendendo aulas.Os bandidos que formam milícias poderosamente armadas e articuladas, estão ocupando largos espaços, num país onde há muito tempo deixou-se de pensar em segurança, em educação, em desenvolvimento, em projetos para o futuro, e também em soluções possíveis para o presente tumultuado.

Depois da Lava Jato teremos certamente menos roubo, menos descaramento entre desavergonhados agentes públicos, que, condenados ou não, ficam de agora em diante marcados pela repulsa da sociedade. Mas muitos serão reeleitos, porque temos um sistema político apodrecido nas bases, e nada se faz para reformá-lo. Teremos que reconstruir empresas, que eram grandes, geravam emprego, tinham tecnologia de ponta e experiência internacional, pagavam impostos. O Rio de Janeiro está devastado, destruído. Eike Batista em prisão domiciliar, é impedido pela justiça de gerir seus negócios.  Sendo virtuosas ou não, suas empresas geram, ou geravam, milhares de empregos, tocavam portentosos projetos, e quem está hoje passando fome, em consequência do afundamento de tantas outras empresas, não quer nem saber se esse sacrifício seria indispensável, o custo pago pela construção da moralidade pública, que a longo prazo traria a  felicidade geral da Nação.

Eike voltará sem duvidas, rapidamente para a cadeia, o Juiz, aborrecido com a decisão do STF, fixou uma fiança de 52 milhões de reais, isso revela o choque que criou-se agora dentro dos tribunais. Eike certamente não irá pagar o valor estipulado, por estarem os seus bens bloqueados, ou por não ter troco.  O que deveria ser assunto rigorosamente sério transforma-se em torneio de vaidades, confrontos de poderes, guerrilha ideológica, condescendências coniventes, ou fanatismos fascistóides.
É preciso começar a pensar no país pós Lava Jato.

ELEIÇÃO BEM PERTO E O BRASIL RADICALIZADO

Seria crível uma eleição no próximo ano, tendo no segundo turno um enfrentamento entre Lula e Bolsonaro? Este seria o pior dos cenários. Qualquer um dos vencedores teria de enfrentar uma explosão incontida do radicalismo e do ódio acumulados durante a feroz campanha. A hipótese a primeira vista absurda, diante das circunstancias não é descartada. Há dois anos quem acreditaria que Donald Trump seria presidente? Nos estados Unidos as instituições são bem mais estáveis e ativas do que as brasileiras, e lá a opinião pública tem peso efetivo.  Assim, toda a verborragia radical de Trump está sendo contida, e a convivência democrática não corre o risco de grandes abalos. Aqui, um Bolsonaro no Planalto seria o começo irreversível de uma conspiração pela ditadura. Não alcançariam os objetivos, mas dariam trabalho, talvez até muito sangue derramado.

Lula, se sair indene dos processos aos quais responde, terá aberto o caminho para tornar-se candidato. Disputaria sem a perspectiva de alianças mais amplas, porém, com Bolsonaro do outro lado, num segundo turno, à semelhança do que ocorre na França com Macron, muitos apoios para ele convergiriam. Eleito, por mais hábil que seja, não conseguiria governar, imaginando-se que outro ¨mensalão¨ para aquietar congressistas não mais seria possível. Além disso, haveria o incontrolável sentimento de revanche da militância.

Bolsonaro é cogitado aqui, apenas no caso de vierem a se agravar, descontroladamente, os problemas brasileiros, principalmente na área da segurança, e o eleitor, revoltado, manifestar adesão a quem promete ¨bandido morto¨. Uma irracionalidade, todavia possível, diante do clima de medo, e da desinformação alimentada e propagada por um grupo de extrema direita a serviço de Bolsonaro, onde se incluem militares da reserva e agentes dos serviços de segurança, que prenderam torturaram e mataram livremente durante a ditadura, da qual alguns que nem a conheceram, dizem ter saudades.

Há, diante da devastação de imagens públicas que vem ocorrendo, uma carência absoluta de pessoas com perfil de candidato capaz de gerar em torno do seu nome um razoável consenso, possibilitando-lhe articular a tese de união nacional. Ciro Gomes é, sem duvidas, um politico capaz, ficha limpa, mas tem contra ele uma onda de restrições nos grandes partidos.

Marina Silva é uma fragilidade inconsistente, projetada apenas, diante de um quadro de carência de líderes. Tem discurso fácil, mas desprovido de conteúdo.

Há um nome agora fora do cenário brasiliense.  Trata-se do ex- Ministro do Supremo, ex-Ministro da Defesa e ex-deputado federal, o gaúcho Nelson Jobim. Jurista conceituado, ele transita com desenvoltura entre todas as áreas partidárias ou ideológicas, desde o PC do B, passando pelo PT, pelo PSDB, o DEM, o PSB e mais partidos haja. Conversa com FHC, Temer, Lula, e até Bolsonaro. Faz isso com a naturalidade de quem acredita no diálogo e valoriza a democracia. Poderia tornar-se um candidato a somar imprevisíveis adesões. Resta saber se teria carisma para transmitir confiança a quem vota.

Ah, existiria também no páreo o João Dória, mas esse já exibe suas garras de mata- mendigos, de produto deteriorado de uma elite alérgica ao cheiro de povo.

NO TEMPO DAS CASAS BANCÁRIAS

Há coisa de uns 50 anos, existiam, principalmente nas pequenas cidades, as Casas Bancárias. Eram miúdos estabelecimentos de crédito, que faziam miúdos empréstimos e atendiam miúdos empreendedores. Comerciantes, criadores, agricultores pequenos, pessoas físicas, chegavam ao balcão, conversavam com um funcionário, ou até com o dono, e faziam seus empréstimos. Assinavam promissórias, e desde que tivessem avalista merecedor de crédito, não precisavam de mais nada.  Em Sergipe, o sempre prestimoso avalista era o empresário Oviedo Teixeira, principalmente se o tomador fosse algum conterrâneo seu de Itabaiana, no qual enxergasse vontade de progredir.

Quando a Casa Bancária Dantas Freire, dos sócios Murilo Dantas e Jose Menezes, subiu no ranking e passou a operar como banco, houve uma sensação muito comemorada de que a nossa economia, crescendo, já superava o estágio das simples casas bancárias. Murilo é o pai da altiva procuradora federal Eunice Dantas, Jose Menezes, pai do exemplar Procurador de Justiça, estadual Eduardo de Cabral Menezes, um professor aposentado ao qual a Universidade Federal de Sergipe e os operadores do Direito recentemente fizeram uma singular e bela homenagem. Sobrou, renitente, a Casa Bancária Freire Silveira, de um rigoroso e metódico financista, Ernani Freire, que Lourival Baptista ao tornar-se governador convidou-o, dizendo que precisava de um cidadão reconhecidamente limpo, que soubesse lidar com dinheiro e fosse mão de figa. Ernani tinha vários imóveis alugados, e ele pessoalmente ia receber os alugueis. Revelava, contudo, uma tolerância enorme com os atrasos reincidentes da Casa do Estudante que era mantida pela UEE, entidade representativa dos poucos universitários, e desprovida de recursos.

Aos bancos, ou tamboretes sergipanos, como eram chamados o Rezende Leite, Comércio e Indústria, Crédito Sergipense, vieram juntar-se agências de bancos de maior porte: o Nacional, o Econômico, Banco do Rio Grande do Sul, Unibanco, Banco da Bahia, e outros. A eles já se juntara o estatal Banese.  O Banco do Brasil era ainda o poderoso federal que suplantava todos os outros privados.

No governo de FHC, as Casas Bancárias não mais existiam, só restava uma, em Mossoró, cujo dono ia e voltava do trabalho caminhando. Não tinha carro.  Ocorreu na época FHC o processo de fusão, com os grandes engolindo os menores e outros fechando as portas depois de gestões temerárias. Garantiam os formuladores do processo, que a solidez das grandes corporações financeiras, blindaria o país contra os abalos das crises. Agigantaram-se o Itaú, o Bradesco, desapareceram, ou foram absorvidos todos os demais, num processo no qual o Estado desempenhou o papel de coadjuvante, sobre quem recaíram todos os ônus. Foram dispendidos pelos cofres públicos bilhões de reais, e assim surgiram os dois mastodontes, e o crédito cada vez mais se torna restrito, difícil para as empresas de pequeno porte.

Nossa economia, nossos governos são reféns hoje dos grandes grupos financeiros, que estenderam seus tentáculos por estratégicas áreas de negócios, como a mineração, a petroquímica, as comunicações. Os nossos Ministros da Fazenda têm o nível de autonomia que lhes concedem o Itaú e o Bradesco.

A concentração bancária foi feita, ao que se dizia, imitando o modelo norte americano. E imitaram da pior forma possível, enxergando somente os colossais bancos, que, aliás, há coisa de quatro anos somente sobreviveram com o aporte de bilhões que lhes fez o governo.
A duvidosa tese de que banco não pode quebrar em virtude do  ¨risco sistêmico¨, transforma o banqueiro  no único capitalista que exerce   suas atividades inteiramente sem riscos.  Nos Estados Unidos, aqueles ¨tamboretes¨ que  nos filmes de far- west são assaltados, ou se transformaram nos grandes de hoje, ou continuam pequenos e funcionando.

São mais de quatro mil deles por todo o imenso território americano, assegurando a capilaridade e a facilidade do crédito rápido, sem burocracia, concedido aos pequenos produtores. O colosso econômico americano é também resultante dessa diversificada e abrangente rede bancária.

Por isso, imaginar a privatização do BB, da Caixa Econômica, do Banco do Nordeste, é concessão à fome insaciável dos gigantes dominadores. Na mesma linha de preservação do interesse público, todavia, numa escala mínima, do tamanhinho de Sergipe, é preciso riscar, definitivamente da agenda do Ministro Meireles, a hipótese de que o Banese estaria à venda.

A CRIATIVIDADE E A ENERGIA NA FAVELA

No Rio assolado pelo crime, com sua população lançada à própria sorte, na crise a tudo devasta, nas favelas, surgem exemplos de como é possível vencer as circunstancias adversas, transformar a realidade, criar uma convivência de paz, uma vida melhor.

Na Rocinha vivem 69 mil pessoas. Os barracos, quase todos, foram substituídos por casas de alvenaria, há algumas com dois pavimentos, confortáveis. Nas favelas não se faz apenas o tráfico, há comércio, há serviços, oficinas, as pessoas trabalham, melhoram a renda, consomem. Na Rocinha, naquele amontoado de ruas estreitas, de ladeiras, de casario desordenado, não há nomes nas ruas, nem número nas casas. Um cidadão, com baixa escolaridade, mas muita inteligência, perspicácia e denodo, trabalhou como recenseador  do IBGE, deparou-se com o problema insuperável da entrega de correspondência em cada casa.

Criou então o Carteiro Amigo, uma micro empresa que faz a entrega de cartas, de encomendas. Pedrinho, o criador do Carteiro Amigo, mapeou toda a favela, tornou possível identificar cada casa, e recebe de cada cliente de 20 a 10 reais por mês, dependendo da renda de cada um. Com o retrato geo- referenciado e humano da favela, Pedrinho tornou-se consultor para empresas que desejam fazer pesquisas de mercado entre a massa de consumidores. Já começa a fazer a franquia dos seus serviços para outros empreendedores em outras favelas.

Isso se chama conquista, resultante da criatividade e da energia dos brasileiros. Característica que até agora não temos sabido valorizar.

OS MISERÁVEIS, DE VITOR HUGO AO JANOTA J. DÓRIA

O grande escritor e humanista francês Vitor Hugo, no seu livro Os Miseráveis, revela a grande ferida social francesa do seu tempo, e vai às suas causas, que situa na indiferença, no preconceito, numa estrutura econômica e social que eterniza privilégios ao lado da miséria. Vitor Hugo monta o perfil dos personagens que se mostram indiferentes, e enxergam os  miseráveis como párias nocivos, seres humanos desprezíveis, sequer merecedores da caridade. Ricos, aristocratas, esnobes, vulgares, vaidosos, arrogantes, tornam-se inimigos implacáveis dos que vegetam na miséria, até imaginam exterminá-los, para sanear a paisagem daqueles vermes sob forma humana.

O prefeito João Dória, é, neste século, a encarnação retardada,     dos piores vilões descritos por Vitor Hugo. Disfarça-se sob maquiagem, sorrisos, discurso falsamente moderno, onde promete substituir a política pela eficiência, pela capacidade gerencial.  Invasor de terras públicas, bajulador da plutocracia paulista, rico, e incapaz de bem explicar detalhes do seu patrimônio, João Dória tornou-se prefeito da São Paulo inundada pelas favelas, acossada por gravíssimos problemas sociais, cidade que tem mais de vinte mil pessoas vivendo nas ruas, e quer, o prefeito, esconder as suas mazelas, ao invés de enfrenta-las com visão social e solidariedade humana.

Nesse inverno que quase começa, na pauliceia um tanto fria, ele mandou sua guarda municipal retirar dos que estão nas calçadas, os monturos que improvisam, para neles dormir, o cobertor esfarrapado com que se protegem do frio.  Uma crueldade indecente, que torna repugnante e desumano quem a pratica. Cumprindo as ordens do prefeito, a Guarda Civil, promoveu aquela cena que afronta a dignidade humana, que deve envergonhar os dignos e iludidos que votaram no mata mendigos João Doria. A cena foi mostrada nas televisões, está nas redes sociais, e certamente serve como advertência aos que começam a ver no janota enfeitadinho, um candidato em quem votariam para presidente .

A FRASE DE UM ADVOGADO

Do advogado Evânio Moura que requereu o habeas corpus para o empresário José Antônio, dono da Torre, a frase curta e emblemática: ¨Delação é coisa de escroque, de gente sem caráter. Quem faz delação premiada é quem tem culpa e quer livrar-se dela¨.

O advogado não deixa de ter razão. Se houvesse um aparelho de detectar caráter, decência, respeito, dignidade, sentimento de honra, ele poderia percorrer todos os que têm sido delatores, e com certeza, neles não encontraria nenhum desses atributos. Todos, como bem definiu o advogado Evânio Moura, nada mais são do que escroques. A delação é um instituto criado especificamente para esse tipo de gente: os escroques.


A “ITABAIANIZAÇÃO¨ DE SERGIPE”

Sobre a ¨Itabaianização de Sergipe¨ título que demos a uma nota nos escritos da última semana, o deputado Zezinho Guimarães manifestou-se apoiando a ideia. A ¨itabaianização¨ significaria um processo de disseminação do espírito de empreendedorismo, das energias reveladas pelo itabaianense, e que fizeram do município uma referencia em criatividade, e da improvisação que dá resultados. Tudo isso gerou riqueza, e houve um natural processo de repartição menos desigual, multiplicando e pobres ascenderam à classe média.

No governo de Albano Franco, quando muitas indústrias vieram aportar em Sergipe, Zezinho foi Secretario da Indústria e Comércio, e teve uma atuação positiva na atração desses empreendimentos. Aqui chegaram fábricas que utilizam mão de obra intensiva, tais como as calçadistas. Essas indústrias, lembra Guimarães, costumam gerar uma larga cadeia produtiva, são assim uma espécie de montadoras de veículos em escala reduzida.

A partir de um processo de ¨itabaianização¨, entende Zezinho que seria possível montar um projeto em vários outros municípios, visando despertar o micro, o pequeno empresário, para criar em Sergipe o suprimento de insumos destinados às calçadistas, a West Coast, a Azaleia, a Dakota, que produzem, por dia, milhares de pares. Seriam fábricas de embalagens, caixas de papelão, principalmente, de solas, fivelas, cadarços, colas, tudo aquilo que entra na fabricação de um sapato, um tênis, uma bota, uma sandália.

NA NOVA CUMBUCA JÁ SE PODE METER A MÃO

A revista Cumbuca já circula, anuncia o editor, abnegado homem da cultura Amaral Cavalcanti. João Augusto Gama Secretário da Cultura, (finalmente um ligado ao metier) soma-se com Roriz e Milton Alves, que tocam em frente à SEGRASE e a Editora de Sergipe, para uma distribuição da revista pelo Brasil.

É, sem duvidas a Cumbuca, um requintado cartão de visitas da inteligência sergipana. No próximo número em preparação Amaral quer incluir um tratado geral do assovio, texto lindo escrito por Murilo Mellins, que a ele deu apenas o nome simples e despretensioso de O Assovio.

OS CANAIS E O MANGUE

O prefeito Edvaldo Nogueira acaba de concluir um procedimento indispensável, mas que há algum tempo fora esquecido. Limpou uma parte dos canais que cortam a cidade, entre eles o Tramanday. Com as águas fluindo melhor, já dá sinais de vitalidade o mangue que morria na reserva desprezada junto ao bairro Jardins, Os canais limpos reduzem a intensidade das enchentes, provocadas pelas chuvas ou grandes marés.

O SATÉLITE RUMO À INDEPENDENCIA

A independência do Brasil não se fez com aquele grito às margens do Ipiranga. Aquilo foi apenas o começo de um processo que se fez com luta e muito sangue, sacrifícios, coragem, para vencer desafios, a começar pela própria extensão da terra enorme onde se manteve um Brasil gigante e unido.  Independência se faz com economia forte, com povo saudável, bem alimentado, com capacidade para defender-se e de manter a harmonia interna, com democracia, e leis aplicadas.

Quando o general-presidente Geisel rompeu o acordo militar com os Estados Unidos que nos humilhava, houve quem o chamasse até de comunista. Agora, depois de tanto tempo concretiza-se um projeto iniciado ainda por Lula, e paralisado pela estranha explosão na base de Alcântara, no Maranhão. O satélite brasileiro está no espaço a 36 mil quilômetros.

Foi transportado por um foguete Ariane, francês, desde a base na Guiana francesa. Já deveríamos ter também os nossos foguetes, capazes de fazer o que fez o Ariane. Mas o satélite é um grande passo. Custou mais de 2 bilhões de dólares,  levará  comunicação a todo o Brasil em banda larga, e deixará as nossas forças armadas livres da intromissão estrangeira nas suas informações estratégicas.

OS DELEGADOS E OS SEUS SALÁRIOS

Os delegados de polícia de Sergipe têm plena razão quando reivindicam salários idênticos ao dos defensores públicos e promotores de justiça. Não há justificativa para que recebam menos, a não ser as agruras financeiras.  Os delegados foram comedidos nessa anunciada suspensão de serviços por tempo determinado, deixaram setores essenciais funcionando.

A lei, alias, proíbe agora greve de policiais.  Quando podem novo concurso para delegados, podem estar dando um tiro no pé. Seria, dentro das limitações existentes, o salario reajustado e a concordância com o acumulo de cargos o melhor caminho. Por que um delegado não poderia exercer a sua jurisdição em dois ou três municípios vizinhos, que, somados, nem chegam a 10 mil habitantes, e sendo gratificados por isso?

ANTES SÓ DO QUE MAL ACOMPANHADO

O deputado André Moura, disse que poderá alterar seu projeto de candidatar-se à reeleição e disputar o governo do estado. Informou que estimulado por Edivan Amorim, estaria intensificando seus contatos políticos. André não precisaria de Edivan para nada, atrelando-se a ele, já apareceria como instrumento das maquinações do cidadão que tem apenas um falido projeto pessoal para controlar Sergipe. Edivan é que deveria andar a reboque de André, que tem prestígio em Brasilia, e poderá usá-lo, embora com os devidos cuidados, diante das demandas que lhe serão apresentadas.


SEM FESTA E COM DOAÇÕES

No seu aniversário nesse dia 6, Jackson Barreto dispensou festas e presentes. Nas redes sociais postou uma mensagem, repleta de sensatez e demonstração de solidariedade.  Pediu aos amigos que em vez de presentes e festas adquiram bens, e façam doações às instituições de caridade.

É um modelo que poderia ser seguido por todos os políticos. Mereceriam assim, como Jackson, parabéns pela data, e, sobretudo pela iniciativa.

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