Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
AS PESTES AJUDARAM A MUDAR O MUNDO
17/03/2020
AS PESTES AJUDARAM A MUDAR O MUNDO

(A França tem governo responsável, aliás, quase como em todos os outros países)

Pode parecer contraditório, absurdo ou paradoxal, mas, depois das pestes devastadoras, por cima de um montão de cadáveres, a humanidade refletiu, reencontrou elos civilizatórios perdidos, alterou comportamentos, talvez até se tenha “reumanizado". Tratamos, aqui, apenas das pestes que assolaram a Europa. As pestes que irromperam na China, na África, nas partes do mundo ainda desconhecidas pelos ocidentais, não caberiam num texto que deverá ser suscinto.
A peste negra era uma tragédia recorrente na Europa.
Uma delas, chegou na culta e civilizada Florença, onde as artes recebiam o amparo dos poderosos da refulgente República, e ninguém se insurgia contra a cultura. Muito pelo contrário. 


Da peste de 1348 que matou metade dos florentinos, surgiu o Decameron, o livro escrito por Bocaccio, que assim se constrói: 
Para fugir da peste, um grupo de três moças e sete rapazes, refugia-se numa vila nos arredores da cidade, supondo, assim, estarem protegidos do contágio. Eles começam a narrar histórias. O que Bocaccio imaginou e colocou em livro, transformou-se, simplesmente, num dos marcos que assinalam o florescer do Renascimento. Todos os demais livros,  desde então, seguiram os traços humanistas do Decameron, que atravessaria os tempos e influenciaria um pensador da Idade Moderna, Rousseau, na sua busca de sintonia entre a civilização e a natureza. Nas histórias do Decameron, afloram circunstancias que a densidade opaca do conservadorismo,  refugiado nos castelos e conventos, costumava ignorar, ou reprimir.
O Decameron, indo além das pesadas portas dos castelos e palácios, além, igualmente, daquele modo de uma fé sufocante que a todos se buscava impor, hipocritamente, é verdade, revela uma juventude que sonhava, amava, e ansiava um novo mundo. A literatura ocidental evoluiu, passou a tratar de questões humanas, a partir de livros como o Decameron, concebido numa época da peste.


Quase um século depois, em 1453 caía Constantinopla, e os historiadores convencionaram que ali acabava o medievo e nascia a Idade Moderna. Com os sarracenos dominando o grande empório comercial, onde se encontravam as caravanas vidas do oriente, e os barcos que cruzavam o Mediterrâneo,  comerciantes, armadores e financistas que enriqueciam com o trafegar de mercadorias por aquela rota  ameaçada, foram encontrar , naquela Escola criada por Dom Henrique, no extremo sul de Portugal, o conhecimento, a coragem e a habilidade náutica para vencer o Mar Oceano, e começar a epopeia das grandes navegações e fantásticas descobertas.
A mais importante delas, para aquele tempo: o caminho marítimo das Índias, de onde vinham a pimenta, o cravo, a canela o açafrão, algo tão importante para a economia, como ainda é o petróleo na atualidade. As especiarias davam gosto e conservavam as  insípidas e desgostosas comidas, nas mesas até então sem graça, da parcela restrita da população europeia que conseguia ter fartura.
A abertura das fronteiras do mundo conhecido, o contato com novos povos, a intensificação do tráfego marítimo, moldaram a estrutura básica do capitalismo nascente, e apressou o fim do Feudalismo.
Tudo isso ocorreu quando uma peste muito mais ampla e letal do que a outra que assolara uma parte da península italiana, se espalhava por toda a Europa, impulsionada, também, pela onda de frio, quase uma mini era glacial, que fez cair muita neve até nas margens africanas tépidas, do solar Mediterrâneo.
Os homens de negócios não tinham consciência de que estavam dando um salto, sepultando um sistema econômico e fazendo nascer um outro, enquanto  ampliavam o comércio, e encontravam parceiros e braços, de preferencia escravos, pelo mundo a fora. Nisso, se aliaram a parceiros corajosos, destemidos, entre os portugueses e espanhóis, principalmente, que  venceram o “Mar Ignoto”, fincaram seus estandartes em praias do outro lado do mundo. Paralelamente, forjava-se o Renascimento, semente cultural de um mundo novo. 
O navegante arrojado que  se enfiava num barco frágil, tantas vezes preferia a incerteza da longa jornada, a permanecer em terra e ser vítima daquela peste, que dizimava a população.
Hoje, aqui no Brasil, o que nos atormenta não é exatamente uma peste, trata-se de uma virose, cujas causas são bem identificadas, e o transito do tal corona vírus tornou-se mais conhecido, graças às pesquisas realizadas em Universidades nossas, brasileiras, tão detratadas pelo obnubilado ministro da educação, que disse existirem nos campi plantações de maconha e laboratórios de cocaína. Temos tratamento adequado, a população não vai morrer como acontecia antes, diante dessas calamidades pestilentas.


Assim como historicamente as pestes abriram novos e promissores caminhos para a humanidade, é possível que façamos um salto qualitativo em direção a uma sociedade menos contaminada pelos piores sentimentos, como agora anda a nossa, brasileira.
Essa emergência, essa facilidade como toda uma engrenagem montada ao longo do tempo se dissolve diante de um bichinho microscópico, poderá nos conduzir à reflexão sobre esses dias infelizes e repletos de maus presságios.
Quem sabe, os que tripudiaram sobre protocolos sanitários, os que fizeram pouco caso da pandemia, os arrogantes que se acham donos da razão e proprietários desta nação que não quer donos nem condutores autoritários, e se sente capaz de traçar seu próprio destino, sem imposições  de ideólogos e fanáticos; quem sabe, diante das dimensões da tragédia econômico-financeira que se desenha no horizonte próximo, eles  se afastem dessa marcha ensandecida de ódio e  insensatez. Por força das circunstancias  irão  recobrar a razão?
Já existe, sólida, em todos os setores responsáveis da sociedade brasileira a convicção de que  o desastre causado por esta pandemia  não será superado, caso persista o clima de tumulto gerado por um presidente que estimula atos contra o Congresso Nacional, contra o Supremo. Isso, exatamente, no auge de uma crise, quando em todos os países  os governantes juntam as suas populações em direção a um mesmo objetivo, aqui, o presidente oferece, ele mesmo, os piores exemplos, e desdenha das medidas adotadas pelo seu próprio Ministério da Saúde.
Mas a esperança deve prevalecer. Breve, e que esse breve até possa ser brevemente, iremos ver uma onda de sensatez espalhando-se pelo país , encaminhando tudo para um reencontro fraterno entre os brasileiros, escorraçando o ódio, os odientos,  aqueles que passam pela vida  como se ela fosse um palco trágico, um coliseu romano, onde feras e homens se estraçalham numa luta inglória de vida e morte.
Aos que gritam viva a morte,  digamos, com suavidade: Viva a Vida.
Se esse grito se repetir, o Brasil voltará a ser a pátria do entendimento e da cordialidade. Isso precisa acontecer, as lideranças brasileiras conscientes da gravidade do momento, terão de unir-se.  Sem um clima de  pacificação política e social, o Brasil não será reconduzido à normalidade. Com a sua imagem refeita, retornariam os investimentos,  a economia reiniciaria  a recuperação esperada por todos; principalmente pelos que formam a cifra enorme de desempregados, e aqueles  que agora estão vendo desabar  as suas esperanças.
Um homem talhado para liderar esse processo seria, sem dúvidas, o vice -presidente Mourão. A ele, o  presidente poderia delegar a tarefa urgente, e então, ficaria com todo o tempo disponível  para fazer o que mais gosta. Coisas assim, como chutar bonecos de Lula, assistir jogos de futebol, e postar nas redes  ideias desconexas. E raivosas.

INFORME PUBLICITÁRIO

Deso recebe o Selo Social ODS 2019/20

A sustentabilidade preza pela conservação do meio ambiente a partir de ações ecológicas praticadas pela sociedade. Pensando em premiar empresas e pessoas que atuam a favor das questões sustentáveis, o “III Encontro Estadual dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)” aconteceu na última terça-feira, 10, no auditório da reitoria da Universidade Federal de Sergipe (UFS), e foi organizado pelo Movimento Nacional ODS. Devido ao trabalho de responsabilidade socioambiental praticado pela Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso, a empresa recebeu o Selo Social ODS 2019/20, por conta dos projetos de incentivo à leitura, plantio de 50 mil mudas e o ônibus Saneamento Expresso, realizados pela Gerência Socioambiental (GESA) e Gerência de Meio Ambiente e Mananciais (GMAM).

Na abertura do Encontro, um vídeo produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável foram desenvolvidos. A partir de um acordo feito entre 193 países, na reunião da cúpula da ONU, 17 aspectos urgentes foram escolhidos para tornar o mundo mais sustentável e igualitário. Até 2030, as metas adequadas à realidade de cada país devem ser cumpridas, para a concretização dos objetivos. Em seguida, foi explicado o que é o Movimento Nacional ODS, formado pela sociedade e organizações, cuja representatividade está em todos os estados do Brasil com coordenações locais, além de uma nacional. O outro momento foi o da entrega do Selo Social ODS para aquelas instituições que já trabalham os ODS em Sergipe, a fim de firmar que elas estão no caminho certo. Durante a tarde, oficinas foram ofertadas a respeito de ações sustentáveis.

A Deso possui uma aderência muito grande a três objetivos que dizem respeito especificamente ao uso da água, atuação social e ambiental, mas nada impede que possam atuar nos demais. Ter essa certificação é um diferencial, e mostra que a Deso tem um alinhamento com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e, a nível do estado de Sergipe, tem esse destaque a ponto de fazer jus ao uso do Selo. Sem sombra de dúvidas, o recebimento do Selo é uma forma de incentivo para a criação de novos projetos na Companhia, em prol da sustentabilidade.

RECONHECIMENTO

Os trabalhos integrados das gerências da empresa tiveram como êxito esse reconhecimento do Selo, onde ações conjuntas foram enquadradas nos objetivos. Tanto os programas que já vinham sendo desenvolvidos pela Deso, quanto projetos que se aprimoram a cada ano, como o de incentivo à leitura, o Saneamento Expresso e o projeto das 50.000 mudas, são pavimentados por todos esses anos de educação ambiental. Outras unidades também fazem práticas envolvidas nos ODS, que devem ser resgatadas e aprimoradas para conseguirmos galgar outros objetivos e trazer para a empresa mais selos de reconhecimento de qualidade.

O encontro foi uma atitude salutar para Deso, dentro do viés de responsabilidade socioambiental e compromisso com a sociedade. No Planejamento Estratégico da Companhia, já existem diretrizes específicas do ponto de vista socioambiental para atrelar à perspectiva quinquenal da empresa. A interação com o meio ambiente e consciência do ponto de vista ambiental, de garantia sustentável das nossas ações, já vêm de um certo tempo. Porém, a cada dia, vamos nos aprimorando e incorporando novas prerrogativas que surgem com o andar extremamente rápido da evolução da nossa sociedade.
 

COMUNICADO 

MF Tour, KARRANCAS e ECO PARQUE

Parar, interromper atividades de lazer envolvendo dezenas de milhares de pessoas, e todos os nossos colaboradores, não deixa de ser uma decisão amarga.
Todavia, conscios da nossa responsabilidade social e fiéis ao compromisso de zelar pela integridade física e o bem estar dos nossos clientes, assim decidimos  paralisar as nossas empresas.
Atravessamos,  no Brasil e no mundo, um momento extremamente grave. A pandemia do coronavirus espalha-se e impõe aos governos e à sociedade em geral inesperados sacrifícios.
Como empresa estamos fazendo a nossa parte, assumindo o ônus pesado da renúncia às receitas que asseguram a nossa sobrevivência. Isso, para que possamos manter perfeita sintonia com os protocolos   definidos pelas autoridades da Saúde.
Esta será a nossa parcela de colaboração à uma luta que é  de todo o povo brasileiro.
Não fixamos data para o retorno dos nossos serviços. Isso acontecerá, esperamos, com a brevidade possível, quando não houver mais riscos à saúde dos nossos clientes e colaboradores.
Confiantes na ação dos  governantes, e na  força do povo brasileiro, acreditamos , firmemente, que o desafio será vencido.
Retornaremos com mais energia, mais entusiasmo , sobretudo revigorados, para assegurar a solidez do nosso conglomerado de empresas, a tranquilidade dos nossos colaboradores, e servindo  aos nossos clientes com o mesmo referencial da qualidade dos nossos serviços turísticos.
Atenciosamente,
Manoel Foguete e Júnior Brasil

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