
NESTE BLOG
1) AS VOZES DAS TREVAS E O FIM DOS DITADORES
2) COMEÇA HOJE O CANINDÉ AGROSHOW
(MATÉRIA PUBLICADA EM 31/05/1999)
AS VOZES DAS TREVAS E O FIM DOS DITADORES
Uma bandeira americana no 7 de setembro, o legado de Bolsonaro, levado adiante pelo bolsonarismo mais irresponsável.
O deputado Bolsonaro, capitão reformado do Exército, se diz representante de um tal pensamento radical extremado que existiria nos quartéis. Em nome dessa atribuição terrível de porta-voz das trevas, ele disse,, semana passada, que a revolução de 64, errou, porque não fuzilou trinta mil corruptos, entre eles Fernando Henrique Cardoso. Tudo isso em nome de uma limpeza moral que ele defende agora, com a instalação de uma ditadura e o fechamento do Congresso.
Esse tipo de atentado à própria dignidade humana parecia coisa morta, fazendo companhia aos cadáveres de Hitler, Stalin e outros bandidos históricos de igual estirpe. Mas a sugestão satânica foi feita numa televisão por um parlamentar eleito pelo povo, e o pior é a receptividade que tais disparates criminosos sempre encontram , entre pessoas até mesmo bem intencionadas.
Imagine-se logo depois de vitoriosa, a chamada revolução de 64 dando carta branca para uma caça e fuzilamento de corruptos. Teríamos algo bem pior do que a fase do Terror durante a revolução francesa, que, pelo menos, ainda obedecia a certas formalidades presumivelmente legais.
Imagine-se aqui em Sergipe o que teria sido perpetrado, pela sanha psicótica do capitão de marinha Pessoa Fontes, que chefiou uma CGI, ( Comissão Geral de Investigação) e enxergava corruptos e subversivos rondando perigosamente à sua volta, como fantasmas malfazejos. Sem ter licença para matar, como o famoso agente 007, o capitão, fazendo ameaças e perseguições, levou alguns cidadãos à morte pelo suicídio ou enfarto.
A sugestão de Bolsonaro faz lembrar Heidrych, verdugo nazista. Nomeado gauleiter na Tchecoeslovaquia, ao assumir suas tenebrosas funções, conspurcando a beleza e as tradições humanistas que emanam da velha capital, Praga, prometeu enfileirar milhares e milhares de cadáveres, para realizar a limpeza étnica e moral entre os judeus e eslavos.
Ditadura, é sempre sinônimo de violência, de arbítrio, de injustiça,
intolerância e retrocesso.
Oliveira Salazar, sisudo ditador português em trajes civis, e professor de finanças públicas, aparentava ser o autocrata paternal, cuidando zelosamente da estabilidade do escudo, da moral e da religião dos portugueses, e mandando pintar de branco os casebres encarapitados nas elevações que circundam Lisboa, para dar-lhe uma aparência turisticamente agradável. Até mesmo a imagem de solteirão casto ele se esmerava em cultivar. M,orreu em consequência de uma queda da cadeira de balanço , onde fornicava com a velha governanta. As ditaduras seriam apenas grotescas, se tivessem final assim tão surrealista, com o ditador caindo da cadeira, e sobre ele uma matrona gorda, ou, como o seboso Francisco Franco, antes de ir finar-se numa UTI, sendo assediado pelos áulicos e parentes ávidos, e entre eles distribuindo títulos nobiliárquicos, fazendo condes, e duques, contemplados ainda com a enorme herança do patrimônio que acumulara, sempre em nome de Deus e da Espanha.
Ditadura e moral são coisas incompatíveis, e, tanto é assim, apenas para ficar num só e forte exemplo, que, como se sabe, o maior símbolo da repressão pós 64 no Brasil, o delegado de polícia Fleury, morreu ao cair da borda do seu iate ancorado no litoral paulista. Com salário de delegado ele possuía iate, mas, seguramente, não estaria entre os trinta mil corruptos que o deputado Bolsonaro entende, deveriam ter sido justiçados com o fuzilamento.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES, E ATUALIZANDO
O texto acima, escrito em maio de 1999 , e publicado no Jornal da Cidade ,demonstra que o escriba não tem um mínimo de simpatia pelo ex-capitão , na época deputado federal, e já enlameando o mandato que exercia.
O sr. Jair Messias Bolsonaro, agora condenado pelo STF a uma pena de 27 anos e três meses, mereceria prisão perpétua, se bem avaliados os enormes tumultos e absurdos que cometeu ao longo da sua repugnante carreira, agravando ainda mais sua ação deletéria, quando chegou ao posto que, naquele ano, seria inimaginável que viesse a ser alcançado, tal o seu comportamento politicamente desregrado , o seu desprezo fascistoide pela democracia.
O fato real e espantoso , é que ele foi, apesar da sua ausência de compostura, seu desrespeito pelas normas civilizadas, seu primarismo , ou ignorância, o trigésimo sétimo presidente da República Federativa do Brasil.
Sem nada de construtivo realizar, pelo contrário, simplesmente destruindo, devastando, e desde o inicio do mandato mobilizando militares e civis fanáticos e armados, para realizar o seu sonho nefasto de bater no peito e proclamar aos filhinhos, tão carentes de sensatez quanto ele: “ Papaizinho agora é o ditador do Brasil “. Por pouco, muito pouco, não alcançou o intento.
E não conseguiu porque a cúpula das Forças Armadas, travou os seus propósito, enxergando o quadro institucional que resultaria da repressão em massa, assassinatos, e tudo o que costumam fazer as ditaduras mantidas pelas armas.
Mas, tendo em vista as circunstancias atuais, o clima político e geopolítico eivado de problemas, e os riscos que existem de exacerbação maior da odiosidade que separa os brasileiros, ( esse legado de Bolsonaro) as penas aplicadas, a forma como foram anunciadas, onde se incluiu uma “ brincadeirinha sobre o Corinthians “, em nada ajudam a aliviar o pesado clima que vivemos.
O Ministro Alexandre Morais foi um baluarte corajoso, quando se tratou de conter e punir a canalha que depredava os três poderes da República. Nenhuma duvida sobre a origem daquela explosão de bagunça de uma multidão. Sem o incentivo, sem a “ inspiração”, sem a ladainha golpista de Bolsonaro nada daquilo teria acontecido. Os militares tresloucados que até planejavam assassinatos, fizeram tudo aquilo à sombra protetora de um presidente comportando-se como ambicioso desordeiro. Todos, sem dúvida, tornaram-se criminosos. Todos, sem dúvidas, bateram palmas quando Bolsonaro fazia suas motociatas, seus comícios, onde xingava, ameaçava, afrontava as instituições. Afinal de contas ele era o “ imbrochável.
Mas, apesar de tudo, o STF deveria ir além da frieza da lei, sopesando as consequências perigosas de lançar mais gasolina na fogueira do Brasil.
Não seria covardia, não seria submissão, apenas , uma dosimetria sem exageros, e o risco de ser levado ao Superior Tribunal Militar a questão do cancelamento das patentes, a mais desonrosa punição que pode sofrer um militar.
E ainda somando-se as dúvidas, os desmontes que irão acontecer desde o momento que um STF draconiano e sem a base do respaldo de um consenso social, deu motivos para “passar manteiga no pão mofado do bolsonarismo.”
Uma pena mais palatável, que não deixaria de ser uma advertência aos futuros candidatos a promoverem golpes, porque generais não deixariam de ir parar numa prisão, seria, além da aplicação da Justiça, também um aceno ao bom senso, que recomenda “menos sede ao pote”, e mais cuidado na avaliação das circunstancias complexas, no plano interno, e na vulnerabilidade geopolítica do país, já atingido pelos absurdos que um Trump, “ senhor do mundo”, poderá ainda cometer ,com maior dose de estupidez.
Só uma ligeira observação: o almirante Garnier recebeu uma pena superior a vinte anos de cadeia.
Ninguém tem duvida de que ele era golpista, que era subserviente a Bolsonaro, mas, o que fez?
Disse que colocava suas tropas à disposição dos intentos golpistas do presidente. Mas, movimentou tropas , “acendeu os fogos” das suas belonaves, pôs em prontidão os fuzileiros navais ?
O STF, onde estão cabeças pensantes, juristas de primeira linha, poderia fazer sua defesa intransigente da Constituição, mas ,sem perder de vista o clima que vivemos. A necessidade de apresentar-se com extremo recato, com a aura da solenidade indispensável ao tamanho das suas complexas atribuições.
Não caberia, principalmente naquela ocasião, lembrar do Corinthians.
Só uma lembrança: aquele Tribunal formado após a Segunda Guerra para julgar os maiores criminosos da história, os verdugos principais do nazifascismo , em nenhum momento perdeu a circunspecção , a extrema seriedade que o julgamento impunha. Condenou alguns à forca, outros à prisão perpétua, uns poucos a pena menores , ou seja, houve uma rigorosa dosimetria.
LEIA MAIS
(PUBLICIDADE)
COMEÇA HOJE O CANINDÉ AGROSHOW
De Canindé do São Francisco agora surgem as boas notícias. O município vive um período de transformações.
O turismo em expansão, será sustentado por hotéis em fase de acabamento, por novos projetos saindo da prancha, numa visão contemplando natureza e equipamentos de lazer. Uma praça de alimentação já funciona, movimentando as noites, trilhas e prática de esportes diversos estão sendo aprontadas.
O Prefeito incluiu no seu plano de governo a transformação de Canindé em um município verde. Para isso intensifica-se a arborização e estão sendo iniciados os Bosques, serão dez, cada um plantado com um tipo de árvore da caatinga.
Tomando lugar no trem da economia do leite que muda o panorama econômico-social do semiárido sergipano, está em execução um projeto para gerar condições de crescimento aos pequenos produtores. Será em parceria com o SEBRAE e o governo do estado, e abrange desde financiamento para ampliação dos rebanhos de vacas leiteiras ao melhoramento genético.
Fica o convite da PREFEITURA MUNICIPAL para que as pessoas conheçam melhor os cânions, e as transformações que ocorrem em Canindé, participando do CANINDÉ-AGROSHOW, hoje, sexta feira dia 12, até domingo dia 14.
Paralelamente à exposição de implementos agrícolas, de equipamentos de última geração, tratores, ordenhadeiras, fertilizantes, defensivos agrícolas, veículos, os que se dedicam ao agronegócio poderão fazer boas aquisições, e haverá, também, para todos, apresentações diárias de artistas sergipanos, na sua maioria, para prestigiar a “ prata da casa”, que agora ganha dimensão nacional.
O CANINDÉ – AGROSHOW será uma animada mostra da força econômica do semiárido sergipano, e da cultura regional.
NÃO PERCA