Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
DESDE  A “ GUERRA DA LAGOSTA” ATÉ O DUELO COM ELON MUSK (2- final )
02/05/2024
DESDE  A “ GUERRA DA LAGOSTA” ATÉ O DUELO COM ELON MUSK (2- final )

NESTE BLOG

 

1) DESDE  A “ GUERRA DA LAGOSTA” ATÉ O DUELO COM ELON MUSK ( 2- final )

2) MARIA FELICIANA OU  A “ CUÍCA DO BRASIL “

3) BOLSONARO O PL EMÍLIA E UMA PROVIDENCIAL DOR DE BARRIGA

3) A TRAGÉDIA GAUCHA

4) ROSALVO MACHADO FREITAS

5) FRANCISCO ALBERTO FERNANDES FEITOSA

 

 

DESDE  A “ GUERRA DA LAGOSTA” ATÉ O DUELO COM ELON MUSK ( 2- final )

1963 um avião brasileiro sobrevoa navio de guerra francês.

Elon Musk um gangster que é um dos homens mais poderosos do mundo.

 

 

No blog anterior concluímos o primeiro capítulo da matéria com este mesmo título, afirmando: Precisamos aprender com Bismarck cérebro político e militar da unificação alemã o que vem a ser a “ realpolitik”.

 A Prússia era a região mais importante entre os chamados países germânicos na Europa central, que se uniram formando a unificada Alemanha.

Para sair-se bem nesse complicado jogo de xadrez  geopolítico, isso em 1871,  Bismarck não teria apenas de convencer alemães a viverem numa só pátria, mas , demonstrar aos desconfiados vizinhos que a Alemanha não seria uma espécie de Prússia aumentada, militarizada e agressiva.

A sua habilidade geopolítica consistiu em  aquietar regionalismos, prometer uma pátria comum e acolhedora  , e aliviar tensões , principalmente com os grandes e temerosos impérios, que  cercavam a recém nascida Alemanha, ou, do outro lado da canal da Mancha, a Inglaterra, com o seu colossal Império e uma imbatível força naval.

Para isso, precisava avaliar bem as circunstancias, calcular riscos, entender a psicologia de autocratas europeus, calcular o poder de retaliação de cada um, e forjar alternativas de cooperação, ou preparar-se para a inevitabilidade das coisas.

A isso os críticos ou biógrafos de Bismarck denominaram “ realpolitik  “,  política real “ ou seria a política possível ou do possível.

Nos dois casos que abordamos, a “ Guerra da Lagosta “ de 1963, entre França e Brasil em que  não houve um só tiro, nem mesmo de advertência, felizmente não houve a guerra, e sobrou o anedotário.

 Já o  conflito de agora com o trilionário em dólares Elon Musk,

 

 poderá transformar-se em anedota, ou nos causar pesados prejuízos.

Elon Musk   tem nas mãos  um arsenal inimaginável de “armas” tecnológicas que nos podem causar pesados transtornos. Ele está sendo  objeto de investigações por ter afrontado a soberania nacional.

Por que ?   Musk teria ameaçado descumprir ordens aqui no nosso país. Para isso, existem as punições especificas para cada caso, sem ser necessário  transformar  prováveis insultos às autoridades brasileiras em questão de Estado.

Musk não é exatamente um ativista político de extrema direita. Ele não tem um único objetivo :  ganhar dinheiro e ampliar poder pessoal. Para isso, se preciso for, agirá com a desfaçatez, a felonia , a crueldade de  gangsters  dos anos vinte e trinta, que dominavam as grandes cidades americanas.

Se para alguns desses antigos mafiosos a meta a alcançar seriam cidades como Chicago ou Nova Iorque, para o sul africano americanizado Elon Musk, sua meta é o planeta terra e agora , as estrelas........

 

A fortuna de Musk disparou quando Barak Obama na presidência  liberou generosamente bilhões de dólares para que ele avançasse no seu projeto da TESLA, a pioneira montadora dos carros elétricos, agora, aliás, atravessando queda preocupante nas vendas. Nesta semana Musk estava na China, tratando  com  as maiores autoridades do país, sobre problemas na sua fábrica chinesa.

Ele já entrou em conflito com o governo da Austrália, está enfrentando barreiras na Europa, e não deve estar interessado em perder o mercado brasileiro, que é um dos maiores do mundo.

A extrema direita brasileira em sintonia com todas as desconexões extremistas ou anarcopopulistas que ocorram pelo mundo, já fez de Musk o seu novo ídolo. E ele aprecia desempenhar esse papel.

Voltando a “ realpolitik”. 

 Seria agora a undécima hora para que tentemos entender, com exatidão,  o que teremos a ganhar com um acirramento  deste  conflito  envolvendo um homem que controla o cyberespaço ?

Talvez, soaria mais oportuno e realista mandar o Embaixador brasileiro em Washington conversar com Musk, falar sobre coisas que soam como música  aos  ouvidos do trilionário,  minérios raros, o lítio, nióbio, o nosso mercado em expansão. Depois, convidá-lo a vir ao Brasil, uma segunda vez, sem muita pressa,  conhecer melhor o país , as suas autoridade, o seu povo.

Se ele resolver investir no Brasil, seja lá no que for, e o fizer de acordo com as nossas leis, como isso aqui não é uma “ Casa de Mãe Joana “, qual o maleficio que ele poderia nos fazer?

Iríamos ser espoliados ? Ele estaria conseguindo fazer isso na China, onde tem talvez a maior parte dos seus negócios?

Não sem motivo, um dia, Nelson Rodrigues diagnosticou um dos males do qual nós brasileiros estaríamos a sofrer: o complexo de vira - latas.

Lá se vão 40 anos, e não há “ psicólogo”,” psicanalista” ou mesmo “psiquiatra”, que nos possa indicar uma cura ?

 

MARIA FELICIANA OU  A “ CUÍCA DO BRASIL “

O prédio deveria mesmo chamar-se, Maria Feliciana. 

 

Nos idos dos anos sessenta descobriu-se que uma moça sergipana, um tanto desengonçada,  do alto dos seus mais de dois metros de altura, (nunca exatamente centimetrados) seria, com certeza, a mulher mais alta do mundo.

Surgia Maria Feliciana a gigante de alongadas saias.

Ela viveu um tempo de fama, Circulou pelo Brasil e até chegou a exibir-se em circos mambembes, sem muito êxito.

Feliciana dobrava-se sobre um fusca, e do outro lado conseguia acionar a maçaneta  e abrir a porta.

Técnicos de basquete e vôlei tentaram fazê-la praticar aqueles esportes, onde nas equipes femininas não teria rivais. Mas ela positivamente não tinha talento para encestar ou cortar.

Sofrendo de diversos males, causados quase todos porproblemas resultante do corpo desproporcional, Maria Feliciana morreu quase esquecida.

Mas numa nota de falecimento colocaram sua foto ao lado do edifício Maria Feliciana onde aparecia ao alto um símbolo de luto.

O  edifício foi construído pelo governador Lourival Baptista, entre 1967 e 1969. Com seus trinta andares,  e 92 metros era considerado o mais alto do nordeste. Ali Lourival instalou a sede do Banco do Estado de Sergipe – BANESE, Instituto de Previdência e algumas secretarias e deu-lhe na inauguração o nome impoluto.

Antes da solenidade começar  deram conta que o locutor Santos Santana, informara que gripado e quase afônico não iria comparecer. Improvisaram um e lhe deram, um texto adredemente preparado par que ele o lesse, antes do inicio da solenidade.

E o locutor iniciou: Este Edifício Estado de Sergipe, é um orgulho para todos nós. É o mais alto do nordeste e cuica,  ficará assim por alguns anos, até que surja um governador mais arrojado do que o dr, Lourival Baptista.

Poucos prestaram atenção ao nome  de um instrumento  estranhamente inserido no texto ou pela pronuncia errada do locutor estreante e nervoso.  Cuíca.?

 A cuica tem o formato de  um tamborim alongado. No  couro que recobre um dos lados , há um orifício exatamente no centro, onde uma curta vara de madeira rija é movimentada produzindo na ficção com o couro um som como se fosse gemido. Samba sem cuíca perde o gingado.

Pegaram o texto que o despreocupado locutor deixara sobre o púlpito onde falava , leram-no  e verificaram  o que estava escrito:  Este edifício Estado de Sergipe é o mais alto do nordeste, e quiçá  ficará assim,   até que surja um governador mais arrojado do que o Dr. Lourival Baptista”.

Mas o nome que pegou e assim ficou conhecido é Maria Feliciana, quiçá, a mulher mais alta do Brasil, e quiçá a homenagem permaneça e seja oficializada agora, quando ela já está enxergando São Pedro de cima para baixo.

 

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BOLSONARO O PL EMÍLIA E UMA PROVIDENCIAL DOR DE BARRIGA

O mito cercado pelos seus mitómanos 

 

 Bolsonaro é o fruto exclusivo de uma saraivada de mentiras. Fruto sazonado e atraente para muitos, e para outros apodrecido e mal cheiroso.

Mas o bolsonarismo não é um mentira, ele existe, é forte, e os seus integrantes , estão permanentemente mobilizados em defesa do mito, que, no seu íntimo criaram, e o consideram infalível, com mais fervor do que os antigos católicos ortodoxos e conservadores  acreditavam na infalibilidade do papa. Aliás, hoje, para os bolsonaristas mais radicais o papa é comunista, assim como também são comunistas todos os que duvidam  da infalibilidade do mito.

Há, entre eles, os que justificam o quebra- quebra dos prédios símbolos da República, em Brasília, como uma forma lícita, coerente, justa e valorosa de externar a revolta pela gigantesca farsa eleitoral perpetrada com a conivência de todos os poderes, e até de grande parte das forças armadas, onde proliferam os generais melancias, disfarçados de verde, todavia vermelhos por dentro, que, desde criancinhas, foram seduzidos por Fidel Castro e Che Guevara. Por isso, o mito, não foi trazido de volta ao Palácio do Planalto;  e por isso, ele não está hoje governando o país em Estado de Sítio, com as tropas na rua para impor a Lei e a Ordem contra esta gentalha de maus brasileiros, que não faria muita falta, se, aos milhares, fosse encostada num paredão e fuzilada sumariamente.

 O que teria causado esse estranho fenômeno ?

São causas diversas  as existenciais,  que giram desde sentimentos de raiva, ódio, frustração e também de crença, de  entusiasmo, de convicção em um mito, que perdeu a oportunidade de governar, mas, rodou de moto, pilotou  jet-sky , montou a cavalo e saiu a dar gritos de guerra, e assim dividiu o Brasil.

Então, o mito chegou a Aracaju. A recepção foi fraca, mas qual um outro político que hoje consegue colocar gente nas ruas?

As pessoas não acreditam na política, mas acreditam no mito, que fez e faz a pior das políticas,  que é a separação odienta dos brasileiros.

Mesmo assim, políticos que fazem a tradicional política , sem dispensar a ambiguidade, estavam a rodeá-lo, e até, como o senador Laércio, a pendurar-se numa camionete estendendo o braço para amparar o mito.

E havia uma candidata à Prefeitura de Aracaju, um tanto desacomodada, sentindo que o bolsonarismo de raiz não lhe aceita, não lhe quer, e  vai em direção ao deputado Rodrigo Valadares, que ajoelha-se reverente ao pé do mito.

No bolsonarismo de raiz não há lugar para quem não se declare, intransigentemente, completamente , fanaticamente adorador do mito.

O PL de Sergipe, não é exatamente um partido político, é  apenas um instrumento  colocado  exclusivamente a favor das ambições , que não são poucas nem comedidas do  seu atual controlador Edvan Amorim. E note-se, o caixa do PL é bem recheado.  

 Emília está perdida entre duas indefinições: submeter-se inteiramente aos adoradores do mito,  e perder os votos da maioria dos aracajuanos que nele não votou, e submeter-se, também, aos caprichos do controlador do PL, que quer fazer do irmão derrotado em sucessivas eleições, o vice na sua chapa.  

Nas duas situações, ela, aceitando o que estão a lhe impor, dará uma demonstração pública de que na Prefeitura continuaria sendo  dócil cumpridora de ordens, daquelas  absurdamente radicais, ou daquelas outras extremadamente patrimonialistas.

 

 Personalidade, capacidade de decidir e tomar atitudes, não são atributos facilmente encontráveis.

O atilado blogueiro Narciso Machado observou que os que  estiveram no aeroporto, acompanharam o préstito do mito,  mas , não chegaram a por os pés na sede do PL, onde esperava-se o clímax do roteiro aracajuano.

Diante do cenário pífio, o mito ( ele , o  semi-deus, tem estomago e intestinos) alegou  uma indisposição gástrica, uma prosaica  dor de barriga. E foi-se embora.

 

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A TRAGÉDIA GAUCHA

Os desastres climáticos não deixam dúvidas sobre o aquecimento global.

 

No rio Grande do Sul sempre ocorreram enchentes. Uma delas, tida até agora como a mais grave, ocorreu nos arredores de Porto  Alegre com o Rio dos Sinos  transbordando, alagando cidades como São Leopoldo, Canoas, e o Guaíba invadindo uma parte da capital. Isso foi no verão de 1964, um ano depois, uma enchente de grandes proporções registrou-se no Rio de Janeiro, onde houve muitas mortes.

  Entre nós uma enchente enorme aconteceu no final dos anos sessenta.  Afetou pesadamente o sul sergipano, o rio Piauitinga subiu muito, atingiu e quase arrasou a Fábrica de tecidos Santa Cruz, que pertencia ao engenheiro e industrial Jorge Leite. A ponte sobre o rio Itapicuru desabou, e a Br-101 recentemente asfaltada ficou interrompida. Dos dois lados formaram-se filas enormes de veículos, e as baixadas em Entre Rios ficaram completamente alagadas.

As fotos aéreas seriam publicadas numa reportagem na revista Veja, que começara a circular no final de 1968. O piloto  e fotógrafo Valmir Almeida fez as fotos tendo como copiloto um jornalista que escreveu a reportagem. O voo no Skyhawk foi feito com visibilidade quase zero, em meio a uma torrente de água.

Mas nenhuma daquelas intempéries graves registradas pelo país afora, podem comprar-se ao que agora acontece. As cheias no sul da Bahia, em Pernambuco em Alagoas, em São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Santa Catarina, agora mais pesadamente no Rio Grande do Sul, ultrapassam qualquer registro histórico de calamidades desse tipo.

O planeta efetivamente está em transe, e o Brasil não escapa desse eventos espantosos. E isso acontece desgraçadamente num instante em que a Nação brasileira está , ao que tudo indica irremediavelmente separada por uma absurda odiosidade. Não ha mais a família brasileira, o que temos são famílias fragmentadas, divididas, separadas, por algo inexplicável que é a incapacidade de conviver com a diversidade, de dialogar, e entender que teremos de nos unir para que seja criada uma estrutura básica de enfrentamento, tanto às calamidades meteorológicas, como à calamidade da insegurança.  É preciso juntar todos, sejam bolsonaristas, sejam Lulistas, sejam petistas, sejam conservadores, sejam esquerdistas, sejam direitistas, o que não pode prosperar é o extremismo. E a segregação da sociedade.

Nesta quinta o presidente Lula foi ao Rio Grande do Sul, mobilizou o governo, as Forças Armadas, para o socorro urgente, num drama que já ceifou dezenas de vidas e ninguém sabe, ao certo, quanto será o estrondoso prejuízo. Nesses instantes  em que brasileiros sofrem,

 todos os demais devem ser mobilizados solidariamente.

O Brasil é um só, E assim deve permanecer.

Quando houve a enchente terrível no sul da Bahia, o então presidente preferiu flanar numa praia paulista, e até fez referencias desprimorosas ao governador baiano petista.

Esses absurdos não podem caber num país civilizado, e onde a grande maioria da população se declara cristã, outros professando religiões diversas , neste Estado laico, e onde todos rezam, e que devemos intransigentemente defender, para que a solidariedade não seja sufocada pelo extremismo religioso, ou de qualquer outra espécie.

 

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ROSALVO MACHADO FREITAS

 

O rijo sertanejo Rosalvo Machado Freitas, era sergipano, fiscal de rendas, casou com a alagoana Cacilda Damasceno Freitas, tabeliã em Piranhas Alagoas.

Rosalvo, por dever de oficio permanecia em Sergipe exercendo suas atividades de fiscal de rendas, no sertão mais pobre do semiárido. Adquiriu umas poucas terras e tornou-se criador, era preciso somar alguma coisa ao salário para bem criar os filhos que estavam vindo.

Dona Cacilda, mulher decidida, sempre interessada em política, tornou-se Tabeliã, em Piranhas.

Rosalvo e Cacilda fizeram uma boa história de vida, e faziam amigos, e se tornavam pessoas influentes na região onde viviam. Rosalvo, participava mais das coisas do lado sergipano, e Cacilda na margem alagoana.

O general Djenal Tavares  Queiroz, que foi político, deputado, governador de Sergipe, era rigoroso no julgamento das pessoas, a começar pelos amigos, mas dizia:” Rosalvo, ali está um exemplo de servidor público e de homem de bem.”

Nasceram os filhos, e os três ,  Inácio Loiola, Washington Luiz, e Welington, vieram  estudar em Aracaju, Inácio quase sergipanizou-se. Os três foram formar-se em Maceió, Washington em Direito, tornou-se Promotor de Justiça, depois deputado estadual, e é desembargador.

Inácio fez agronomia, depois direito, em seguida história, é deputado estadual em várias legislaturas, intelectual pertence à Academia Alagoana de Letras. Foi Prefeito de Piranhas em dois  mandatos e iniciou o processo de modernização de Piranhas, que, depois, dois sobrinhos filhos de Washington continuariam, Melina,  agora Secretária de Cultura de Alagoas , e  Tiago, o prefeito melhor avaliado do Brasil.

Welington é engenheiro civil, executou vários projetos, exerceu vários cargos,  foi Prefeito de Olho Dágua do Casado.

Dona Cacilda e Rosalvo, acompanhavam o trajeto  dos filhos, dos netos, e comemoravam, rezando, a obra que juntos conseguiram realizar. Dona Cacilda adoeceu, passou mais de dez anos em coma,  Rosalvo nunca saiu do seu lado.

Viúvo, resolveu casar pela segunda vez, e escolheu uma parenta, Valdeci Damasceno Freitas. Partilharam as horas por vezes angustiantes da velhice, e alegraram-se juntos com o fluir da vida.

Dona Valdeci agora está viúva, e o sertão lembrando e rezando por seu Rosalvo.

 

FRANCISCO ALBERTO FERNANDES FEITOSA

  ( CHIQUINHO ) 

 Ele dizia que não era morredor. E gostava de brincar:” tem tanta gente morrendo de câncer, eu acho que um dia ele me pega “. E de fato pegou, mas Chiquinho o venceu, da mesma forma como viu remendar-se o seu corpo depois de um grave acidente.

E não parava de  brincar com as coisas da vida, que levemente ele ia levando. Menino inquieto, nadador no rio, caçador nos matos, ele veio para Aracaju e voltou técnico agrícola,   formou-se na escola do Quissamã , mas foi ser Topógrafo na CHESF.  A politica era e estava na sua alma. Elegeu-se vereador de Canindé do São Francisco, depois foi Prefeito. Dele, fica a lembrança num município sempre tumultuado: nunca atrasou pagamento de  funcionários nem de fornecedor.

Amigo de muitos políticos, tinha uma ligação fraternal com Luciano Bispo, e o acompanhou em todas as eleições. Aproximou-se de Valadares quando Prefeito, e dele conseguiu a instalação em Canindé do primeiro sistema de esgotos da DESO no interior. Tudo pronto e funcionando, mas por uma desses absurdos que só na DESO acontecem, os esgotos até hoje não são corretamente tratados, Belivaldo, ele o chamava de Galeguinho. Vez por outra, pegava num fim de semana o carro e  ia a Simão Dias conversar com o Galeguinho.

Chiquinho, tinha fascinação pela politica e costumava fazer analise e previsões que davam certo, dosando tudo com ironia e humor, o que fazia de um papo com ele, sempre um bom aprendizado. Chiquinho faria 75 neste próximo mês de junho. Canindé sentirá a falta de quem sempre era amigo, e sempre chegava nas horas até imprevistas.

Deixa viúva Luciene Ferreira Feitosa, os filhos Anne Aline, Alex Wagner e Alisson Sóstenes.  E oito netos.

São seus irmãos, Rosa Maria, economista aposentada da  PETROBRAS, ex-Prefeita de Canindé; Avelar, aposentado da FUNASA, ex- vice -prefeito de Canindé;  Silvio, ( falecido ) servidor da PETROBRAS ;  Heráclito, aposentado da CHESF; Epifânio, aposentado da COHIDRO; Delfina, professora,  Dália, empresária e Leônidas, aposentado do Banco do Brasil.

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