Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
Do pasto de engordar bois ao pasto de engordar ratos
16/09/2017
Do pasto de engordar bois ao pasto de engordar ratos

Sergipe já foi conhecido como ¨pasto de invernada¨. Aqui, existiam pastagens onde se fazia a engorda dos rebanhos. Eles subiam do sul baiano e do norte mineiro, para o abate em Alagoas e Pernambuco. As boiadas marchavam vencendo o penoso roteiro que levava de dois a três meses. Saiam no final do verão, quando ainda havia o capim farto do tempo por lá chuvoso que se encerrava. Em Sergipe começavam a pisar o chão molhado pelas primeiras chuvas, e já surgiam os "pastos de invernada", então, os bois magros faziam uma parada, depois de alguns meses, engordados, reiniciavam a marcha para o trajeto final até os principais abatedouros em Alagoas e Pernambuco.

Na decadência dos senhores de engenho, surgiam outros senhores: os ricos boiadeiros, que compravam, transportavam, engordavam e vendiam o gado. Esses ¨boiadeiros¨ começaram a ter influência política. Os senhores de engenho, cultivavam um certo refinamento e pudor, e escolhiam bacharéis para representá-los nos parlamentos, no Executivo, no Judiciário, mas a turma do boi resolveu assumir um protagonismo direto na vida pública. Paralelamente, o Partido do Boi criou uma organização atemorizadora, conhecida como "Sindicato do Crime", ou "Partido da Pistola".

Entre esses boiadeiros, estava um alagoano, que até ajudava, montado, a conduzir o rebanho: era o jovem Teotônio Vilela, depois usineiro e senador. Com o jovem Teotônio andava um pernambucano, que teria depois muita influência na política sergipana e alagoana, José Onias de Carvalho. Onias contava que Teotônio levava livros, e nos acampamentos onde dormiam costumavam ler à luz de candeeiros. Vilela tornou-se referência nacional pela corajosa luta democrática contra o regime autoritário. Onias apoiou o golpe em Sergipe, mas nunca foi delator nem perseguidor mesquinho.

Era rico, morreu pobre, depois de muito fazer política e exercer cargos em Sergipe e Alagoas. Tinha um braço quase estraçalhado por uma rajada de metralhadora dentro da Assembleia Legislativa, no famoso tiroteio entre governistas e opositores. Naquele tempo a maioria dos políticos conjugava com rigor o verbo honrar, e os que não honravam os cargos, roubando, fraudando, eram vistos com reservas e até repulsa.

Estamos a falar em coisas pretéritas, em antiguidades, porque a modernidade que alcançamos, a consciência social que agora temos, o novo patamar onde se acham os que antes eram excluídos, submissos, mudos e amordaçados, fazem parte de um processo civilizatório que não se concluiu ainda, após deixar, em seu rastro, as Casas Grandes esvaziadas, as Senzalas demolidas, e hoje a cidadania reagindo, a qualquer forma de encurralamento. A política desvirtuou-se na roubalheira alimentada com a impunidade, mas não se perdeu ainda a esperança de que venha a ser resgatada do lodaçal onde se meteu, e reiniciada depois da higienização feita por quem tenha coragem para tanto, como o Procurador Rodrigo Janot, que agora encerra sua meritória missão.

Talvez, por desconhecer a realidade sergipana, por fazer pouco caso da nossa capacidade de discernimento, e do grau de evolução crítica da nossa gente, o ousadíssimo e desenvolto integrante da Confraria do Peculato, senador Romero Jucá, intromete-se em assuntos eminentemente afetos à nossa tão preservada sergipanidade, e do alto da sua arrogância, imagina-se com capacidade intimidatória para nos impor um candidato a governador de Sergipe, que já teria sido escolhido por ele e a quadrilha de que faz parte, aliás, já tão bem descrita na acusação da Procuradoria Geral da República, e no relatório das investigações feitas pela Polícia Federal.

O candidato de Romero Jucá é André Moura, um político sergipano que projetou-se nacionalmente pela relação muito próxima com o ex-deputado Eduardo Cunha, estrela do firmamento seboso da corrupção, que teve vida curta. André sobreviveu ao desmoronar do chefe e amigo, e, exercendo inegável liderança sobre grande parcela dos deputados integrantes do ¨Centrão¨, grupo que alguns preferem chamar de ¨Sujeirão¨, tornou-se líder no Congresso, do presidente Temer, agora acusado pelo Ministério Público e Polícia Federal de ser chefe de uma ¨Organização Criminosa¨.

Quando Geddel Vieira Lima estava prestes a sair do Ministério sob pressão da opinião pública, André foi levar-lhe um manifesto de apoio assinado por dezenas de deputados. Escreveram que a habilidade de Geddel era imprescindível para a articulação entre o Executivo e o Legislativo. Enquanto isso, Geddel ia acumulando aqueles 51 milhões, parcela do que roubou, demonstrando suas inegáveis ¨habilidades¨ para travestir-se com a maquiagem de homem público disfarçando a máscara do assaltante.

André, que também responde a processos no STF, não tem sido para Sergipe um deputado ausente ou indiferente, revelando disposição colaborativa com o governo de Jackson, de quem sempre foi adversário, e chega pressuroso aos municípios, onde os prefeitos revelam satisfação imensa pelas verbas recebidas ou prometidas. André, sem dúvidas, é um jovem político agora com musculatura suficiente para pleitear uma candidatura majoritária. O problema para ele seriam os seus apoiadores, tais como: Romero Jucá (respondendo a 17 processos), Eliseu Padilha (o Eliseu Quadrilha segundo seus conterrâneos gaúchos) integrante destacado da organização criminosa chefiada pelo presidente Michel Temer, segundo a Procuradoria Geral da República.

A impressão que fica entre os sergipanos é que, tendo essa turma a cercá-lo, André, se eleito governador, não conseguiria evitar que Sergipe, o antigo pasto de engordar bois, se transformasse rapidamente num pasto de engordar ratos.

(Clique no link e assista o vídeo):

http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/11/lideres-da-base-entregam-geddel-manifesto-de-apoio.html

RICARDO: SÓ VENDO A TV E NÃO SAIREI DE SERGIPE

A TV Sergipe já está mesmo vendida a um grupo de comunicação mineiro. Quem faz essa afirmação é Ricardo Barreto Franco, que também desfaz, com ênfase, a informação de que estaria vendendo aqui todo o seu patrimônio, para ir residir nos Estados Unidos com a família. A venda da TV Sergipe e da rádio Sergipe FM foi motivada por falta de interesse dele e dos demais sócios em continuar atuando na área de comunicação, que considera pouco rentável.

O sócio que resistiu à venda foi o pai de Ricardo, Albano Franco, que, todavia, era minoritário e acabou concordando. Ricardo assegura que não houve atritos com Lourdes Franco viúva do seu tio Cezar Franco, que suas relações na empresa eram amistosas, e que ela também manifestou interesse em vender as suas ações. Ricardo anuncia investimentos no laticínio SABE, que a partir de outubro próximo estará ampliando sua linha de produção, incluindo iogurtes e sucos. O grupo vai também produzir água mineral, e faz há algum tempo investimentos no setor imobiliário.

Ricardo, que é suplente da senadora Maria do Carmo diz que não se sente atraído pela política, tanto assim que recusou-se a permanecer ocupando o Senado enquanto Maria ainda estava afastada, sendo Secretária da Inclusão Social durante a gestão do seu marido João Alves à frente da Prefeitura de Aracaju. Segundo Ricardo ele tornou-se suplente apenas para atender a um pedido de seu pai, e nunca pensou seriamente em tornar-se candidato a governador de Sergipe no próximo ano, estando dedicado unicamente à gerir empresas, o que sempre fez e continuará fazendo, com foco por enquanto, exclusivamente em Sergipe.

GOVERNO E AMBEV VÃO ¨DISCUTIR A RELAÇÃO¨

A Brahma em Sergipe faz parte de um conglomerado multinacional de empresas, a AMBEV brasileira, que avança cada vez mais no mercado mundial das cervejas e já deve ser a segunda maior do mundo. Quase sempre, empresas desse porte revelam um certo estranhamento quando se vêm internamente fiscalizadas por agentes fazendários. O sentimento é o de que estariam sendo afrontadas, enquanto trabalham para gerar empregos, e contribuir para o desenvolvimento.

É compreensível que assim imaginem, da mesma forma que é imprescindível a ação do fisco estadual, especialmente quando surgem dúvidas que precisam ser dirimidas, o que só poderia acontecer com o acompanhamento direto da operação da empresa. Feito isso, se decidirá se os impostos recolhidos corresponderiam, efetivamente, ao volume da produção. Nada anormal, nada ofensivo, apenas, a defesa do interesse do estado, sem nenhuma intenção de gerar um clima negativo na relação com a cervejeira. O secretário da Fazendo professor Josué Passos, é homem sensato, comedido, e rigorosamente técnico, o que pressupõe estrita observância à legalidade dos atos que autoriza.

A Brahma é contemplada ainda hoje com incentivos fiscais, isso já chegando aos 20 anos de operação. Como existe ainda a guerra fiscal, as empresas, quando se julgam desatendidas, logo ameaçam transferir-se para outros estados que ofereçam maiores vantagens. Com a Brahma, pelo que se sabe, essa espécie de chantagem não ocorreu. O governo está acossado por uma crônica escassez de recursos, vive o drama mensal de contar dinheiro, quase nota por nota, para alcançar o valor indispensável ao pagamento da folha, daí, a imperiosa necessidade de aguçar o faro e descobrir o cheiro de alguma receita possível.

O governo nem imaginaria a hipótese de o grupo AMBEV desistir de Sergipe. Há, circulando entre alguns secretários e assessores, ideias que poderão embasar um projeto a ser apresentado à AMBEV, sugerindo a ampliação dos investimentos em Sergipe, para os quais existiria a disposição do estado em fazer todos os ¨carinhos¨ possíveis, desde que previstos em lei.

O Secretário da Educação Jorge Carvalho busca ampliar a abrangência do convenio que mantem com a Fundação Lehman, da AMBEV. São experiências pedagógicas à luz da neurociência, um campo imenso de conhecimentos a serem aplicados nas escolas da rede estadual. Jorge já estaria abrindo caminho para o diálogo inicial com outra fundação do grupo AMBEV, voltado para o meio ambiente. A AMBEV pretende nos próximos cinco anos dotar seus complexos industriais de fontes próprias, geradoras de energia renovável, e se poderia solicitar a inclusão da fábrica em Estância entre as primeiras que receberão sistemas de geração de energia solar ou eólica.

Ao mesmo tempo se pretenderia abrir um diálogo sobre um projeto já cogitado na Secretaria do Meio Ambiente com vistas à preservação e recuperação de áreas da bacia hidrográfica dos rios Piaui-Piauitinga-Real, da qual faz parte o rio Fundo, cujas águas de excelente qualidade fortaleceram a decisão do grupo em instalar a fábrica da Brahma em Sergipe, fato que foi muito festejado no governo Albano Franco, aventando-se a possibilidade da geração de milhares de empregos. Os diretos não foram nem de longe o que era esperado, mas os indiretos até hoje continuam aumentando, inclusive com a ampliação da pecuária leiteira, que utiliza a pasta de cevada, um dos subprodutos da cervejaria.

Resta, agora, governo e executivos da AMBEV dialogarem, ¨discutindo a relação¨.

A FÁBULA DO PORCO-ESPINHO

O ex-prefeito de Canindé Heleno Silva encontrou, numa fábula sobre porcos-espinho similitude com o clima reinante na oposição sergipana, hoje representada pelos senadores Antônio Carlos Valadares e Eduardo Amorim. Edivan, o irmão influente de Eduardo, já disse que não há espaço para Valadares disputar o governo, que caberia ao irmão senador, e para o Senado seu candidato é o deputado André Moura.

André faz parte do grupo, mas não se interessa em fazer oposição, mais envolvido com os eventos brasilienses. Ele estaria indeciso entre três alternativas: reeleição, candidatura ao Governo, ou ao Senado. André e Valadares se toleram, mas não se gostam. Eduardo e Valadares têm um entendimento melhor, mas Edivan, o irmão de Eduardo teria disparado cedo contra Valadares, e isso, no mínimo, gerou desconfianças ainda maiores do que aquelas sempre acompanhando as relações politicas, que passam ao largo da sinceridade.

Exatamente ai que entra a semelhança da oposição com o porco-espinho, identificada por Heleno Silva na caminhada tentando viabilizar sua candidatura ao Senado, ouvindo muito, em conversas com o governo e a oposição. Heleno faz a narrativa da fábula: Numa floresta tropical viviam isolados alguns porcos-espinho. Comunicavam-se pouco, tinham reduzido grau de sociabilidade. Um dia a floresta foi tomada por uma intensa e rara friagem. Os bichos espinhentos, começaram a tiritar de frio, e resolveram juntar-se num grupo compacto, coladinhos uns aos outros, buscando, com o calor dos corpos escaparem do congelamento. Mas tinham espinhos, e juntos se feriam entre si. 

É bom deixar bem explicito que aquele tipo de animal, um porco, entra aqui apenas por ser provavelmente o único bicho com espinhos. Nem de longe a tentativa de desmerecer ou fazer alusões depreciativas à oposição, com a imagem sempre ofensiva do porco. Isso seria algo repulsivo e absolutamente fora de qualquer padrão ético no jornalismo.

XOCÓS SERGIPANOS LEVAM ARCO E FLEXA PARA JANOT

Os Xocós, aquela tribo sergipana que vive em Poço Redondo às margens do São Francisco mandaram uma representação a Brasília, com a missão de entregar ao procurador Geral da República Rodrigo Janot, um arco e muitas flechas, simbolizando o apoio da tribo às ações do Ministério Publico contra a roubalheira que assola o país. O arco e as flechas foram entregues durante o ato de despedida de janot dos seus comandados. Com o gesto tão simpático e significativo os índios quiseram dizer a Janot que não lhe faltariam flechas para continuar disparando contra os ladrões bem engomados.

As pessoas simples, os índios que sempre foram marginalizados e tratados como gente de segunda classe, demonstram que estão atualizados com os sentimentos dos brasileiros, que torcem para que não faltem armas a Janot. Ele disse que enquanto tivesse flechas não deixaria de dispará-las.

Essa ideia do arco e flexa presenteado a Janot deve ter partido do Frei Enoque, figura venerada na tribo, e como sempre revoltado com tantas ratazanas devoradoras, enquanto faltam ¨flexas¨ para quem as combate.

O DINHEIRO QUE O RATO COMEU

Temer fez festa, exagerou em demagogia ensaiando aquela improvisação que foi a utilização das Forças Armadas no combate à criminalidade no Rio de Janeiro. Era o ¨chefe da organização criminosa¨ anunciando o fim próximo de outras ¨organizações¨ do mesmo naipe, todavia, mais vulneráveis, porque não se protegem dentro dos palácios do poder.

Os chefes militares fizeram restrições, mas acabaram cedendo, porque ainda cumprem ordens desse governo degenerado. A operação é dispendiosa, recursos foram gastos, mas o improviso resultou em cifras pífias de sucessos. Agora, faltam recursos para manter a tropa em operação. Mas sobram recursos fartos nos apartamentos dos gedeis.

UM CASAMENTO SERGIPANO NUMA ILHA DO MAR EGEU

Walter, filho de Osvaldo Franco recebeu esse nome em homenagem ao tio Walter, o ex-deputado e líder do Grupo Atalaia de Comunicação, que, por sua vez, recebeu o nome em homenagem ao tio Walter, que foi empresário e senador da república. A família Franco tem esse hábito de irmãos homenagearem irmãos, e isso pereniza nomes. Walter, que vive em Atlanta, nos Estados Unidos conheceu uma moça grega, colega de curso, e com ela resolveu casar. A moça, filha de uma família que tem raízes na ilha de Kios, no mar Egeu, quis preservar tradições e pediu que o casamento fosse ali realizado. A ilha fica fora do circuito das badalações, da farra permanente do jet-set internacional. É predominantemente de pescadores, e como todas as ilhas gregas, tem aquelas casas de pedra, branquinhas.

Albano foi um dos padrinhos do casamento, e Grace, filha de Walter Franco Sobrinho, o representou. Albano viajou com Zé Franco o ex-deputado e ex-prefeito que tem o nome também em homenagem ao tio Zezé Franco, que deu inicio à expansão do grupo, morreu cedo, e o bastão foi entregue a Augusto Franco, que, entre outras coisas, instalou dois complexos de comunicação a TV Atalaia, e a TV Sergipe, esta, agora vendida por Ricardo, filho de Albano, cujo nome é homenagem ao avô, e por sua vez fez homenagem a um dos irmãos, dando-lhe o nome ao primeiro filho. A lista é longa, infindável.

Na ilha de Kios Albano deu conta de que o vôo de retorno seria na outra semana. Os vôos são raros na ilha. Grace, filha de Walter, providenciou rápido a solução. Fretou um pequeno avião por 3 mil dólares e nele voaram a Atenas, espremidos, Albano e Zé Franco. Albano pela primeira vez entrou num monomotor, onde sempre dizia que jamais voaria. Mas a vista fascinante à baixa altitude sobre o Egeu e suas ilhas encantadoras, compensa o transe do medo.

MINHA CASA MINHA VIDA MEU DINHEIRO

As jornalistas Kátia Santana, Eclair e Magna Santana criaram uma espécie de fórum de debates. É coisa informal, que ganhou consistência, e amplas adesões. O Café Com Política torna-se palco para exposições e debates pelos quais perpassam a vida sergipana e brasileira . As jornalistas queriam convidar alguém para falar sobre reforma política.

Então o deputado André Moura trouxe o deputado Lúcio Vieira Lima, presidente da comissão de reforma politica. É irmão de Geddel, e tinha, com ele, o apartamento onde estava a ninharia de 51 milhões de reais. Lúcio e André chegaram a Aracaju num jatinho e a palestra foi feita. Havia empresários no auditório do Hotel Quality onde aconteceu o Café Com Politica. Lúcio Vieira Lima lançou a candidatura ao governo do estado do amigo André Moura. Faltou recomendar a André que, se eleito, criasse o programa Minha Casa, Minha Vida, Meu Dinheiro.

Os 51 milhões ainda não haviam sido encontrados pela Policia Federal.

Tutti buona genti

DE DIAMANTINA AO VELHO CHICO

Jackson viveu uma movimentada semana. Foi a Diamantina receber a maior condecoração de Minas Gerais a medalha Juscelino Kubitschek. O político, o ser humano JK é uma permanente inspiração para Jackson. Em Diamantina JB reuniu-se com diversos governadores para tratar do que fazer diante da Lei Kandir, ainda do tempo de FHC, e que retirou dos estados e municípios a parcela do ICMS devido pelos produtos de exportação, commodities principalmente. Sergipe, como outros estados, perdeu muita receita, e o objetivo agora é buscar caminhos para alcançar uma compensação do governo federal, que poderia ser feita através da redução da divida com a União.

Na reunião Jackson tratou do problema crucial da segurança, e foi ao ponto central que é a ausência de um planejamento e de coordenação exercida pelo governo central. Sem ações conjuntas, sem o controle rigoroso das fronteiras imensas e o aparelhamento das forças armadas e da Polícia Federal para exercerem a fiscalização, não se conseguirá impedir a entrada de armas. A segurança, disse Jackson, não pode ser tarefa isolada de cada estado, enquanto não houver uma compreensão exata desse problema, o crime continuará avançando.

Em Penedo, Jackson reuniu-se com o governador de Alagoas, Renan Filho, com os governadores da Bahia e Pernambuco, e elaboraram um manifesto em defesa do São Francisco, cuja morte anunciada, agora, já acontece visivelmente.

Em Aracaju ocorreu o evento importante que foi o anúncio a partir de 4 de novembro de uma linha regular e semanal da Gol, fazendo o trajeto Aracaju-Salvador-Buenos Aires. Todo o trade turístico estava presente, e em nome dele falou o empresário João Ávila que disse ser aquele vôo um alento para o turismo em Aracaju. A linha tornou-se possível depois dos entendimentos mantidos por Fábio Henrique, o Secretário de Turismo, com a direção da Gol e o Secretário da Fazenda Josué Modesto dos Passos, convencido de que a redução do ICMS sobre o querosene de aviação, viabilizava a operação da Gol, e também atrairia novos vôos pela vantagem oferecida em Aracaju às aeronaves com o combustível mais barato. O pouco que se perderá em receita será plenamente compensado pelo aumento do consumo do querosene e mais turistas chegando a Aracaju.

Jackson anunciou na ocasião projetos turísticos que abrangem a criação de terminais fluviais, e a grande obra que será o projeto de readequação da orla até a foz do Vasa Barris.

OS 75 MILHÕES DE DÓLARES

Edvaldo não perdeu tempo na viagem que fez aos Estados Unidos, embora o furacão Irma houvesse atrasado a sua volta. Nas tratativas com o BID abriu condições para a inserção de Aracaju na rede de cidades interagindo com o BID, e isso significa projetos modernizadores e garantia de financiamentos.

A possibilidade de um empréstimo de 75 milhões de dólares transforma-se agora em algo mais objetivo e factível. Não será um caminho fácil nem curto. A prefeitura terá de oferecer projetos adequados, elaborar demonstrativos de capacidade financeira e execução das obras. Coisa que pode durar uns dois anos, mas, como Edvaldo está ainda no primeiro ano de mandato, o pacote de obras estaria pronto para ser iniciado no seu último ano na prefeitura. A preços de hoje seria um financiamento da ordem de uns 225 milhões de reais. É dinheiro que viabilizaria um salto de qualidade para Aracaju.

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