Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
INTERNET, O ESPAÇO ONDE OS COVARDES SE ESCONDEM
29/06/2018
INTERNET, O ESPAÇO ONDE OS COVARDES SE ESCONDEM

 

INTERNET, O ESPAÇO ONDE OS COVARDES SE ESCONDEM

                     Um espaço que deveria ser o da plena liberdade, onde o direito à manifestação, pela primeira vez na história da humanidade, estaria sem censuras ou quaisquer restrições, plenamente assegurado, conferiria, ainda, a qualquer pessoa, a singular condição de ser um porta-voz da sua aldeia e, ao mesmo tempo, um interlocutor com o mundo. A mágica tecnológica da Internet que aldeou o mundo, na metáfora de Mac Luhan anunciando a globalização virtual, geraria uma outra mágica, que seria a eliminação gradativa da estranheza entre os povos separados por fronteiras,  nacionalismos exacerbados, etnias ou credos em permanente conflagração, tudo agravado pelas distâncias insuperáveis pela incomunicabilidade, pelas barreiras dos preconceitos e das tensões historicamente acumuladas.

                     De uma escola em Chorrochó, sertão baiano, um menino mandaria imagens da caatinga para outro escolar em Funchal, na Ilha da Madeira, que lhe falaria sobre o oceano Atlântico, a sua visão de paisagem permanente. E ele, por sua vez, entrando em rede com uma professora de um Instituto tecnológico, a maior edificação no poeirento vilarejo Evo Morales, na planura árida boliviana, onde nem se chega a vislumbrar as alvas cumeadas dos Andes, pediria o estudante da ilha que a professora boliviana lhe informasse alguma coisa sobre a vida no seu país. Já essa mesma professora trocaria informações com um militar russo instalado numa base naval coberta de neve, no extremo da Sibéria, espremida entre a montanha e o Mar de Behring. Ele seria cuidadoso nas imagens que mandaria, mas poderia mostrar um quebra-gelo abrindo, no mar congelado, a passagem para os navios demandando o porto nos invernos sempre rigorosos e longos.

                      Assim, a extensão e a capacidade de convergência da rede em escala global se tornaria um instrumento para promover a paz, o entendimento, e espalhar civilização. A Internet, chegaram dela a imaginar  alguns sonhadores, começaria a lançar as bases da grande e pacífica pátria da humanidade.

                     Não foi exatamente isso o que aconteceu. A Internet, infelizmente, além de outras distorções menos graves, tornou-se ferramenta para o terrorismo, a pedofilia, o lenocínio e o refúgio preferido para todo tipo de covardes canalhas exercitarem as suas canalhices. Pela Internet se difama, agride, calúnia e tudo fica por isso mesmo, sob a proteção do anonimato. Em tempos tão radicalizados como estes que atravessamos, as redes sociais promovem um torneio de odiosidades, no qual intolerantes rabugentos se engalfinham e estraçalham-se mutuamente e isso mais se agrava agora, com a eleição próxima.

                      A Justiça Eleitoral e, de um modo geral, a sociedade têm dado ênfase à proliferação das fake news, a inverdade destrutiva que confunde e também destrói reputações. Esse tipo de procedimento, que classificamos como próprio de canalhas, já é claramente tipificado como crime passível de punição, tal a potencialidade de afetar, ou até alterar, o resultado de eleições, de destruir vidas, de violar a intimidade, de enxovalhar a dignidade humana.

                          Por aqui, é preciso, com urgência, que comecem a ocorrer punições, antes que a prática deletéria se generalize e a campanha eleitoral degenere.

                     O caso da “carta mediúnica” é um exemplo alarmante de até aonde poderá ir a ousadia criminosa, que não encontra limites morais ou éticos. Não se constrangeram, os autores da fraude, em agredir a memória de um morto, Marcelo Déda, nem invadir o espaço sagrado da família, para consumar o que pretendiam: criar um clima adverso para Jackson Barreto.

                      Um detalhe que, logicamente, levanta suspeitas é que essas investidas nas redes sociais estão ficando centradas em dois pré-candidatos ao Senado, Jackson Barreto e Valadares. Contra este último surgem agora vídeos elaborados com alguma sofisticação técnica, o que revela o dedo de especialistas.  De Jackson costuma-se dizer que ele, às vezes, age com agressividade, faz duras acusações, mas nisso ele põe a própria cara, se torna obviamente o autor do que possa, até, ser considerado ofensa, não se protege no anonimato covarde ou traiçoeiro, o que não lhe desculpa o tom às vezes usado, mas o coloca ao alcance de quem entenda que deve processá-lo por injuria ou calúnia.

                         Todavia, os que se ocultam nos espaços liberticidas da virtualidade, podem encontrar inocentes úteis ou espertalhões sebosos, que, a troco de qualquer vantagem, se mostram dispostos até a viralizar falsidades, para depois se desculparem com o argumento de que não imaginariam o tamanho da indignidade cometida, por terem dado crédito a quem lhe transmitira o texto, que teria sido divulgado pelo médium kardecista Divaldo Franco, um ser humano virtuoso, cujo comportamento cristalino o coloca muito acima dessas imundícies da politicalha acumpliciada com o crime.

                     É preciso esclarecer quem elaborou, ou mandou elaborar, o texto repleto de sandices e atentados gramaticais e deu autorização ao senhor Nubem Bonfim para que ele o divulgasse, envolvendo o nome de Divaldo Franco, procurando imprimir credibilidade a uma afrontosa canalhice.

 

EM ALAGOAS, UM DESEMBARGADOR VÍTIMA DE UMA SORDIDEZ RETORNA

                  As acusações eram insustentáveis e, em diversos aspectos, até sórdidas. Mas afinal eram acusações que, num tempo tão marcado pela indignação, mesmo deixando óbvias tantas fragilidades, teriam de ser levadas em conta, até porque havia o protagonismo de agentes públicos integrantes do aparato judicial e em consonância com o clima exigindo castigos.

                    Assim, há mais de dois anos, o desembargador alagoano Washington Luiz Damasceno Freitas foi abruptamente retirado da presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas e posto em recesso remunerado, até que se fizesse o julgamento derradeiro e se passaram quase três anos. Washington recolheu-se à privacidade da família, enquanto juntava as provas essenciais para a sua defesa.

                    Enquanto isso, a campanha difamatória ganhava corpo. Em horários nobres, as emissoras de televisão exploraram o fato e, a ele, davam dimensão de escândalos.

                  Washington não era, nunca foi, a imagem que dele pintaram. Disso, bem sabiam seus colegas desembargadores, a grande legião dos seus amigos, inclusive muitos aqui em Sergipe, onde ele estudou; também sabem seus ex-colegas no Ministério Público, de onde ele saiu para tornar-se desembargador, da mesma forma seus colegas deputados, quando ele foi político. Por isso, por ter esse conceito e esse respaldo de credibilidade, as denúncias, cujas motivações ensejavam, aí sim, graves suspeitas, foram sendo desmontadas pela prevalência do bom senso.

               Washington Luiz retorna agora à cadeira de onde não deveria ter sido retirado. Aliás, a retirada, embora dolorosa, foi positiva, porque o melhor comportamento que teriam os que sofrem acusações seria submeterem-se ao julgamento sem ter a força do cargo na mão. Washington lutou na planície, como qualquer cidadão sem privilégios. E a determinação final do seu retorno ao cargo de desembargador pelo Conselho Nacional de Justiça veio, após a absolvição por decisão unanime.

A VOLTA POR CIMA E COM JUSTIÇA

 

O STF IMPEDE O QUE SERIA O ATO FINAL DE TEMER 4%

             Privatizar estatais é uma questão que não deveria ser tratada com viés ideológico. Não se vende estatal para obedecer ao modelo de estado mínimo, defendido pela visão dos que entronizam o mercado e, nele, enxergam um eficiente substituto para o aparato indispensável à existência do Estado, tal como originalmente foi concebido.

                  Esse liberalismo econômico, que chega às últimas consequências, na verdade não imagina a possibilidade de encolher o Estado para torná-lo mais eficiente e atender, com presteza, às demandas sociais. O que se pretende, de fato, é colocar o Estado a reboque do interesse do mercado, para desempenhar o único papel de prestador de serviços essenciais e que forem priorizados pela estratégia global das grandes corporações.

                 A criação dos bancos centrais independentes é a mais sofisticada fórmula para, por via indireta, manter o Estado sob controle. A consequência de tudo isso é o crescimento da desigualdade em todo o mundo, com intensidade muito maior nos países periféricos, caso mais do que nunca agora do Brasil, com a alarmante revelação de que 1% dos mais ricos concentram mais de 30% da riqueza nacional.

           Privatização indiscriminada, ampla, geral, irrestrita é um sonho do mercado globalizado e em busca de novas fronteiras para o lucro, ainda que sejam ultrapassadas todas as fronteiras da lógica, da razoabilidade, do bom senso.

                A privatização de Temer se faz para saciar a gulodice do mercado. Isso, e nada mais do isso, a avidez gulosa do mercado demonstra generosidade com os que alimentam a sua fome. Um portentoso bloco das maiores geradoras do país, acompanhado da possibilidade evidente dos compradores assumirem também o controle do sistema da gerência de águas é coisa de arregalar os olhos de chineses, por mais apertados que eles sejam. E serão os chineses os ganhadores do prêmio, já previamente negociado pelo trio Moreira Franco-Padilha-Edson Lobão.

               O mesmo irá acontecer com a absorção da EMBRAER pela Boeing, outro negócio que renderá suculentos dividendos e deixará muito satisfeitos poderosos conglomerados financeiros nacionais e internacionais. Com a EMBRAER, vende-se, também, o conceito de defesa nacional e o que mais espanta em tudo isso é a acomodação dos setores mais interessados no assunto: Marinha, Exército, Aeronáutica.

            O governo, para livrar-se da trabalhosa tramitação no Congresso, escorou-se na filigrana jurídica de que vendiam-se apenas ações e o governo se transformaria em sócio minoritário. Fazer isso num final de governo, de um governo, aliás, envolvido em todo tipo de escândalos e no qual ainda acreditam apenas 4% dos brasileiros, não é somente uma esperteza, é uma afronta, um escárnio aos brasileiros.

              Mas agora há, felizmente, uma pedra no caminho. O ministro Lewandovski, do STF, acolheu ação cautelar e concedeu liminar suspendendo a realização do suspeitíssimo negócio, sem que haja a prévia autorização do Congresso Nacional. Foi apenas uma liminar que depende de decisão posterior do plenário. No rumo que vai esse governo de Temer 4%, se não houver um freio, acabam, seus trêfegos e insaciáveis integrantes, vendendo o que resta do Brasil. No que diz respeito à dignidade nacional, essa eles acabaram de cozinhar na panela fervente das suas bruxarias, que mantem aceso o fogo crepitante do festim dos quadrilheiros.

LIMINAR DE LEWANDOVSKI CONTÉM O ASSALTO

 

 

O GÁS DA CELSE PARA EVITAR O SUCATEAMENTO DA FAFEN

             Nas Centrais Elétricas de Sergipe, a CELSE, que constrói, na Barra dos Coqueiros, um complexo gerador de energia, estaria uma possível solução para o impasse da FAFEN. A fábrica de fertilizantes sergipana, que já ultrapassou os trinta anos de funcionamento, deixou de ser, desde o mandarinato de Parente, junto com a sua congênere baiana, um ramo de negócio bem acolhido na nova estratégia da empresa, que se resumia unicamente em manter alegres e satisfeitos os grandes acionistas estrangeiros, principalmente, e depois os nacionais, que, em muitos casos, têm imbricados os seus interesses.

            A filosofia rentista, para dizer o mínimo do “grande gestor” Pedro Parente, consistia em abandonar os objetivos estratégicos da PETROBRÁS, que, aliás, misturam-se com os objetivos nacionais, mas isso é de somenos importância, quando prevalece a “racionalidade” do mercado. Vai daí, a empresa começou a ser “enxugada”, ou seja, retirada de tudo o que não representasse lucro imediato, ações valorizadas e dividendos gordos.

               Nem em empresas essencialmente privadas se costuma adotar esse imediatismo, sem uma visão de futuro e das contingências. Um exemplo disso é a GE, a General Eletric, americana, uma das parceiras principais da CELSE. Sem entrar em maiores detalhes, a GE adotou um ousado programa de pesados investimentos em inovação tecnológica, quando, numa visão imediatista seria mais importante o desinvestimento a curto prazo, para barrar a queda circunstancial das suas ações. Mas isso teria reflexos futuros.

               Parente, o “grande gestor”, agiu na contramão do que fazem as grandes empresas, quando elaboram estratégias a longo prazo e se tornou, na PETROBRÁS, um “terceirizado” das Bolsas. No “enxugamento” que fez não só eliminou empregos, mas cortou o elo da empresa com a economia nacional e causou o fechamento de estaleiros, ampliou a crise econômica, gerando falências e desemprego, e entendeu que as FAFENs eram um peso morto a ser simplesmente “hibernado”, para, em pouco tempo, se transformarem num monte de ferro velho. Enquanto isso traçou a política suicida da dolarização dos combustíveis, aumentando duas, três vezes por semana o preço do diesel e da gasolina. Com isso engordou lucro, causou risos largos na face de tantos mega-especuladores.

               Vieram os caminhoneiros e disseram: basta! O governo cambaleante e destituído de respeito de Michel Temer 4% rosnou, depois acomodou-se acovardado e vencido, e destruiu o que restava de esperança num respiro da economia ao longo deste ano.

            Quando Belivaldo reuniu prefeitos e vereadores dos municípios que serão afetados pela prevista “hibernação” da FAFEN, ouviu de um deles em particular: “Governador, se a fábrica fechar aumente rápido o contingente da Polícia para segurar a barra dos desempregados, caminhoneiros, motoristas, donos de bar, garçons, prestadores de serviços, ‘as moças que trabalham na noite’, tudo quanto é tipo de trabalhador ficando sem comida para levar pra casa e as prefeituras sem dinheiro para pagar as folhas. Providencie polícia, porque quem não tem trabalho é tentado a pegar uma faca ou um revólver e sair assaltando, e peça a Temer, se é que ele tem coração, que mande mais, no mínimo, dez mil bolsas família para Sergipe”.

               O quadro social imediato que surgirá com o fechamento da FAFEN é exatamente esse desenhado para Belivaldo por um Prefeito angustiado e com medo.

              Resta esperar a resposta que Belivaldo Chagas, de Sergipe, e Rui Costa, da Bahia, ouvirão do novo presidente da PETROBRÁS na audiência aguardada para começo de julho.

            Mas Belivaldo já começou a traçar um plano que passaria pela possibilidade de fornecimento de gás pela CELSE, antes mesmo da usina térmica entrar em funcionamento e, com isso, apresentar a um provável comprador um quadro mais favorável da empresa. Tentará ainda obter da nova direção da PETROBRÁS a garantia de que a FAFEN não será “hibernada” até o final desse governo do “teme-terra” do porto de Santos.

PARENTE, QUASE DESMONTA O BRASIL

 

TOBIAS BARRETO E A QUEDA NA VIOLÊNCIA

                Tobias Barreto, o antigo Campos, transformado em terra com nome de filosofo, jurista e pensador por ele lá ter nascido, deveria manter algum elo com a civilidade, o respeito entre as pessoas, a convivência humana em clima de paz. Mas essa é uma assertiva um tanto bôba, porque tantas cidades com nome de Santos, ou de ilustres filhos, batem recordes de criminalidade, surgem nas manchetes sanguinolentas com uma frequência desabonadora.

                    O nome não faz o renome da terra, mas os seus habitantes o fazem. Assim, em Tobias Barreto, para que se chegasse ao índice nessas circunstâncias que vivemos, altamente significativo, de um ano completado sem um crime cometido com arma de fogo, houve certamente um trabalho que não se resume ao muito bem desenvolvido pelo organismo policial. Os policiais agiram e a comunidade, sem dúvidas, colaborou, ajudou na construção de uma cultura de paz, que começa desde a escola e isso, principalmente, quando faltam em casa os bons exemplos paternos.

                   Enfim, um ano sem tiros fatais é algo que deve ser acolhido como início de um bom caminho. Ao completar-se o aniversário festejado, se fez a estatística de homicídios com uso de paus e pedras, e até fogo, que foram, todavia, dois. Dizer apenas dois, no caso, é impróprio, mas, levando-se em conta os números anteriores, o advérbio até se justifica, ou se desculpa.

TOBIAS BARRETO APOSENTA A BALA

 

A CERVEJA, DOS MOSTEIROS PARA A CAATINGA SERTANEJA

               Nos mosteiros surgiram, pelo entorno da Idade Média, atravessando-se o Renascimento, indo um pouco além disso, os grandes vinhos, o borbulhante e feérico champagne e a boa e melhor socializada cerveja, aquela que aqui costumamos beber, completamente descaracterizada, com a troca do lúpulo, do malte e das leveduras pelo milho e outros ingredientes. Mas a gelada é a “cachaça” preferida das multidões e, com milho ou sem milho, ela desce bem, até redonda, como diz a poderosa AMBEV, referindo-se a uma das suas, a Skol.

              Todavia, para quem quer sorver mesmo uma boa cerveja e estiver disposto a fazer um cálculo do custo benefício, existe o largo campo das chamadas artesanais. São aquelas fabricadas sob o crivo de muitos cuidados, de muita dedicação, de muito amor ao que faz por parte de cervejeiros de fundo de quintal, de garagens e de outros, que já instalam, com êxito, as mini-cervejarias.

                Assim como o Brasil precisa de mini-refinarias para produzir o combustível que as poucas grandes não conseguem, para atender a crescente demanda, existe a necessidade de prover com cerveja, cerveja mesmo, a uma elite de bebedores com paladar menos propenso ao licor de milho, coisa que a AMBEV e suas congêneres, sem as quais o monopólio seria total, nem enxergavam como concorrência, tal o tamanho incipiente e desprezível do mercado a que atendiam.

                    Mas as “artesanais” foram crescendo, o hábito da boa cerveja se ampliando e, aí, as mega-cervejarias também se tornaram “artesanais”. E a qualidade, no geral, melhorou, evidentemente com preços muito diferenciados. Mas o crescimento exponencial do mercado abre campo para uma profusão incalculável de novas artesanais. O imprescindível é a qualidade. Sem ela, o preço da garrafa ou garrafinha se torna insuportável.

                Pois então, transportando-nos dos Mosteiros da antiguidade para a atualidade nas caatingas do semiárido sergipano. Em Canindé se faz, agora, uma futurosa experiência com uma nova cerveja artesanal e ela surge sob a batuta de um professor doutor, que se faz também mestre cervejeiro, e cercada de todos os qualificativos que a diferenciam, a começar pelo nome, Den Machter, que, em alemão, significa O Observador e, da mesma forma escrita, em holandês: O Guarda.

                  São sutis as diferenças, mas prevalece, no nome, a reverência que o cervejeiro Denisson Salustiano, percorrendo a nossa História, quis fazer ao príncipe dos Países Baixos, Maurício de Nassau, visionário executivo de uma das primeiras multinacionais que conquistou Pernambuco e circunvizinhanças, para, daqui, nos levar o açúcar e tudo o mais que houvesse e rendesse lucro. Nassau foi um modernizador, antecipou-se ao futuro e por aqui deixou marcas da sua capacidade realizadora.

                Pois bem, voltando após tantas digressões, úteis ou não, ao tema central, que é a Den Machter, a cerveja artesanal de Canindé, que leva na sua composição 4 tipos de malte holandês puros, lúpulos e leveduras também importados, mas dos Estados Unidos.

               Denisson viveu, estudou no Canadá e lá aprendeu, entre outras coisas, a fazer uma artesanal de altíssima qualidade. E quis fazer isso na sua terra, Canindé do São Francisco.

A CERVEJA DO MOSTEIRO PARA A CAATINGA

 

 

A CBN, O IMPROVÁVEL MODELO E O SUCESSO

                  Quando a CBN foi instalada, fazendo parte do complexo de comunicação do empresário Walter Franco, o comentário que se ouvia entre os que fazem a mídia era sobre a experiência arriscada que se estava fazendo num mercado com as características do nosso.

                  Uma emissora em Sergipe unicamente noticiosa? Mesmo com o padrão Globo de qualidade, poderia ser um passo para o insucesso. Mas Walter parece que tem o dom de ver um pouco além, foi assim no instante delicado, inseguro da Anistia, depois nas Diretas já, na eleição de Tancredo, quando assumiu, em todos os episódios, um destacado protagonismo.

                   Pois agora a sua aposta consciente, mais uma vez, deu certo. A CBN, com o bom tempero da qualidade sergipana acrescido ao modelo global, começa a alcançar recordes de audiência.


O IMPROVÁVEL QUE DEU CERTO

 

O BOM SUAVE JUSTO E HUMILDE PADRE JOÃO

              Transcrevemos artigo escrito pelo padre Isaias, sobre o bom, suave e justo Padre João:

              OBRIGADO PADRE JOÃO NASCIMENTO

              João, o Diácono, conhecia a missão que recebera: servir. Foi coerente com a missão de servir os pobres e necessitados da Diocese de Propriá.

              João Diácono: era assim que os pobres camponeses dos anos 70 o reconheciam ao ajudá-los nos processos de aposentadoria do FUNRURAL;

              João Diácono: era assim reconhecido pelos doentes e idosos por ele visitados por onde passava;

              Padre João Diácono, o mais diácono dos padres: incansável sacerdote, missionário, peregrino, alegre e, sem distinção de pessoas, focava os mais precisados das comunidades! 

              Viveu pobre, no meio dos pobres, a serviço dos pobres, e como um pobre, sem casa e sem família disponíveis, foi acolhido como membro da família do abrigo de idosos da Paróquia de Nossa Senhora da Glória.

         Foi partindo aos pedaços: foi-se a fala e o bom humor, o silêncio prevaleceu nos últimos anos; depois, suas pernas, testemunhas de tantas andanças missionárias, passaram à sua frente.

              Na véspera de São João Batista, não perdeu a cabeça, mas, começa, literalmente, pela metade, o seu retorno à casa do Pai, que tanto nos ama e nos quer!

              Obrigado Pe. João! (Pe. Isaías Nascimento - 25.06.18)

PADRE JOÃO, QUASE UM SANTO, OU SERIA?

 

 

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