Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
LEITE  FARTO, MAS, VAI SENDO “AMARGO” PARA O PRODUTOR
15/10/2025
LEITE  FARTO, MAS, VAI SENDO “AMARGO” PARA O PRODUTOR

NESTE BLOG

1) LEITE  FARTO, MAS, VAI SENDO “AMARGO” PARA O PRODUTOR

2)PAZ EM GAZA OU APENAS UM PRECÁRIO ARMISTÍCIO

3) PARTE DA ECONOMIA SOBRE DUAS RODAS

 

LEITE  FARTO, MAS, VAI SENDO “AMARGO” PARA O PRODUTOR

Produtores de leite poderão reagir contra os laticínios.

 

 

Não resultou de algum milagre a inclusão de Sergipe entre os maiores produtores leiteiros do país Tudo aconteceu porque houve , de início, aquela gente matuta saindo do nada, mas repleta de coragem e esperança,  que se pôs a caminhar no lusco-fusco das madrugadas para “ prender” as vacas. Durante muito tempo fizeram aquela coisa penosa, cansativa: a “ tirada manual do leite”.

As vacas, todas mirradinhas, produziam pouco. Genética, técnicas nutricionais, ração balanceada, ordenhadeiras, produtividade, eram palavras desusadas, estranhas.  

 O que era seca, chão ressequido, lama virando pedra, bicho morrendo de sede e de fome, isso, eles sabiam, viviam, conheciam na pele , no estômago, no pesadelo sem dormir que era a própria vida.

 

Cresceram os rebanhos,  os grandes e pequenos produtores , instalaram-se os vistosos laticínios. O “milagre”  essencialmente humano que foi a inclusão do semiárido de Sergipe entre as dez  regiões maiores produtoras do país.

“Seu” Oviedo Teixeira ( este nome deve ser pronunciado com muito respeito)   costumava dizer, no seu jeito simplório  e sábio de olhar as coisas: “ Sujeito, o sertão  da caatinga é o melhor lugar para engordar boi e tirar leite. A secura do ar evita tuberculose, brucelose,  mastite no peito da vaca ,e até o carrapato diminui.  Falta uma coisa,   a agua.  Ela chegando, sem esperar pela  chuva, o resto se resolve”.

As barragens pequenas,   não  suportam um ano sem trovoadas. Mas os caminhões – pipa salvam. Agora, neste começo de verão, após um inverno fraquinho, na maior bacia leiteira que é Santa Rosa do Ermírio, chegam,

Semanalmente, mais de quinhentas carradas de água, cada uma com dez mil litros.

O gasto é pesado,  amplia demasiadamente um custo de produção que não é pequeno. A margem de lucro é apertada. Há uma dependência total de rações,  ( as proteínas) que , junto com  o volumoso, ( capim, milho sorgo, palma) formam o mix básico do dia a dia. A sobrevivência da mais florescente das atividades   no semiárido, responsável pela grande transformação sócio- econômica, depende  do preço   que é estabelecido pelos laticínios.

Só um laticínio, que é o maior de todos o Natville, ensaia uma incipiente verticalização, com um rebanho selecionado em torno da fábrica aproximando-se dos 50 mil litros diários, o que não chega a ser nem dez por cento da sua capacidade instalada.  Gera uma redução de custos. Todavia, em maior escala é um modelo inviável.  O único modelo para a cadeia produtiva do leite, é aquela do produtor no campo, e o industrial na fábrica.

Agora, e mais uma vez, os produtores de leite ( são milhares) estão preocupados e

inseguros.  Segundo um dos seus mais abalizados integrantes, parece até haver uma  disfarçada formação de cartel, porque os grandes laticínios estariam combinando os preços para o leite no curral. Reduzindo quando querem, e todos ao mesmo tempo.

Formação de cartel é crime contra a livre concorrência,  consequentemente, contra a economia popular.

Talvez, esteja faltando diálogo, mas ,para isso, os produtores precisam dar uma demonstração forte de unidade.

Mais uma vez, o nosso informante aqui aparece, para antecipar uma possível reação dos que abastecem os laticínios com a sua indispensável matéria prima. A ideia é fazer uma paralização, ou seja,  deixar de ordenhar as vacas durante algum tempo.  Diriam alguns que entendem do assunto:   a  vaca morre se não for ordenhada  . Quanto maiores os úberes, maior o risco.  Ninguém sabe mais disso quanto os que lidam com elas, as vacas, e delas vivem. O leite será retirado, só que não vai ser transportado para os grandes laticínios: os de Nossa Senhora da Glória e um em Muribeca.

Poderá ser destinado aos laticínios menores, aos grandes situados em Alagoas, aos porcos, ou distribuído nas ruas com as instituições de caridade.

Se isso vier a acontecer o prejuízo dos laticínios será colossal. Mas, imaginam  algumas lideranças dos produtores que, dessa forma, finalmente todos demonstrarão força, e poderão dizer: “ produtores, unidos, jamais serão vencidos”.

Melhor, contudo, é que vença a capacidade de dialogar, para que se estabeleça um pacto de boa convivência  com todos os envolvidos no mais promissor negócio de Sergipe, e auferindo a parte justa pelo seu trabalho.

É preciso que exista a iniciativa para estimular a negociação.

 

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PAZ EM GAZA OU APENAS UM PRECÁRIO ARMISTÍCIO

 

Na terra arrasada, uma esperança de paz impossível.

 

Há silencio em Gaza. Sobre os escombros, os palestinos já podem acomodar-se para dormir, sem esperar a morte que chega com as bombas de Netanyahu caindo sobre a estreita faixa de terra. São 40 quilômetros de comprimento por onde de largura. Espremidos entre o Mar Mediterrâneo e Israel, os seus habitantes sofrem o castigo cruel por terem nascido palestinos.  São mais de dois milhões. O Hamas, aqueles fanáticos combatentes, não passam de cinquenta mil. Causa espanto que, para exterminá-los, as poderosas forças armadas de Israel tenham levado dois anos, não deixado pedra sobre pedra, e mesmo assim, não tenham conseguido vencer completamente o inimigo . Como conseguiram resistir durante tanto tempo os fanáticos do Hamas,  cercados numa faixa de terra apertada onde é impossível chegar armas e munições ?

Chegou-se a uma paz periclitante, e  tudo faz crer, não será duradoura.

Trump comemora, e tem razão para isso, afinal, ele soube usar o poder imenso que tem, e deu ordens a Netanyahu para conter a matança. Os fabricantes de armas já lucraram excessivamente, e os árabes , vizinhos, com os quais os Estados Unidos faz bons negócios, indignaram-se com a ousadia israelense de atacar alvos em Doha, onde reunia-se um grupo para tentar o cessar fogo. Netanyahu sabe que havendo paz, ele corre o risco de perder o poder e acabar preso por crime de peculato.

Trump entendeu que era hora de parar. Houve comemorações em Israel, e um respirar de algum alivio dos palestinos, retornado aos locais onde havia as suas casas. Mas existirão sempre pretextos para que retornem os ataques. Agora  Netanyahu quer os ossos inteiros dos reféns que o Hamas manteve cruelmente durante dois anos. 

Como achar ossos inteiros num local  restrito onde  Israel fez chover proporcionalmente , mais bombas do que as despejadas sobre a Alemanha durante a Segunda Guerra .

Gaza é uma das maiores atrocidades jamais cometida pela raça humana, e ficará na História como uma ferida não curada da nossa “ civilização” que a tudo assistiu, conivente, e demorou excessivamente a reagir.

A qualquer momento os combates retornam. Como dizia o arguto jornalista Paulo Francis, lá pelos anos 80: “ Não haverá paz entre judeus e palestinos, neste século, nem no próximo.”

 

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PARTE DA ECONOMIA SOBRE DUAS RODAS 

Ao invés de apreensão, está havendo isenção.

 

 

Há uns vinte anos quase não se viam motos nas ruas e estradas brasileiras. Agora, elas são milhões, e disputam espaço com  os outros veículos de quatro rodas, bem maiores, as vezes ameaçadores. A moto tornou-se um instrumento de trabalho e geração de emprego. Surgiram os aplicativos, e a coisa disparou.

Correndo para “ganhar a vida”  milhares chegam  cada vez mais aos hospitais e cemitérios. “ Morrem como moscas”. Correm todos os riscos na luta pela sobrevivência.

Espalhou-se pelas redes sociais, ( sempre elas , tantas vezes instrumentos nefastos da desinformação e ódios) que a Policia começava a apreender motos com o IPVA atrasado , e motoqueiros sem carteiras.

Claro, a falta desses documentos é infração, mas, antes  de punir, é necessário compreender a realidade social, e  agir em sintonia com as circunstancias.

Com a fake – News as feiras nas cidades do interior foram esvaziadas, o leite  deixou de ser levado aos pequenos laticínios, às queijarias.

Isso, justamente agora, quando o presidente Lula anuncia o fim da obrigatoriedade das Autoescolas, exatamente para facilitar a vida de quem precisa um veiculo para trabalhar, entre eles, preponderantemente agora os de duas rodas.

Em Sergipe, graças à sensibilidade e sintonia que existe entre as Secretarias de Assistência Social e Fazenda, há três anos  não se cobra o IPVA de motos pertencentes a trabalhadores de baixa renda até um limite de cilindradas,  que poderá ser ampliado no próximo ano, como já sinalizou o  governador Mitidieri.

O ex- deputado Jorge Araújo, agora Secretario Executivo da Administração,  que percorre com assiduidade o sertão, ficou impressionado com o impacto negativo das fake -news. Houve até uma foto mostrando, num pátio alargado centenas de motos que teriam sido apreendidas em Poço Redondo, Canindé, Porto da Folha e Monte Alegre.   

Há aquele ditado: “a mentira tem perna curta “, com a entrada em cena da internet poderia ser alterado: “ a mentira tem milhões de pernas.

 

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NOTA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SERGIPE:

“Um crime bem maior do que Sergipe” é o tema da exposição que será aberta no Memorial do Judiciário, no dia 30 de outubro, às 18h30. O evento também contará com a assinatura para a reimpressão do livro ‘Casa lilás - memórias de um crime’, do jornalista Luiz Eduardo Costa. Tanto a exposição quanto o livro tratam do assassinato de Carlos Firpo, médico e ex-prefeito de Aracaju (1941-1942), ocorrido em 29 de abril de 1958, em sua residência, localizada à rua Campos.

 

Para mais informações: 
https://agencia.tjse.jus.br/noticias/item/16126-memorial-abrira-exposicao-e-sediara-assinatura-para-reimpressao-de-livro-sobre-carlos-firpo

 

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