Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
MITIDIERI  1 E  MITIDIERI  2 NO PALÁCIO DE DESPACHOS   
27/09/2025
MITIDIERI  1 E  MITIDIERI  2 NO PALÁCIO DE DESPACHOS   

NESTE BLOG 

1) MITIDIERI 1 E MITIDIERI  2 NO PALÁCIO DE DESPACHOS 

2) A NOVA FACE DE SERGIPE SURGINDO NO SEMIÁRIDO

 

 

MITIDIERI 1 E MITIDIERI  2 NO PALÁCIO DE DESPACHOS   

Mitidieri 1 e Mitidieri 2, uma dupla para disputar a reeeleição

 

O dr. Luiz Mitidieri é  médico conceituado,  empresário bem sucedido nos seus negócios, e  exerceu vários mandatos de deputado estadual. Estaria hoje em recesso político, não fosse o seu filho Fábio Mitidieri o governador de Sergipe. O dr. Luiz construiu uma sólida imagem de credibilidade. Os que nele votavam, além de eleitores, são também amigos, e sempre o definem como homem de palavra.

A Casa Civil é um cargo estratégico, historicamente ocupado por alguém da estrita confiança, e intimidade com o chefe do governo. O deputado estadual Jorginho Araújo exerce o cargo exatamente porque, duplamente, preenche esses requisitos, pelas ligações que tem, tanto com o filho, da mesma forma com o pai,  decisivo na sua eleição para a Assembleia, e na escolha para que viesse a ocupar o difícil  encargo, licenciando-se da Assembleia.

Nesse cenário, os pais  surgem com visível protagonismo, como se verá no decorrer dessas linhas.

Jorge Araújo, o pai de Jorginho, é hoje Secretário Executivo da Secretaria  de Administração, e tem um passado recheado de mandatos parlamentares conquistados, e postos importantes, ocupados na engrenagem pública. Em todos acumulou experiencia, deixou bons resultados e construiu amizades.

 No entender de Jorge pai, a passagem de Jorginho pela Casa Civil deveria limitar-se ao primeiro ano de governo, e, logo em seguida, ele retornaria à Assembleia. Isso, temendo que viesse a repetir-se  a mesma situação por ele vivida  durante um dos governos de Albano, quando  foi Chefe da Casa Civil . Concentrado nos temas palacianos, Jorge descurou-se, de certa forma, do seu mandato de deputado estadual e da própria reeleição.

E teve a ingrata surpresa de não conseguir reeleger-se. Agora, aproximando-se o último ano do mandato de Mitidieri, e retornando à Assembleia, em virtude da necessidade de distribuir as suas emendas, Jorginho,  em sintonia com o  governador ,que quer afastados  todos os Secretários que desejem ser candidatos, já teria decidido não mais retornar à Casa Civil. Seu pai, Jorge Araujo, estaria então muito satisfeito com a decisão do filho.

Para   escolher o substituto, Fábio Mitidieri teria de buscar alguém que fosse, sobretudo, tão próximo a ele quanto Jorginho. Não seria uma tarefa das mais fáceis.

Mas o governador é um homem de sorte. Já tem perto, ao lado, acessível, um Alter Ego. Ou seja, um  “outro eu” em carne e osso: o seu pai.

A disputa pelo governo de Sergipe em 2026, terá  um  candidato, Fábio Mtidieri,  todavia multiplicado por dois, que estariam em ação.

Será uma campanha tocada por pai e filho. O filho muito ágil e inventivo administrador; o pai, um estrategista político experimentado, com transito fácil entre o bloco governista que é amplo, e até, também, entre opositores.

Uma dupla  perfeita , e raramente encontrável no cenário político-eleitoral.

 

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A NOVA FACE  DE SERGIPE SURGINDO NO SEMIÁRIDO

Onde havia fome, agora existe progresso.

 

Na começo da noite de sexta- feira, 19 de setembro, o transito na rodovia federal  235 tinha um volume incomum, mesmo para um fim de semana. Era quase uma fila continua nas duas direções.

Imaginava-se, ultrapassando Itabaiana, e  começando a percorrer a Rota do Sertão, haveria um fluxo de veículos muito menor.

Isso não aconteceu. Havia duas filas continuas e em ambas direções. Avistavam-se as luzinhas distantes dos veículos, até perderem-se no horizonte.

Na chegada a Nossa Senhora da Glória, tudo rapidamente ficava esclarecido. A cidade fervilhava. Começava a Exposição agropecuária acontecendo, pela primeira vez no novo Parque, onde havia a genética mais avançada, equipamentos de primeira linha, técnicos  fazendo  palestras e  disseminando novidades. E, sobretudo, a possibilidade de bons e vultosos negócios, tendo o esteio próximo da rede de financiamento, com destaque para o BNB, o Banco do Brasil, o Banese e os grandes particulares.

Há pouco mais de trinta anos o semiárido sergipano era uma região exportadora de miseráveis, e importadora de ausências e desilusões.

Para conviver com a seca, pouco se discutia como fazer, mas, sobravam paliativos, algumas vezes muito rendosos para aqueles que os aplicavam.

Começava a luta pela reforma agrária. A principio uma espécie de  “fantasma subversivo” que assustava a quietude acomodatícia dos   “coronéis” restantes, donos de muita terra ressequida, e sem vontade, recursos, ou visão para torna-las  produtivas.

 

 

João Alves “ descobriu” o semiárido, botou na cabeça o chapéu de couro e fez o primeiro perímetro irrigado de Sergipe. O Califórnia começou, e Valadares o concluiu, quando João Alves já era Ministro do Interior e dava apoio.

De Glória, a Boca da Mata, “ pra cima”, era quase o deserto. João Alves fez a estrada asfaltada chegando até Canindé, onde iria começar a grande hidrelétrica de Xingó. O “deserto” começava  a tomar contato com o mundo. Em Canindé inaugurou-se em novembro de 1991 a primeira rádio de toda uma ampla região, era a Xingó – Fm.    Foi preciso fazer campanhas para distribuição de radinhos de pilha.  Para isso, tantos ajudaram, o ex-prefeito de Monte Alegre Osmar Farias, o deputado alagoano Inácio de Loiola, o Frei Enoque, o Pastor e político Heleno Silva, e tantos outros. Não havia turismo, e chegaram os empreendedores. Nazário Pimentel, com apoio de programas dos governos estadual e federal, Valadares,  Sarney, FHC, fez surgir o primeiro e grande hotel. Era preciso “buscar os turistas” e um visionário pioneiro Manoel Foguete, para lá levou os catamarãs, onde já havia o  equipamento flutuante feito por Brasil, um engenheiro  elétrico com “energia” para pensar e fazer. Houve o apoio decisivo  do governo de Albano. A Usina foi inaugurada após muito contratempos, e em Piranhas o empreendedorismo alagoano fazia surgir um polo de desenvolvimento  que gerava ramificações. Hoje, em Canindé, com o PrefeitoMachadinho ,delineia-se um clima favorável ao empreendedorismo. Ainda este ano inaugura-se um novo Hotel, outros projetos turisticos estão em andamento. O Vale dos Mestres com apoio do Ministério Publico Federal é reaberto aos turistas.

No tempo do  presidente Fernando Henrique, sua esposa, a professora Ruth, criava a Instituto Xingó, com sede em  Canindé, onde se “ pensava” o semiárido e eram projetadas as inovações.

Inauguarada a Usina, havia luz sobrando. Chega Lula, e leva a energia para todos, espalha linhas num raio de oitenta quilometros, tendo Xingó como centro. E familias, milhares delas, que estavam no escuro, ganharam até as lampadas para iluminarem suas casas. Veio o crédito, e começaram a comprar máquinas forrageiras, geladeiras, esfriadores de leite, televisões, ferros de engomar.

Produção, consumo,dinheiro a circular, vida mudando.

 

Mas, ao lado das estradas, permaneciam os acampamentos das lonas pretas. Era o MST querendo terra.  Àquela altura, os “ coronéis “ do latifúndio foram perdendo o medo deles, e preferindo lucrar com a venda das terras, onde surgiram os assentamentos, e a injeção de recursos do governo federal, fazendo surgir o comércio, e  até gerando pequenas fortunas.

À frente disso tudo, um catarinense “ subversivo” que chegou a Sergipe para “ inflamar” os ânimos do sertanejo tão valente quanto desesperançado. Ele, o hoje deputado federal João Daniel, o Frei Enoque e alguns outros, imaginaram o  campo irrigado do Jacaré- Curituba.  Cruzaram as portas do Palácio de despachos, e Albano os levou ao presidente Fernando Henrique. Então, surgiu o primeiro perímetro irrigado no nordeste ocupado pelos Sem Terra.

Paralelamente, acontecia a “ revolução do leite”. De um lado, os descalços que alimentaram na terra seca  as primeiras vaquinhas, e agora existe no povoado de Santa Rosa do Ermírio, Poço Redondo, a maior bacia leiteira do semiárido brasileiro. Assentados do Jacaré- Curituba arrematam em leilões vacas de mais de cinquenta mil reais. Do outro lado ,a visão empresarial de gente como Jânia, que montou um pequeno laticínio, hoje o gigante Natville, vieram também o Betânia, foram surgindo tantos outros de porte médio, para, finalmente, lá aportar o grupo Piracanjuba, um dos maiores do Brasil.

O semiárido sergipano transformou-se, e mostra agora a sua nova cara de dinamismo, onde, além do leite, o plantio do milho em grande escala,  se tornam  fatores de geração de riqueza e transformação social.

 

 

Déda levou a Santa Rosa a estrada asfaltada, levou outra de Glória a Carira, os “ caminhos do leite e do milho”. Conversou com Lula, e ele montou o Polo  da UFS em Nossa Senhora da Gloria, o primeiro no sertão.

Belivaldo criou programas de  melhoria genética, Jackson, mostrou como era possível atravessar um longo período de seca sem que se perdesse uma só cabeça de gado.

Enfim, existe a convergência de ações do poder publico para a região, reforçando a capacidade empreendedora do  sertanejo, antes condenado a ser “ pau- de- arara”, o retirante para os caminhos do sul.

Chega o governador Mitidieri, e abraça a ideia da “ adutora do leite”. Para levar água sem tratamento das beiras do São Francisco até o “ deserto” de Poço Redondo, em Santa Rosa do Ermírio, e  vai mais longe, esticando a adutora até Nossa Senhora da Gloria, e ramificações.

Mas a expansão do leite não para de gerar exigências e novas ações. Agora, existe a necessidade urgente de criar novas áreas irrigadas, onde se produza a comida, o chamado volumoso verde para os rebanhos que não param de crescer.

O semiárido mostra a sua nova face, e é preciso enxerga-la num amplo espelho de prioridades.

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