Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
(REPUBLICADO APÓS CORREÇÕES)
25/07/2025
(REPUBLICADO APÓS CORREÇÕES)

 

 

 

DAS TERRAS RARAS AO PÓ DE ROCHA COM TRUMP NO MEIO

 

O que os loucos não chegaram a alcançar, Trump conseguiu, está tornando-se o imperador do mundo.

 

 

Numa dessas aparições, nesses tempos em que boca calada é essencial, Lula, para uma plateia que  só o aplaudia e pouco

pensava, resolveu falar sobre os nossos minérios. “O ouro é nosso, as pedras preciosas são nossas, o petróleo é nosso, toda riqueza que está debaixo do chão é nossa, do povo brasileiro.)

Mas, de que adianta  ter esse  gigantesco depósito “ sagrado” de intocáveis riquezas?

Ele mesmo, Lula, sabe a resposta correta para  essa pergunta. Fora do palanque e pragmático ele tem sabido abrir mercados para  esses “ativos-inativos”.

Exportamos,  e em gigantesca quantidade o minério de ferro, mais modestamente outros, o petróleo, por exemplo, e alguns desses são extraídos das estratégicas,  “ terras raras”. Com Biden, o último presidente civilizado que pisou nos tapetes da Casa Branca, Lula firmou um protocolo para a  exploração dessas “ raridades “,  que causam estranheza agora, aos  que estudaram química orgânica e inorgânica, nos idos dos anos 50 e 60. A tabela foi acrescida com tantos nomes estranhos!  Praseódino, Telúrio, Darmstádio, Érbio, Promédio, Seabórgio, Tecnécio...........

O ex-presidente agora “ acorrentado “, talvez nem  saiba que , naquele equipamento preso à sua canela, podem existir alguns itens, desses, só encontráveis nas chamadas “  terras raras”.

No caso dele, seria o Gadolínio ?

 Quando candidato, o "mito" que se desfaz, falou muito no nióbio, prometendo  trazer empresas americanas para extraí-lo das terras brasileiras.  Não sabia que  o minério, embora em minima quantidade, já é explorado, e exportado pelo Brasil. E, como sempre, tudo ficou na............ eita nome antipático: narrativa.

O que carecemos mesmo é de tecnologias para explorar as terras raras, e delas retirar os elementos que abrem as portas ao futuro.

Por que não pensar num Vale do Silício, que, por sinal, já anda defasado em face dos avanços chineses.?

 A China tem a maior jazida de terras raras, o Brasil fica em segundo lugar, com a diferença de que pesquisamos pouco mais de 30% do nosso território.

Com a ampliação da nossas jazidas, com certeza passaremos ao primeiro lugar. Mas, de que adianta ter tudo isso debaixo do chão, sem agregarmos tecnologias para produzir semi-condutores, placas solares, computadores,  montar os Data  Centers, avançar no campo aeroespacial ?

Dirão alguns: mas será que não deveríamos manter como reservas essas terras estratégicas?

Para esperar o que?   Se  delas tirarmos proveito agora,   teremos dinheiro para aplicar em ciência, tecnologia, e, no futuro,  quando todas as jazidas estiverem fatalmente esgotadas, produzirmos os grandes “ navios espaciais “ que nos trarão as matérias primas da lua, dos planetas. Sem ficar na dependência de ninguém, como hoje estamos.

Nessa sinuca de bico em que nos meteu Trump, devidamente assessorado pelo seu serviçal  aliado, um, entre os demais do clã traiçoeiro dos Bolsonaro,  a negociação incluindo as terras raras, poderia ser a saída do imbróglio sem maiores traumas.

 As nossas preocupações não se limitam ao colapso em grande parte do que exportamos, mas se agravam , ainda mais, com a  nova ameaça feita por Trump de taxar pesadamente  a Rússia, de onde nos chega mais de 70% dos fertilizantes. Isso levaria ao desastre   aquilo que foi sendo construído ao longo de mais d e trinta anos, e nos torna o celeiro do mundo: o agronegócio. Trump terá lucros imensos com o encolhimento do agronegócio brasileiro. Os Estados Unidos ocuparão o nosso lugar no mundo.

Enquanto tudo isso acontece, Bolsonaro e os seus filhos dão risadas. É neles, nesses execráveis traidores do Brasil, que Trump vê a possibilidade de acrescentar a estrela de numero 51 à sua bandeira. Seria o Brasil , o gigantesco Alasca do sul. Dele, o seboso prestador de infames serviços, Eduardo Bolsonaro, ficaria muito satisfeito em tornar-se o primeiro governador.

Goodbye Brasil.........

Esse panorama sinistro, poderá ser visto como surreal, impossível, cenário do absurdo, desvairio, mas, há cinco anos quem poderia imaginar o que agora está acontecendo ? O nível de submissão de deputados que exibem no Plenário do Congresso uma faixa homenageando Trump, e as risadas da dupla  de Quislings  desavergonhados, Eduardo Bolsonaro e João Figueiredo Neto, fazendo pouco caso do tarifaço de Trump, é uma realidade assustadora de desapreço ao Brasil, de descompromisso com o povo brasileiro, e fidelidade incondicional aos interesses de uma potencia estrangeira, agora, segundo o Prêmio Nobel de Economia Paul Krueger, governada por um louco.

Todavia, é encorajador, traçar cenários melhores, sem catástrofes.

E agora vamos ao Pó de Rocha:

 

A Folha de S. Paulo  publicou uma importante matéria sobre pesquisas que estão sendo feitas para substituição dos atuais fertilizantes pelo Pó de Rocha. O texto é extenso , e mostra pesquisas bem sucedidas nas plantações, ainda em pequena escala. Os componentes do novo fertilizante que substituiria os agora importados, basicamente o NPK,( Nitrogênio, Potássio, Fósforo) seriam a pedra calcária, ( que em Sergipe  temos em profusão) e algum tipo de rocha, possivelmente granito, todos moídos , ou o pó que resulta da fabricação da brita.

Se esse Pó de Rocha efetivamente der resultados, nos livraríamos da dependência aos importados, e isso se conseguiria alcançar progressivamente ,a médio prazo. Não custa lembrar que temos em Sergipe grandes  jazidas de pedra calcária.

Por que não tentarmos produzir o Pó de Rocha, de forma experimental?

Há informações de que um empresário sergipano já esta iniciando a produção do Pó de Rocha.

Ele merece todo o apoio possivel.

 

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MATERIA PUBLICADA 13/02/2015 

 

 

OS FASCISMOS QUE NOS ESPREITAM 

 

Quando os  camisas negras liderados pelo histriônico ditador Mussolini estavam a um passo de tomar o poder na Itália, teóricos dos fenômenos sociais chegaram a considerar o fascismo como um movimento tipicamente italiano, resultante de circunstancias  históricas específicas, somadas às características  psicológicas de um povo que, após a unificação, formara um Estado Nacional saudosista dos tempos  orgulhosos em que    legiões romanas guarneciam as descomunais fronteiras do império,  próximas das   estepes russas, atravessando o Bósforo e chegando às areias dos desertos africanos e asiáticos, e iam até  às praias atlânticas da Ibéria, e o mediterrâneo era o Mare Nostrum dos poderosos generais  e almirantes da Roma dominadora.

Descobriu-se, então, que o fascismo não era uma particularidade italiana, porque logo tomou a forma de Nazismo, na Alemanha, de Corporativismo em Portugal, de  Falangismo,  na Espanha, de Estado Novo, no Brasil, Peronismo, na Argentina, todos correndo o mundo como peste contagiosa. Ficou evidente, então, que o fascismo era algo bem mais vasto e mais complexo do que um movimento político limitado a um só país. Existiam várias formas de fascismo, todavia o modelo central era sempre o mesmo.

Terminada a segunda grande guerra ( 1939- 1945) o cronista Rubem Braga que fora correspondente do Diário Carioca no front italiano,  onde lutaram os pracinhas brasileiros, continuou escrevendo suas saborosas crônicas diárias, onde traduzia a indignação que era sua, e da grande maioria do povo brasileiro, pelo fato de que ajudáramos a derrotar a peste fascista na Europa,  mas aqui, sobrevivia um regime ditatorial que se inspirara em Mussolini, Franco e Salazar. Numa dessas crônicas  Rubem Braga escreveu: "Facismo é uma praga difícil de exterminar, é um inimigo que no futuro pode voltar com outro nome ".

Rubem Braga foi profético e  incisivamente realista. O fascismo é mesmo uma praga renitente, uma "fênix" maldita que ressurge das cinzas, dos escombros das guerras que provoca, das ditaduras que inspira.

O fascismo , mais do que uma nefasta ideologia que  provoca a exacerbação coletiva e dela se realimenta, é, também, uma patologia da alma humana. Juntando-se esses dois fatores, chega-se ao quadro de ódio, intolerância, radicalismo, arrogância e truculência que o Estado fascista configura.

As democracias têm de se submeter à incômoda convivência com as tendências fascistas, e nem mesmo naqueles países onde a  sociedade alcançou um elevado nível de desenvolvimento e harmonização social o vírus do fascismo sumiu.

Na Noruega, onde não se imaginaria a possibilidade de surtos extremistas,  lá surgiu o criminoso, fascista convicto, que assassinou dezenas de estudantes, porque eram filhos de imigrantes, e" ameaçavam a pureza da raça nórdica."

O fascismo se apega, preferencialmente, aos preconceitos que geram ódios, dividem a sociedade e estimulam a vingança.

Como entender a atitude de um presidente da Câmara dos Deputados  que engaveta um projeto de  regulamentação do aborto, e diz que só o colocará em pauta para a votação se pisarem por cima do seu cadáver ?

Então, para que ocupam suas cadeiras de deputados mais de 500 representantes que o povo elegeu, exatamente para que votem , votem aprovando   ou desaprovando leis, projetos, decisões ?

O fascismo inerente ao intolerante presidente Eduardo Cunha os transformou em   patetas ?    

Sob diversas formas o fascismo nos ronda, nos espreita....

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