Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
TEXTOS ANTIVIRAIS (61)
08/05/2021
TEXTOS ANTIVIRAIS (61)

8 DE MAIO, A GUERRA ACABOU, E NO BRASIL COMEÇOU EM SERGIPE

(O submarino Alemão trouxe a guerra a Sergipe)

Faz, nesse oito de maio, 76 anos que a Segunda Guerra Mundial acabou. Há controvérsias sobre a data, porque os russos invadindo a Alemanha pelo oeste, já estavam em Berlim, e os americanos, ingleses, franceses e mais outros vindos desde o leste, assinaram termos de rendição em dias diferentes.

Vale, para nós, a data de 8 de maio. Na madrugada de 7 de maio, na cidade francesa de Reims, (terra do champagne) no prédio de uma pequena escola pública, hoje um monumento nacional, o termo de rendição alemã foi assinado com a presença dos generais Jodl, pela Alemanha derrotada; Bedell Schmidt, pelos Estados Unidos; Suslaparov, em nome do alto comando militar soviético; e, como testemunha, o francês general Sevez. O cessar fogo entraria em vigor uma hora antes da meia noite do dia oito. A notícia do fim da guerra começou a ser divulgada, no Brasil, na manhã do dia nove. O locutor do Repórter Esso abriu a edição extraordinária com a voz embargada, tentando conter a emoção: “A Guerra acabou, a guerra acabou”. Em Aracaju fazia um dia muito claro de sol, e logo começaram os foguetes, o repicar de sinos, o povo saindo à rua para comemorar. Os aviões do Aeroclube faziam evoluções sobrevoando a cidade; nos raros veículos eram acionadas as buzinas, houve quem disparasse tiros ao alto. Nos postes de ferro da rede elétrica, a molecada jogava pedras que retiniam no metal, ampliando a zoadeira pela paz renascendo.

A guerra desenrolava-se longe do Brasil, pela Europa, Ásia, África, por todos os oceanos, todavia, esteve bem perto de nós. Por aqui, deixou o seu rastro de sangue, terror e morte. Aracaju, foi a única capital brasileira a ser diretamente afetada pelo impacto direto do conflito, desde iniciado o colossal morticínio em 2 de setembro de 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia, e logo as duas maiores potencias da época, o Império inglês e a França, declararam guerra ao invasor nazista.

A Polônia, diante da “blitztrieg” alemã, a guerra – relâmpago desmoronou rápido, suas forças, onde ainda se incluíam regimentos de cavalaria, foram destroçadas pelas “panzer divisionen”, tanques e carros de combate avançando sobre o terreno e as fortificações varridas pelas bombas e a metralha dos aviões de mergulho Stukas, que desciam como flechas, verticalmente sobre os alvos, e aterrorizavam, com o rugir das suas sirenes conjugado ao ronco dos motores.

Naquele mês de agosto de 1942, aconteceu o que poderia ser previsível, porque navios brasileiros já haviam sido afundados em águas internacionais, mas, acreditava-se que em águas territoriais brasileiras, os submarinos alemães ou italianos não fariam seus ataques, até porque, uma considerável parte dos generais e almirantes brasileiros, todos vivendo no formato totalitário do Estado Novo getulista, não tinham nenhum apreço pela democracia, e enxergavam em Hitler, Mussolini, Franco, Salazar, os protótipos perfeitos do Estado forte que eles tinham como modelo. O próprio Getúlio a bordo do cruzador São Paulo, rodeado pelos seus almirantes, ergueu brindes ao futuro da humanidade, festejando a vitória alemã sobre a humilhada França, em junho de 1940.

Com a derrota arrasadora da França, a Inglaterra viu-se sozinha a combater o inimigo até então poderoso e invencível. Resistiu vencendo a batalha nos ares, para neles firmar sua supremacia, e nos mares, onde a sua Marinha infligiu aos alemães pesadas derrotas. Hitler, aconselhado pelo almirante Döenitz, decidiu jogar a sorte da guerra na ação dos seus mais de 400 submarinos espalhados pelos mares. Eles começaram fazendo um estrago imenso na marinha mercante, e afundando o porta-aviões Courageous. Os submarinos concentraram-se no Atlântico Norte, mas uma pequena parcela deles deslocou-se para o Mar do Caribe e o Atlântico. Nas costas nordestinas estavam, entre outros, dois deles que mais diretamente nos interessam: o U-507 alemão, comandando pelo capitão de corveta Harro Schacht e o italiano Barbarigo.

Corria o mês de agosto de 1942. A guerra atingira seu auge. Nas extensas planícies russas o exército alemão começava a sofrer os primeiros revezes. No Pacífico, os americanos, atacados pelos japoneses em dezembro de 1941, impunham derrotas à marinha Imperial Japonesa, e supriam ingleses e russos com farto material bélico, e preparando-se para desembarcar na Europa.

No Brasil, Getúlio encerrara o tempo de afabilidades com a Alemanha hitlerista, excelente compradora de produtos brasileiros, e rompera relação com o Eixo – Alemanha, Itália e Japão-, na Conferencia Interamericana realizada em janeiro de 41 no Rio de Janeiro, em solidariedade aos Estados Unidos. Mas não havia estado de guerra, embora os americanos estivessem instalando suas bases no nordeste, o que chegariam a fazer, através de acordos amigáveis ou ação bélica.

Na noite do dia 15 de abril, o U-507 o tipo mais moderno de submarino na guerra, com um raio de ação de 25 mil quilômetros, e velocidade na superfície, superior a 30 km/ h avista o Baependi, um velho navio fabricado na Alemanha, e confiscado pelo Brasil durante a primeira Grande Guerra (1914-1918). O moroso Baependi dirige-se ao porto de Aracaju, leva passageiros e cargas. Naquela hora, começo da noite o barco está com todas as luzes acesas, há um jantar festivo e as pessoas dançam, e barco apenas se arrasta, a pouco mais de dez quilômetros por hora. A bordo, está ainda parte de um batalhão de artilharia do exército que se desloca para o Recife. O capitão Harro errou os dois primeiros disparos dos modernos torpedos movidos a gás comprimido, e com busca do alvo pelo som. Reposiciona-se, e dispara mais dois torpedos fatais. Duas horas depois a vítima é o navio Araraquara. No dia seguinte, 16 de agosto, o U-507 prossegue a sua faina mortífera. No litoral norte da Bahia, afunda o Aníbal Benévolo. Prossegue até Salvador, quase entra na grande baía de Todos os Santos, onde diversos barcos estavam ancorados. Afasta-se, e à altura de Morro de São Paulo, ataca e afunda o Itagiba, depois, viria o Arará. No dia 18 o U-507 é atacado por um avião Catalina, pilotado por um oficial americano. A imprensa brasileira noticia que um piloto brasileiro destruíra o submarino. Mas o submersível sofreu pequenos danos, e prossegue sua jornada que termina com o afundamento do veleiro Jacira. Os tripulantes do submarino, ocuparam a barcaça e a destruíram com cargas de dinamite. Aos seis tripulantes, permitiram embarcar num bote salva vidas. No diário de bordo o capitão Harro identifica os tripulantes como “mischlingen”, mestiços, ou seja, gente de raças inferiores. Os ataques causaram 568 mortes.

A maior parte dos náufragos, cadáveres, ou restos dos afundamentos, chegaram às praias sergipanas desde o Saco até o extremo norte da ilha da Barra dos Coqueiros. Os cadáveres em decomposição eram enterrados nas areias das dunas. Sobre as covas colocava-se uma cruz de madeira e o nome da vítima, quando identificada. Aracaju era uma cidadezinha quase isolada do Brasil, com população em torno de 50 mil habitantes. Dependia, inteiramente, da navegação de cabotagem e de uma linha férrea ligando-a a Salvador, e pelo norte até Propriá. Havia o Aeroclube de Sergipe, numa pista diminuta e precária onde pousavam raros aviões maiores. No rio Sergipe começaram a amerrissar os Catalinas, que transportavam gente, as vezes galinhas, patos e perus, toda espécie de cargas, tudo no mesmo reduzido espaço da fuselagem.

No precário cais de madeira que avançava pelo rio, no cruzamento da rua Laranjeiras com a orla, as pessoas ficaram a esperar a chegada do Aníbal Benévolo, que deveria atracar por volta das quinze horas, isso a depender da maré. O navio não chegou naquele 16 de agosto.

Imagine-se o impacto, o terror causado pela ideia de guerra, de centenas de mortes, e da ameaça que se espalhou de uma iminente invasão de Sergipe por tropas alemãs, que chegariam precedidas de intenso canhoneio desde navios e submarinos, e falava-se também em bombardeios aéreos. Tudo fruto de imaginações que ultrapassavam o cenário real do teatro de guerra, das limitações da esquadra alemã, cujas principais belonaves, estavam, para sobreviver, enfiadas entre os fiordes da Noruega, e entre os bombardeiros da Luftwaffe, a força aérea alemã, raros teriam um raio de ação superior a 3 mil quilômetros.

Mas houve pânico, e a chegada dos náufragos, feridos ou fisicamente destroçados, causavam compaixão e medo de que a tragédia se ampliasse. E houve também revolta e heroísmo. Os poucos pilotos do Aeroclube de Sergipe, liderados por Walter de Assis Ferreira Batista, foram os primeiros a localizar os destroços no mar, e a prestar, ainda nas praias, socorros aos feridos. O piloto e médico Lourival Bonfim, foi o primeiro no país a dar socorro, em terra, a um ferido em ação de guerra. O mesmo aconteceu com os demais pilotos, que primeiro voaram chegando às áreas dos ataques, e realizando patrulhas sobre o mar tentando localizar submarinos, sem nenhuma possibilidade de atacá-los. Eram frágeis e desarmadas aeronaves de treinamento.

No dia 19, antes mesmo que o submarino atacante concluísse sua trajetória de destruição e morte, uma multidão saiu às ruas de Aracaju. Atacavam casas de alemães, italianos, e dos simpatizantes do nazi-fascismo, os Integralistas, ou “galinhas verdes”. O maior suspeito de espionagem era o italiano Nicola Mandarino, sua casa, hoje a sede Arquiepiscopal no Parque Olímpio Campos foi depredada, e a sede das suas empresas, destruídas.

No dia 31 de agosto, o presidente Getúlio Vargas declarou guerra aos países do Eixo.

Ai fazia-se a grande pergunta, como, quando e onde fazer combate aos inimigos agressores?

Não foi fácil, houve intensas negociações com os americanos para que recebêssemos equipamentos de guerra, e o indispensável treinamento; houve que superar a má vontade nos altos escalões do governo, inclusive na área militar. O Brasil era um país desarmado, e não conseguia ter comunicações ao menos precárias, com a maior parte dos seus espaços territoriais, isso, até mesmo no entorno das cidades litorâneas. A mesma dificuldade encontrada para deslocar tropas durante a guerra do Paraguai, há mais de oitenta anos, sucedia em 1942, como conta em seu livro operação Brasil o escritor Durval Lourenço Pereira. Em 1943, quando já estávamos em guerra, o 5º Regimento de Artilharia, sendo transportado para o Rio Grande do Norte, levou quase três meses, tendo iniciado a viagem indo dol Rio de Janeiro para o sul a São Paulo, depois, Campinas, Ribeirão Preto, seguindo por Minas Gerais, Uberaba Montes Claros, depois, atravessando os sertões da Bahia, Sergipe. Alagoas, Pernambuco, Paraíba, e finalmente chegando a Natal.

Apesar de todos os percalços, no dia seis de setembro de 1944 a artilharia da Força Expedicionária Brasileira, nas alturas dos Apeninos começou a atirar contra fortificações alemãs; no ar voavam os aviões da Força Aérea Brasileira, que completava o quarto ano de criada.

O nordestino, acostumado ao sol intenso e aos 40º, usando agora pesados capotes, marchava pela neve enfrentando temperaturas de -10º. Nordestinos, sulistas, paulistas, cariocas, mineiros, pantaneiros, goianos, amazônidas, formavam o contingente de 25.334 combatentes, sob o comando inteligente e forte do general Mascarenhas de Morais. E houve os que por aqui ficaram, guarnecendo as praias, engajados nas patrulhas da Marinha e da Aeronáutica sobre a vastidão do Atlântico. Os brasileiros que saíram à luta não envergonharam o Brasil, e deles se forma uma parte da sensação e do orgulho de um país, onde o povo, representado por quem, na Itália, marchava com um fuzil, ajustava a mira de canhões; socorria feridos, pilotava, dava manutenção aos aviões de combate, tripulava os barcos que patrulhavam o oceano. Esse povo não inventou supostos inimigos, contra os quais se “usaria a pólvora”, nem inventou ameaças inexistentes de “guerra química”. Esse povo lutou e morreu numa guerra de verdade, contra inimigos poderosos que ameaçavam a civilização. Exatamente em Sergipe e Bahia essa guerra real, mortífera, deixou os seus primeiros sinais.

Para relembrar tudo isso, e manter vivos na memória, que é o indispensável substrato das nacionalidades, o sergipano André Almeida Aragão Cabral, formado em ciências aeronáuticas e piloto de jatos comerciais, vem, há algum tempo, estudando, juntando subsídios, formulando ideias, articulando apoios, para a instalação, em Aracaju, de um

Memorial da Segunda Guerra, com destaque para os tão esquecidos eventos sergipanos.

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EX-COMBATENTE COMEMORA 101 ANOS

(Seu Biró 101 anos exibe o placar das suas vitórias)

Severino Euclides da Silva, seu Biró, é um potiguar. Em 1958 veio residir em Sergipe, e foi trabalhar como fabricante de queijos e manteiga numa das propriedades do Dr. Salustino em Boquim. O médico era também do Rio Grande do Norte, onde sua família produzia um minério raro, extraído das suas minas no sertão potiguar. Dr. Salustino é muito lembrado em Simão Dias onde também era proprietário de terras, e exercia a medicina. Seu Biró começou a plantar laranjas e tornou-se citricultor no tempo em que a laranja do Boquim era quase um ouro verde. Em Sergipe casou, enviuvou, casou outra vez e teve sete filhos, cinco mulheres e dois homens.

Até aí, uma biografia muito comum, a prosaica vida da maioria das pessoas.

Acontece, que seu Birú completou, nesse sete de maio, 101 anos de existência, isso mesmo, um século e mais um ano de vida. Na sua casa em Boquim houve a festa dos amigos e da família. E mais, por lá chegou gente vindo de Aracaju para participar da homenagem que lhe fez a Câmara de Vereadores do Boquim, tornando-o Cidadão Boquinense.

Severino Euclides da Silva é um dos raros ex-combatentes da Segunda Guerra vivos, e a homenagem é bem evolclativa, ocorrendo à véspera do oito de maio, quando o fim do conflito faz 76 anos. De 1943 a 1945, Seu Biró, como voluntário, esteve patrulhando as praias do Rio Grande do Norte, o saliente leste brasileiro e sul americano, que serviu de base para a ponte aérea formada pelos americanos para a sustentar os combates contra as tropas alemãs, onde, nos desertos do norte africano brilhava a estrela do marechal de campo Erwin Rommel, apelidado “Wüstenfuchs”, raposa do deserto. Rommel foi executado por Hitler, que lhe deu a opção do suicídio ou a execração pública e degradação da sua família. Os generais que foram prendê-lo na casa, onde com a família recuperava-se de ferimentos e esforços de guerra, a ele entregaram o comprimido de cianeto. Hitler lhe deu um funeral de Estado com todas as honras militares ao “herói morto em combate.”

Foi para dar sua ajuda pessoal para o extermínio desse tipo de barbárie, que Seu Biró pegou em armas.

A foto no topo dessa matéria, é de Seu Biró ao lado de uma placa com o honroso placar que ilustra a sua vida. Seu Biró terá a sua honrada e corajosa existência registrada no futuro Memorial Sergipano da Segunda Guerra.

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O ACIDENTE E O AEROPORTO

(Operando há 63 anos houve no Aeroporto de Aracaju o primeiro acidente fatal com uma aeronave experimental que acabava de decolar)

Quando começou a ser noticiada a queda de um monomotor na Atalaia, após a decolagem do aeroporto Santa Maria, começaram a surgir, nas redes sociais, as insinuações sobre os perigos de um aeroporto, hoje, dentro da cidade.

Difícil encontrar, no mundo, um só aeroporto que esteja livre do processo de conturbação que acompanha a expansão das cidades de porte médio e grandes. Em torno dos aeroportos se formam novos bairros, e logo eles estarão rodeados de áreas de atividades econômicas e residenciais.

Congonhas, quando foi construído, na década dos quarenta, ficava numa área quase não habitada de São Paulo. Em pouco tempo os tentáculos da cidade o engoliram. O mesmo aconteceu com o distante aeroporto de Guarulhos. Ao ser iniciado, seus críticos diziam que a distância acabaria por inviabiliza-lo. Hoje, a cidade o cercou. O mesmo aconteceu em Salvador, Maceió, Recife, Belo Horizonte, onde o novo aeroporto chamava-se dos Confins, dando a ideia de que estaria no fim do mundo.

Quando se chega a Paris, seja em Orly ou no Charles De Gaulle, sobrevoa-se a cidade. Em Londres, Nova Iorque, Los Angeles, Lisboa, Madrid, Amsterdam, é sempre a mesma coisa. Em Aracaju, não poderia ser diferente. O Santa Maria demorou a ser construído, desde a desapropriação do terreno, a terraplenagem, e o início da pista, decorreram mais de dez anos. Finalmente no dia 28 de janeiro de 1958, Juscelino Kubitschek, o maior presidente que o Brasil já teve, chegou, para finalmente o inaugurar.

Uma curiosidade: JK veio a bordo de um Convair da VARIG. Há pouco tempo ele havia adquirido um moderno quadrimotor inglês, o Viscount, para servir à presidência. Juscelino chegou sorridente, saiu mais sorridente ainda. Depois, é que se soube que o avião presidencial havia sofrido uma sabotagem.

Outra curiosidade: Leandro Maciel, o governador de Sergipe, era da UDN, partido que fazia cerrada oposição a Juscelino, mas, chegado ao seu último ano de mandato e querendo fazer o sucessor, desejava aplainar arestas com o presidente. Preparou um opíparo banquete em Palácio para depois das inaugurações, tanto do aeroporto como da nova ponte da Atalaia, obras do governo federal, fazer uma homenagem ao presidente. No aeroporto udenistas e pessedistas ficaram cada um no seu canto, na acanhada estação de passageiros. JK cumprimentou efusivamente a Leandro e saiu a repetir o gesto com os presentes. Depois, conversou a um canto com o deputado Leite Neto, líder do PSD sergipano e poderoso presidente da Comissão de Finanças. Leite Neto, que era muito reservado, chamou para ficar ao seu lado o deputado estadual Garcez Dória, seu correligionário, que, mal foi chegando, logo foi se dirigindo a Juscelino: “presidente se o senhor comparecer a esse banquete oferecido pelo governador, todos nós vamos ficar decepcionados, mais ainda os filhos e as viúvas as vitimas dos crimes políticos que têm acontecido em Sergipe. O senhor não pode dar força e prestigio aos udenistas”.

Juscelino inventou a desculpa de ter recebido um chamado urgente do Rio de Janeiro e precisava viajar imediatamente. Despediu-se com o sorriso mais aberto ainda, e o banquete em Palácio acabou servido às moscas.

O aeroporto tem, portanto, 63 anos de operações ininterruptas, excetuando-se os dois ou três meses, quando foi interditado em 1968 para reconstrução de uma parte danificada da pista. Ao iniciarem-se os trabalhos, ficaram operando apenas os Dart Herald da SADIA, bimotores de menor porte, depois, a interdição foi completa. Em Aracaju, quem queria viajar por via área tinha de ir de carro ou ônibus até Salvador, numa estrada quase toda sem asfalto. Próximo a Esplanada, na Bahia, havia sempre ao lado tratores prontos para rebocar carros, ônibus e caminhões que atolavam quando chovia com alguma intensidade.

O perigo da queda de um avião sobre área residencial na Atalaia é cem vezes menor do que a possibilidade de alguém vir a ser atingido por um raio. Desde que começaram os aviões a frequentar os céus de Aracaju, operando no campo do Aeroclube, ou os hidroaviões amerrissando nas águas do rio Sergipe, houve poucos acidentes. Agora, no Santa Maria, ocorreu o primeiro fatal, com o avião experimental matando o piloto. Esses aviões experimentais, por sinal, costumam ser muito bonitinhos, mas ordinários. No campo do Aeroclube houve dois acidentes fatais com suas aeronaves de pequeno porte nos quais três pessoas morreram. E o maior dos acidentes em Sergipe a queda no rio do Sal de um Douglas DC-3, quando se aproximava num dia chuvoso para o pouso na precária pista. Todos os tripulantes e passageiros morreram, eram 27, e entre eles o governador do Rio Grande do Norte, Dix-Sept Rosado Maia, e uma parte do seu secretariado. Eles viajavam de Natal para a capital da República, na época o Rio de Janeiro. Outros acidentes ocorridos em Sergipe: o choque de um bimotor contra a Serra de Itabaiana em 1982, matando o piloto e os cinco passageiros, todos executivos do Banco da Bahia; um avião que fazia pulverização em canaviais, no combate à praga da Cigarrinha, que bateu numa árvore, isso em 1949, matando o piloto, um ex-integrante da Força Aérea Alemã, a Luftwaffe. Havia combatido na Segunda Guerra. Os outros acidentes foram com aviões ultraleves, ou experimentais, e um com asa delta nos quais cinco pessoas morreram, com helicópteros, três acidentes com quatro mortes.

A conclusão que se pode retirar dessas cifras é que não existe nada mais seguro do que o transporte aéreo. Assim, podem ficar tranquilos os moradores da Atalaia e arredores.

O que se tem a lamentar é a morte do jovem piloto mineiro, cujo corpo até a noite do dia sete, não havia sido encontrado no fundo da lama do manguezal, onde a aeronave caiu de bico, tudo indicando, que, ao retornar ao aeroporto, após comunicar a pane, o avião foi perdendo velocidade e entrou em stoll, ou seja, numa queda incontrolada, descendo verticalmente, o que explica a força do choque no manguezal, onde o avião quase desapareceu na lama.

INFORME PUBLICITÁRIO

Governo Investe em Ensino Híbrido

São investimentos nunca vistos para que alunos e professores possam cada vez mais ter acesso ao ensino presencial e remoto, durante e depois da pandemia.

Internet para alunos e professores, melhoria dos laboratórios de informática, aperfeiçoamento do parque tecnológico escolar, lançamento de canal de TV, portal e aplicativo Estude em Casa, recursos direto nos cofres das escolas, infraestrutura e segurança, além de entrega de kits de material escolar e kits de merenda são algumas das ações que o Governo do Estado tem persistindo para garantir que o ensino híbrido, ou seja, presencial e remoto, seja uma realidade diária na rede estadual de ensino durante e depois da pandemia.

As ações foram intensificadas ao longo do período pandêmico ao passo que investir na tecnologia de ponta, bem como em infraestrutura e segurança são fatores que modernizam, qualificam e promove a democratização do acesso ao ensino/aprendizagem.

Considerando que, durante o período de suspensão das aulas, é inevitável que haja impactos no nível de aprendizagem em decorrência do afastamento dos alunos do espaço físico escolar, identificou-se que prover a solução de dados patrocinados a professores e alunos da Rede Estadual de Ensino para a utilização de ferramentas educacionais é de suma importância para a concretização do ensino híbrido.

Internet patrocinada

Para tanto, o Governo de Sergipe, por meio da Seduc, fornece a mais de 150 mil alunos e 9 mil professores da rede estadual de educação o serviço de internet patrocinada, com pagamento a partir da fruição de dados (o pacote de internet será disponibilizado diretamente no chip dos professores e alunos). O Governo do Estado fez contrato com as principais empresas de telefonia móvel: Vivo, Claro e Oi, e agora os usuários poderão navegar pelo aplicativo criado pela Seduc o Estude em Casa, usufruindo das funcionalidades do YouTube, Google for Education, além de fazer download dos arquivos em PDF, sem ter de usar o próprio plano de dados de internet do celular ou mesmo quando estiverem sem acesso a uma rede wi-fi.

A internet garante acesso aos mais de 10 mil conteúdos pedagógicos no aplicativo Estude em Casa, plataforma desenvolvida para smartphones e dispositivos móveis com sistema operacional Android. Com a contratação dos pacotes de dados, foram investidos mais de R$ 7,4 milhões

Tecnologia de ponta

Os investimentos da ordem de R$ 31.412.775,48 fazem parte do projeto do governo para qualificar a educação, bem como promover mais melhorias para a comunidade escolar no retorno gradual das aulas presenciais e efetivação do Ensino Híbrido.

A aquisição dos equipamentos e serviços está sendo realizada por lotes. Ao todo, a Seduc pretende investir no lote ainda de 2020, R$ 13 milhões em investimentos de computadores e impressoras, software e hardward e segurança com aquisição de 3.747 computadores, 1.147 deles paras as escolas de Ensino Médio em Tempo Integral e 2.600 para o convencional.

A Seduc adquiriu um montante de notebooks e impressoras, que estão sendo distribuídos para as escolas e para as áreas administrativas. Há recursos também a serem aplicados em implantação de solução de rede segura e WiFi, implantação de solução de segurança, Datacenter (implantação de solução integrada de computação, armazenamento de dados, redes, backup e replicação (hiper convergência), atualização da Solução de Backup, Datacenter Pré-Fabricado e Internet Patrocinada para professores e estudantes.

TV Estude em Casa com conteúdo exclusivo pedagógico

Os conteúdos são produzidos por professores de Sergipe e com parceria do Centro de Mídias do Governo do Amazonas para transmitir 22 horas uma programação direcional ao ensino fundamental, médio, profissional e para o Enem.

As videoaulas fazem parte dos investimentos em ensino híbrido do Governo de Sergipe que disponibiliza aulas remotas e presenciais para alunos matriculados na rede estadual durante o período de afastamento social necessário ao enfrentamento de emergência de saúde pública de importância internacional, decorrente da propagação do coronavírus (covid-19) e, no retorno às aulas presenciais.

Em parceria com a TV Sergipe, as videoaulas serão transmitidas por meio do canal aberto de TV Digital de multiprogramação (4.2), devidamente outorgado pelo Ministério das Comunicações e Anatel, visando à prestação de serviço de transmissão de mídia de conteúdo pedagógico, em disponibilidade de 24h, com programação diária. Investimentos total anual R$ 2.304.000,00.

Portal e Aplicativo Estude em Casa

A Seduc criou o Portal Estude em Casa, um importante material de apoio para estudo e atividades nos níveis Educação Infantil, Educação Profissional, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Preuni e Educação Inclusiva.

No portal, estudantes, professores, pais, mães ou responsáveis têm um espaço reservado para acessar o material de apoio para estudos e atividades tanto presencial e remotamente. O portal Estude em Casa disponibiliza mais de 10 mil conteúdos para alunos, professores e pais/responsáveis. Também foi criado pela Seduc um aplicativo em que o Portal Estude em Casa é acessado pelo celular, tablets ou similares com tecnologia desenvolvida pela Seduc.

 

 

 

 


 


 


 


 


 

 

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