Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa, é jornalista, escritor, ambientalista, membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Maçônica de Letras e Ciências.
TEXTOS ANTIVIRAIS (87)
19/01/2022
TEXTOS ANTIVIRAIS (87)

SERGIPE, DAS PRAIAS AO SERTÃO

 

As praias sergipanas finalmente vão receber investimentos turísticos.

 

Quase já se perdeu a conta do tempo em que, tanto se fala e tanto se procura uma solução, para aquele impasse jurídico-burocrático que, das praias do sul sergipano, fez locais impróprios, ou melhor, proibidos, para quaisquer atividades que gerem desenvolvimento, em decorrência, empregos e renda para uma população massacrada pela pobreza. No Saco, um dos mais atraentes pontos para o turismo em Sergipe, não se tornou apenas proibido construir, foi pior: o que já estava construído deveria ser lacrado ou posto abaixo.

Não é oportuno agora alinhar culpas, nem buscar responsáveis pelo longo e quase interminável imbróglio.

Finalmente, todos se deram as mãos, e agora é possível comemorar, de fato, uma solução definitiva. Só então elogios aos que se empenharam na busca de um consenso, o que é bem mais construtivo do que sair à cata de culpas e culpados.

A partir do zoneamento das áreas costeiras, que coube ao governo do estado elaborar e levar para discussão e aprovação final na Assembleia, os procuradores federais foram atendidos nas suas exigências, resultantes, basicamente, da sintonia entre meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Assim, abrem-se agora  largas perspectivas ao futuro. Homens e “tartarugas” saberão precisamente os lugares que devem ocupar. E fica objetivamente claro, que o turismo pode crescer sem impactar o meio ambiente, com a paisagem natural tornando-se acessório indispensável da paisagem urbana.

Agora, é tempo de regulamentar, de manter e até expandir o verde, com ênfase aos manguezais, e à vida que eles hospedam e multiplicam. Há estuários e rios para cuidar e manter limpos, e ali fazer-se expandir a criação de camarões, peixes e ostras. Entre os estuários da “barra da Estância” até a foz alargada do Vaza Barrís, a praia é margeada por uma quase contínua faixa de vegetação de restinga, logo depois, sucedem-se áreas de dunas e brejos, onde se poderá intensificar o plantio de coco, de caju, de ouricuri, de araçá, da sergipaníssima mangaba; e, ao lado disso tudo, sem descuidar dos pontos de desova dos quelônios, meticulosos e solenes, haver espaço para os condomínios, os hotéis, bares, resorts, parques temáticos, tudo o que forma e faz trepidante a atividade turística.

Em Alagoas, no mar turquesa da chamada Costa dos Corais, a UFAL, faz um trabalho ecológico e de pesquisas, e também abrindo caminho ao empreendedorismo. Sugere-se um convite à UFS para algo semelhante. 

O litoral sergipano, não só a área do sul, mas, todo ele até a foz do São Francisco, agora acessada pela nova rodovia, torna-se um atrativo convite para investimentos.

Nesse particular, é preciso um cuidado, um zelo específico em relação à Barra dos Coqueiros. Dali, em primeiro lugar não podem desaparecer os coqueiros, depois, sem perder de vista a atenção ao importante aquífero, manter, no entorno do Terminal Marítimo o extenso retroporto para as operações logísticas, e o parque industrial e de energias limpas. Tudo em perfeita integração, e compondo um modelo, digamos assim, virtuoso de desenvolvimento. Em síntese: agora é mãos à obra para tornar factível um projeto já destravado.

Houve esses bons eflúvios do final do ano que se foi, onde se poderá assinalar e festa de luzes natalinas em Aracaju, além do décimo terceiro   salário e os mensais em dezembro sendo pagos pelo governo e alguns municípios; houve ainda uma outra medida aprovada na Assembleia, que poderá, a princípio, até parecer insignificante, mas, saindo da praia e nos transportando ao nosso semiárido, poderemos entender melhor o que significa a lei determinando que as escolas públicas estaduais incluam na merenda o leite de cabra, e seus derivados.

O deputado Zezinho Sobral, teve presença nos dois casos, tanto na Lei de Zoneamento Costeiro, como na “valorização dos úberes caprinos''. Ou seja, sem que a brincadeira desmereça o ato, é preciso enxergar a importância da lei que o deputado Zezinho apresentou e foi aprovada para o semiárido, onde as cabras melhor se adaptam, e a caprinocultura pode se transformar numa segunda opção rentável na atividade leiteira, desde que haja ampliação do mercado, o que a lei agora facilita, além do incentivo para o surgimento de queijarias, com a excelente qualidade que o leite caprino assegura, e, mesmo assim,  tem sido uma alternativa até agora quase desprezada. Em síntese: o pequeno produtor, aquele da agricultura familiar, encontrará, na caprinocultura, uma atividade mais adequada à sua capacidade financeira e produtiva, e, com isso, se poderá alargar o olhar pelos assentamentos do MST nas regiões de chuvas escassas, muitos, improdutivos, talvez porque ainda não se dedicaram à criação de cabras.

E para o ano que começa a boa notícia na Educação: nas escolas públicas estaduais, o fardamento e parte do material escolar será entregue de graça  a todos os estudantes.

 

 

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“AQUELE INFELIZ DA COSTELA ÔCA”

 

Chamavam ofensivamente quem era atacado pela fome e a tuberculose de "Infeliz da costela ôca". A vacina acabou a tuberculose, mas hoje há "Infelizes da cabeça ôca" fazendo guerra contra a vacina.

 

Era um apelido depreciativo ou até uma pesada ofensa, chamar alguém de “infeliz da costela ôca”. Expressão muito usada em Sergipe, foi sumindo com o passar do tempo, e hoje quem estiver abaixo dos 70 dificilmente conseguirá recordar se, alguma vez a escutou, saindo principalmente de pessoas simples, do povo.

Resultaria o termo insultuoso do fato de ser comum a tuberculose, e, evidentemente, os que eram acometidos pela doença seriam infelizes. A “costela ôca”, tornava-se uma grosseira alusão ao fato de que o bacilo de Koch, causador da devastadora moléstia, atacava os pulmões, que seriam “devorados”, e assim a vítima ficaria com as costelas ôcas, opeito vazio, incompleto, roído, prenúncios da morte iminente.

Os tuberculosos ou tísicos em fase terminal, quando tinham constantes hemoptises, apresentavam um aspecto desolador. Magros, ossos peitorais proeminentes, rostos escalavrados, respiração ofegante, tosse continuada.

A doença era uma das maiores causas das mortes, e Sergipe, um estado pesadamente afetado pela tuberculose. Consequência da fome, da subalimentação. Havia até um Hospital específico para o tratamento, ficava onde hoje funciona o Hospital Universitário, da UFS, no Santo Antônio.

A tuberculose era altamente contagiosa, pela respiração, pela saliva e pelos objetos que o doente  tinha contato. Era quase tão contagiosa quanto a hanseníase, a lepra. 

A ofensa cruel traduzida na frase, “infeliz da costela ôca” desapareceu, na medida em que a vacina quase erradicou a tuberculose, que também foi combatida eficazmente com o uso de alguns medicamentos.

Doença, como se observa sempre, gera preconceitos, maior ainda quando é grave, e suspeita-se que possa ser transmissível. Ao invés do preconceito deveria haver o cuidado com o tratamento, com a prevenção. Mas, o preconceito se torna mais grave e mais devastador quando se manifesta em relação exatamente ao tratamento, ou à prevenção através dos imunizantes.

Caso o preconceito contra as vacinas não acabassem sendo derrotados pela clarificação da ciência, que restabelece a sensatez, a média da vida humana andaria ainda, aqui no Brasil por exemplo, em torno dos quarenta anos.

Hoje quase ultrapassamos a faixa dos oitenta.

Apesar de todas as evidências, o preconceito negacionista permanece.

Sumiram graças às vacinas aqueles que no caso da tuberculose, eram classificados depreciativamente como “infelizes da costela ôca”, mas, desgraçadamente se multiplicam agora os “infelizes da cabeça ôca”, aqueles que por ignorados motivos desprezam a razão, e agem como se fossem descerebrados, e alguns desses “cabeças ôcas” ainda encontram seguidores, muitos deles por sinal, ao contrário, tem a cabeça recheada de cérebro, mas, mesmo assim preferem seguir e obedecer aos que dele são desprovidos.

 

INFORME PUBLICITÁRIO

 

Deso realiza campanha de doação para famílias desabrigadas com as enchentes na Bahia
Foi arrecadada mais de meia tonelada em alimentação, vestuário e produtos de limpeza

Cerca de 50 caixas com copos de água, além de mais de meia tonelada em alimentação, vestuário e produtos de limpeza foram arrecadados pela Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso, e doado para famílias desabrigadas na Bahia, devido as fortes chuvas dos últimos meses. Uma equipe de funcionários da Deso foi pessoalmente levar as doações no Estado vizinho, diante da campanha que foi realizada na empresa durante uma semana, e que contou com a participação de empregados e clientes.

De acordo com o assistente de Gestão Operacional I, um dos responsáveis por levar as doações até a Bahia,os itens foram levados até o Corpo de Bombeiros, na capital Salvador. Além da Deso, estavam chegando a todo momento carros da população com ajuda em roupas, alimentos e água. O comandante que recebeu a equipe da Deso, disse que já tinham mandado uma carreta completa só com roupas e já estava pra completar outra. Tudo destinado diretamente para a região sul da Bahia que sofreu com as enchentes e alagamentos. E é de uma importância enorme, pois toda ajuda é bem-vinda. É sempre bom ajudar ao próximo.

Segundo um empregado da Deso, que atua como assistente Operacional II, na manutenção de equipamentos e bombas, e que foi um dos doadores, os desianos abraçaram a causa dos irmãos baianos. As enchentes e inundações levaram tudo das pessoas e foi o mínimo que os que participaram puderam fazer,para ajudar o povo sofrido.

Para Thiago Claiton dos Santos, pedagogo e cliente da Deso em Aracaju, o estimulo em participar da campanha veio através de uma postagem no instagram na Companhia. “As doações não devem parar, pois as pessoas atingidas continuarão precisando. Então, quem puder doar que realize essa ação, não só com alimentos, mas com o seu tempo, com uma palavra de apoio, que é necessário. Minha iniciativa em participar veio através da postagem que vi no instagram da Deso, e me senti a vontade para poder doar de alguma forma, foi um estimulo para que eu pudesse levar minha contribuição”, ressaltou.
 

Deso apresenta Estudo Socioeducativo do “Programa Boa Semana”
Entre os dados divulgados, uma análise das situações que incluem a Covid-19, e as metas para a atuação técnica a partir de março de 2022, visando promover a melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho

A importância em dar visibilidade aos impactos da pandemia nas relações sociais e trabalhistas, foi tratada na Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso, com a apresentação da equipe de Coordenação de Serviço Social e Benefícios – CSSB, que expôs os resultados da “Pesquisa Social de Mapeamento Covid-19”, diante de um cenário mundial nunca vivido até então, através do “Programa Boa Semana”, já desenvolvido pelo setor.
De acordo com a coordenação da CSSB, a equipe esteve inserida em todo o contexto dos colaboradores da Deso acometidos pela Covid-19. Além disso, buscaram possibilitar embasamento para a construção de ações socioeducativas e estratégicas que visam acolher vidas, fortalecer vínculos e emoções no ambiente laboral.

PESQUISA E RESULTADOS

A pesquisa foi realizada, contando com todas as suas fases, durante cinco meses. O estudo foi realizado através do “Programa Boa Semana”, pela equipe de assistentes sociais, em colaboração com toda a equipe técnica da CSSB: psicólogo, assistente social e estagiárias, sob orientação da coordenação.
A partir de um processo de desenvolvimento de análise e interpretação dos dados coletados de forma qualitativa, correlacionando com a totalidade e com a realidade da Deso, os dados foram obtidos através da aplicação de questionários impressos ou enviados via aplicativo de WhatsApp e e-mail institucional, ferramentas que viabilizaram a realização da pesquisa já que estávamos em uma pandemia e que era necessário esse acolhimento pelo Serviço Social da empresa.
As repercussões da pesquisa poderão ser percebidas na prática a partir do desenvolvimento de intervenções baseadas em seus resultados que serão realizadas pelo “Programa Boa Semana”, que traçará as metas para a atuação técnica a partir de março de 2022 visando promover a melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho, socializar informações da pesquisa e da pandemia, dar visibilidade a saúde mental e proporcionar momentos de interação e descontração aos colaboradores.

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

De acordo com a Gerência de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho – GGSS, o evento do “Boa Semana” foi de suma importância para mostrar aos colaboradores os resultados dos questionários respondidos pelos que foram acometidos pela Covid-19. Muito importante para que cada situação seja analisada, inclusive em relação à eficácia das medidas profiláticas implementadas pela empresa no início da pandemia que perduram até o momento. Uma oportunidade para demonstrar as ações realizadas pela GGSS, pois foi um grande desafio para o setor de saúde e segurança do trabalho, com a equipe reduzida no início da pandemia, realizando pesquisa de vários protocolos dos órgãos da saúde para implantar as ações de combate ao coronavírus na empresa, ações estas descritas no Plano de Contingência da Deso. Importante lembrar que devemos continuar os mesmos cuidados como o uso da máscara e tomar a vacina contra a Covid-19 para que consigamos controlar a pandemia.

Segundo a coordenação de Saúde Ocupacional, o momento trouxe inúmeros aprendizados para todos os envolvidos nesse processo, além de fornecer um enriquecimento profissional, que contribuem para o desenvolvimento humano. Para a coordenação da CSSB, o Serviço Social dentro da instituição torna-se um setor de relevância que trabalha na desburocratização da informação, e assim, viabiliza para que os colaboradores tenham acesso aos seus direitos. É imprescindível em qualquer situação a parceria entre diretorias, gerências, coordenadores e colaboradores para melhores resultados dentro da empresa. E o acesso a informação é o que possibilita a consolidação do objetivo e missão da Deso.
 

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