Luiz Eduardo Costa
Luiz Eduardo Costa | Jornalista
UM LIXÃO DOS URUBÚS COM O APELIDO DE ATERRO SANITÁRIO
14/03/2024
UM LIXÃO DOS URUBÚS COM O  APELIDO DE ATERRO SANITÁRIO

NESTE BLOG: 

 

1) UM LIXÃO DOS URUBÚS COM O APELIDO DE ATERRO SANITÁRIO

 

2) O NORDESTE TERÁ EM LAGARTO UM HOSPITAL DO CÂNCER  DE “BARRETOS”

 

3) 17 GRAMAS DE “ERVA" CHEGANDO AO ST

 

4) A “CAÇADA” DE MOSSORÓ E O JURISCONSULTO LEWANDOVSKY


5) QUANDO O “TEMPO FECHA" PARA UM METEOROLOGISTA

 

 

 

 



UM LIXÃO DOS URUBÚS COM O APELIDO DE ATERRO SANITÁRIO

Um lixão real, é apresentado como suposto aterro com autoclave. Um logro ambiental.

 

A TV- Atalaia escancarou o absurdo. A denúncia é gravíssima, talvez,  configure um dos maiores crimes ambientais cometidos em Sergipe, isso, sem incluir os avantajados passivos ecológicos que herdamos da  PETROBRAS  e da VALE, esta última, tanto nos tempos de estatal , da mesma forma, quando privatizada.

O lixão em Itaporanga é algo que está a exigir uma providência drástica. Já existem informações de que o governador Mitidieri estaria aguardando um parecer jurídico para determinar a imediata interdição daquela montanha de lixo, povoada pelos urubus e ratos, e disseminadora de todos os tipos de miasmas, inclusive, os mais perigosos.

 

Os Ministérios Públicos tanto o Federal como o Estadual já  interferem,  e deverão, solicitar à Justiça a interdição imediata daquele lixão, e responsabilizar o autor ou autores da excrescência.

Custa crer que a Prefeitura de Itaporanga, onde acontece o crime, não tenha,  tempestivamente,  passado a vista pela calamidade que ameaça gravemente o próprio futuro do município.

Senão, vejamos: a imunda lixeira , o “ banquete” horripilante oferecido a urubus e ratos, e o que é pior,   onde desgraçados seres humanos catam algum alimento,  é chamado, cinicamente, de aterro   sanitário, ou Autoclave.  Seria uma central de modernos equipamentos com os quais se processa a desinfecção de  resíduos contaminantes. No caso, seria o tratamento do lixo que se acumula cada vez mais sobre o solo, onde improvisaram um aterro, após o desmatamento da área.

Não é absolutamente um aterro dentro dos padrões exigidos, nem ali se faz qualquer processo de descontaminação das imundícies , que, sem dúvida são pestilentas.

E há ainda uma característica   pesadamente agravante: em torno  do lixão que cresce a cada dia,   existe um bioma complexo e delicado, incluindo o berçário de nascentes que vão formar aquela preciosidade ambiental :  tantos pequenos rios confluindo para formar a bacia do Piauí- Piauitinga -  Real, encontrando-se com o Oceano no imenso estuário da Barra da Estância. Essa rede de  diminutos cursos d’água , alimentam os rios principais, protegidos, ainda, por manchas de Mata Atlântica, e Vegetação de Restinga.  Existe, também, um outro aspecto a gerar graves preocupações. Itaporanga, como se sabe, tem um subsolo rico em aquíferos de água mineral. A primeira empresa do ramo em Sergipe surgiu naquele município nos idos dos anos cinquenta. Era a Agua Mineral Taperoá,  um dos empreendimentos do empresário Albino Silva da Fonseca, mais conhecido com o dono da Rádio Liberdade.

Hoje, uma empresa com outra denominação continua, no mesmo ponto, engarrafando a água mineral; e existem mais  outras semelhantes , também utilizando os lençóis freáticos  especiais,  que tornam diferenciado o subsolo  de Itaporanga d’ Ajuda, de Salgado e Estância , no entorno.

É inconcebível que num bioma especial e frágil , a merecer todos os cuidados, esteja, impunemente instalado um desastroso depósito de lixo, com altíssima capacidade poluente. As fotos aéreas feitas por drones, mostram o chorume fétido e contaminante escorrendo, e espalhando-se pelo entorno,  entranhando-se na terra,  e, possivelmente, indo misturar-se com as jazidas das  águas minerais subterrâneas.

  Caso continue   descontroladamente a crescer,  o nojento amontoado  estaria ameaçando o futuro das indústrias engarrafadoras de água mineral  naquela região.  Poderia estar ameaçado, também, a médio prazo,  o funcionamento da fábrica  da AMBEV em Estancia, que tem, na água ainda pura e límpida de um rio que usa,  o principal fator da qualidade da cerveja,  carro- chefe da importante indústria, trazida a Sergipe  no governo de Albano Franco. Aquele pequeno rio, como vimos, vital para a cervejeira, recebe micro – afluentes, na sua maioria,  originados no entorno de onde escorre o chorume da lixeira.

A lista de possíveis e bem prováveis prejuízos é imensa. O dano causado ao meio ambiente poderá  ser irreversível.

Quem viajava de Itabaiana em direção à Rota do Sertão, a uns  dois quilômetros antes de alcançar a cidade de Ribeirópolis deparava-se, à sua esquerda,  com um lixão fedorento ao longo de uns 200 metros. Nele , centenas de urubus e carcarás  batalhavam pela carniça. As garças devem ter passado por um processo de transformação alimentar, e vieram frequentar o monturo,  disputando espaço e comida com  aves de rapina.

 Para compensar a paisagem tão constrangedora, os turistas em demanda ao Canion de Xingó,  que passavam tapando os narizes, ficavam,  de certa forma,  impressionados com os bandos de garças, e o voo elegante daqueles  falcões, aqui chamados Carcarás.  

Na virada do século, quando,  há mais de vinte anos o lixão começara, imaginava-se que aquele atentado  à civilização fosse cometido pela Prefeitura mais próxima. Mas, apesar da  vizinhança à  sede municipal  de Ribeirópolis, aquele montão de porcarias estava mesmo situado num enclave pertencente à Itabaiana, sendo  aquele município o responsável por lançar bem longe ( a atormentar os ribeiropolitanos)  o lixo que diariamente produzia. Faz, coisa de uns quinze anos, aquele lixão começou a desaparecer. Agora, em seu lugar, viceja um  verdejante bosque. Pessoas que têm propriedades  num raio de uns quinhentos metros da antiga lixeira, dizem,  que só há uns quatro anos voltaram a utilizar os poços artesianos, há tanto tempo desativados.  Lembram todos ,  que a água tornara-se fedorenta e imprestável para o consumo.

Foi o então prefeito de Itabaiana Walmir de Francisquinho, quem tomou as providencias para o  encerramento daquela ignomínia,  obedecendo-se assim, finalmente, às exigências das leis insistentemente cobradas pelo Ministério Público.

    Relacionam, aquela decisão sobre a lixeira, ao surgimento da  boa fama de Francisquinho,  que faz dele um  político com dimensão estadual.

No caso de Itaporanga d ‘Ajuda o que se pode esperar é uma  decisão urgente, saia ela de onde sair, para que se ponha fim ao crime ambiental até agora tolerado.

 

 

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O NORDESTE TERÁ EM LAGARTO UM HOSPITAL DO CÂNCER  DE “ BARRETOS”

O hospital do cancêr de Barretos em Lagarto deverá, segundo o presidente Lula, se tornar um hospital regional para atender o nordeste. A ideia seduziu o governador Mitidieri e o empreendendor social Henrique Prata. 

 

Tudo indica,  agora, desapareceram os desentendimentos  emperrando o início das atividades  do Hospital do Câncer em Lagarto.

Henrique Prata veio a Aracaju e teve  conversa construtiva e decisiva com o governador Fábio Mitidieri .

 Cada um defendeu seus pontos de vista, analisaram o que os separava, e o que os unia, e chegaram à conclusão:  não se justificavam as desconfianças de lado a lado, e poderia haver uma linha de compreensão e de identidades.

Assim, encontraram afinidades mútuas, e relembraram também, os dois, que eram filhos e netos de médicos; eles mesmos, não sendo médicos,  coincidiam mais ainda,   numa visão  sobre o papel  que teriam de desempenhar,  juntos, a favor da Saúde.

Dessa forma ,  abriram-se os caminhos para que o Hospital construído em tempo recorde em Lagarto, possa instalar os equipamentos que ainda faltam, e entrar a pleno vapor em operação neste primeiro semestre.

Aguarda-se, apenas, a visita da comissão técnica da Secretaria de Estado da Saúde para a fiscalização final e autorização do funcionamento. Isso deverá ocorrer ainda esta semana.

Foi aceita a ideia do presidente Lula. Ele sugeriu  fazer do  hospital do câncer em Sergipe  um centro oncológico interestadual, aberto para atender pacientes de todos os nove estados nordestinos. Isso significa que serão  liberadas verbas federais, direcionadas  a um empreendimento que ostenta o rótulo primoroso da instituição que  abriu novos horizontes para o tratamento do câncer no Brasil: o Hospital de Barretos.

Lagarto, em  Sergipe, transforma-se assim num polo importante de aplicação  das ciências médicas mais avançadas, e isso abre perspectivas para uma multiplicação de atividades correlatas,  fortalecendo a capacidade de salvar vidas, além de benefícios com a expansão da economia lagartense, melhorando a qualidade de vida do povo.

É preciso agora traçar uma estratégia visando atrair investimentos particulares, na área de fármacos principalmente. Lagarto, que conseguiu  ser o local escolhido  para o Polo da Saúde da Universidade Federal de Sergipe, terá de transformar-se num complexo integrado dos ramos da medicina , e sendo também local de convergência para uma articulação operacional e cientifica com todos os estados nordestinos. Por isso  deverá priorizar algumas adaptações, compatíveis com o volume de  atividades que irão surgindo. E

Como é sabido, nos hospitais do sistema Barretos o atendimento é feito exclusivamente pelo SUS, com a mesma qualidade digna ofertada a pobres e ricos.

Dessa forma, as doações particulares se tornam imprescindíveis.

O município de Barretos oferece um exemplo de mobilização social para suprir as necessidades  do sistema hospitalar, isso irradia-se por todo o estado de São Paulo, e se estende a todo o pais, e até ao estrangeiro.

As doações de pessoas físicas e jurídicas, tanto podem ser, apenas como exemplo: de um milhão de reais, como de um só real.

 Nesse sentido, para dar plena viabilidade ao Hospital do Câncer de Lagarto a sociedade sergipana precisa mobilizar-se,  demonstrando sua identificação e apoio a uma obra que é, essencialmente, movida pelo sentimento de solidariedade humana.

Onde estarão os que tanto acumulam riquezas, e se definem como cristãos  fervorosos?

É preciso que descubram o “outro lado da riqueza.”

Se visitarem o Hospital do Câncer, irão encontra-lo, nu fundo da alma revigorada.

 

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17 GRAMAS DE “ERVA" CHEGANDO AO STF

Agora se depender de uma lei tranmitando no congresso, um graminha de maconha vai levar milhões de usuários para cadeia, vai faltar espaço.

 

O Ministro do STF  Flávio Dino, deparou-se, numa das suas primeiras intervenções, com o caso de um cidadão  respondendo a longo processo por ter sido encontrado com ele 17 gramas de maconha.

O STF discute, justamente  agora, qual  quantidade de maconha poderá ser possuída por usuário,  sem que configure crime de tráfico.

Por outro lado,  a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, outrora conhecido como a Casa da sensatez e da moderação, no influxo de um sentimento anti -STF que ali se configura, decidiu, por ampla maioria, levar ao plenário um projeto de emenda constitucional, que iguala no mesmo crime,  tanto o traficante quanto o usuário de droga. Apresenta ressalvas de que ao usuário o Juiz poderá arbitrar penas proporcionais ao volume da erva com ele encontrada.

Se o Senado  aprovar, da mesma forma a Câmara, essa igualdade entre tráfico e consumo, não haverá lugar nas delegacias e penitenciárias , caso a Policia resolva levar a sério, a criminalização dos 17 gramas de maconha.

Então, preparem-se para que todo o aparato judicial esteja voltado aos milhares e milhares de casos semelhantes aquele do  usuário dos dezessete gramas de maconha, o “ crime “ solenemente levado à Suprema Corte.

Antes que surjam imprecações raivosas sobre o” fim dos tempos” que estarão a surgir, com a descriminalização do uso da maconha; o escrevinhador pede a presunção da inocência, para perguntar: alguém já foi criminalizado por beber litros e mais litros de cachaça; por consumir dezenas e mais dezenas de carteiras de cigarro; ou, mais hodiernamente, por exibir-se fagueiro fumando cigarros eletrônicos, o dernier- cri da sofisticação do vício ?

A embriaguez ao volante é a principal causa dos acidentes no transito, os pulmões devastados pelo fumo,  geram despesas enormes ao sistema público de saúde,    tanto o fumo como o álcool reduzem a média de vida dos brasileiros.

Os chamados energizantes, reunidos em coquetéis  alucinôgenos,  estão em todas as festas, em todas as baladas,  transitam entre as “ melhores famílias”,

escorrem pelas gargantas dos detentores de fatias vistosas do PIB brasileiro.

O rigor moralisteiro dos  novos “Catões censores”, irá além da periferia, além do pobre e preto e chegará  aos moderníssimos e sofisticados prédios de balneários sulistas, onde a fina flor do establishment paulista, carioca, brasiliense,  recorre ao tranquilo cocaine- delivery ?

Ou   esquecerá da Favela da Maré, e chegará à Vieira Souto ?

Hipocrisias à parte, todos esses que movem essa “chamada onda conservadora”,  conservadoramente, sabem,  que o tráfico de drogas movimenta hoje no Brasil mais de setenta  bilhões de dólares. Nos tornamos, já faz algum tempo, um importante corredor da droga.  Ela vem da Bolívia, do Peru, da Colômbia, da Venezuela, do Paraguai, das selvas amazônicas, onde traficantes e garimpeiros são sócios no mesmo crime. Aqui,  se faz grande parte do refino, e pelos nossos portos e aeroportos a droga voa, ou navega para a Europa, os Estados Unidos, a Asia.

Uma atividade de bilhões de dólares, não se movimenta pelo menino pretinho da favela, nem é lá que estão os capos, ou  CEOs do portentoso business.

Alguém já os encontrou em condomínios de luxo, em áreas restritas da riqueza e do poder ?

Já houve algum tiroteio entre traficantes nos Jardins paulistanos, na  Avenida Paulista ?

 “ Conservadoramente”,  os arautos do vozeirão contra a mixórdia de alguns gramas de maconha, calam,  diante da evidencia de que a guerra contra o tráfico é uma guerra perdida. Todavia rendosa.  

Quando bilhões de dólares estão em jogo, não se acabam as guerras, por trás delas estão os fabricantes de armas. Da mesma forma, enquanto houver narizes que cheirem, veias para injetar, não se acabará a guerra ao tráfico, porque se torna o derivativo para esconder, ou fingir, com a morte, inclusive de tantos agentes da lei,  a realidade cruel de que o tráfico já se incorporou aos hábitos da sociedade,  e à própria economia planetária.

Bilhões de dólares não se escondem em cofrinhos de cabeceira.

Mas, é preciso “ salvar as famílias “ criminalizando os 17 gramas de maconha.

E o pior de tudo, é que a maior parte da sofrida e ludibriada sociedade brasileira, acredita no engodo.

Da mesma forma como acredita em Mitos..........

 

 

 

 

A “CAÇADA” DE MOSSORÓ E O JURISCONSULTO LEWANDOVSKY

O ministro da justiça Lewandowsky ficaria bem mais confortável sem lidar com a segurança.

 

 Ex-ministro do STF,  respeitado jurisconsulto, Ricardo Lewandowsky, tornado Ministro da Justiça e Segurança, logo deparou-se com algo que  parecia comum, a fuga de dois bandidos presos. Mas, era a primeira fuga ocorrida no sistema de presídios federais, e tornou-se logo uma espinha na garganta do cultor do Direito que hesita em chamar preso de bandido e prefere sempre com incompreendida elegância, trata-los como hóspedes de um sistema prisional, os apenados, ou coisa assim.

 Os dois fugitivos, que antes estariam circunscritos a movimentarem-se num raio de não mais de 15 quilômetros, e logo seriam encontrados e devolvidos a um presídio,  desta vez, com os reparos na segurança interna que  antes lhes permitiram evadir-se, de forma cinematográfica, agora, transcorridos mais de 30 dias continuam em lugar incerto e não sabido, em torno do qual rugem tropas de todas as modalidades de Policias, totalizando mais de seiscentos homens, mais do que

 um Batalhão do Exército Brasileiro.

Lá encontram-se agentes da Policia Federal, considerada uma das mais aparelhadas e eficientes do mundo, estão ainda integrantes dos pelotões da Caatinga de alguns estados, experientíssimos nas ações que realizam, homens experimentados da Força Federal, ainda a bem aparelhada Policia Rodoviária Federal, e tropas das Policias militares do Rio Grande do Norte e Ceará  .  Além disso. helicópteros, drones e cães farejadores.

Informações que vazaram, ou oficiais, davam conta de que os dois fugitivos estariam recebendo apoio do Comando Vermelho, uma aterrorizante máfia. infiltrada por todo o país, e até controlando há muitos anos territórios, onde as forças de segurança não chegam.

O mais surpreendente: os dois estariam agora disfarçados, talvez maquiados em algum oculto salão de beleza nas caatingas potiguares.

Assim, baixou o descrédito e a desconfiança sobre a ruidosa operação.

 

 O jurisconsulto Lewandowsky resolveu então fazer uma segunda viagem a Mossoró, para ver de perto o terreno das operações.

Sobrevoou destemido o “ campo de batalha “ e ao descer, fez a tradicional entrevista.

Apesar dos pesares concluiu enfático e confiante: “as operações são exitosas”.

No retorno a Brasília, deveria ser exonerado pelo presidente Lula, ou dar-lhe a opção de ser tão somente um Ministro da Justiça. Para o qual está vocacionado. Segurança é outro terreno onde Lewandowski não consegue pisar.

Qual o motivo do retumbante fracasso, entendido como êxito para o Ministro jurisconsulto?

Ausência de uma linha de comando bem definida, e operacional.

Isso não falta apenas numa operação às pressas organizadas.

É exatamente o que nos falta no plano nacional.

Um comando para mover e liderar todo o sistema de segurança brasileiro, que,  na sua maioria é aparelhado e eficiente. Mas,  lhe falta  um objetivo determinado , e planejamento para  integrar ações de inteligência, coordenar iniciativas, e somar esforços no exercício da força. Sem um sistema integrado agindo nacionalmente, com todas as Policias orientadas pela inteligência , e tendo as Forças Armadas nas fronteiras secas, no mar e no ar, os  comandos, sejam eles vermelhos, negros ou azuis, e que na verdade vestem terno e gravata, continuarão sendo tão exitosos, como  foi  essa operação  desenvolvida por um “ exército”,  contra dois esquálidos fugitivos. O retumbante fracasso de Mossoró.

O jurisconsulto Lewandowski, merece, sem dúvidas, uma discreta Embaixada em Portugal, onde  teria tempo livre para pesquisas na Torre do Tombo,  mexeria em papeis antigos, e escreveria  um livro: As Ordenações Afonsinas e Manuelinas, Uma Exegese.

Nisso, seria exitoso.

 

 

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QUANDO O “TEMPO FECHA “ PARA UM METEOROLOGISTA

Para um metereologista, não foi possível prever sobre ele a tempestade.

 

De um dia para o outro o tempo fechou. Um virtual ciclone extratropical somado a outras anomalias climáticas, irrompeu, como um desastre  na vida até então pacata, discreta e   corriqueira do geógrafo , professor e meteorologista Overland Amaral. Nesse caso, falharam completamente as suas acuradas previsões. Ele, sem consultar equipamentos, apenas recorrendo à sua experiencia de vida,  poderia prever, ou  imaginar um futuro absolutamente tranquilo, sem os solavancos existenciais que a juventude ansiosa, e as vezes repletas de ímpetos , com frequência arrisca-se a vivê-los.

Já na casa dos setenta, Overland dedicava-se ao seu oficio de meteorologista, com o entusiasmo do aposentado, que, há muitos anos, havia trazido para Sergipe um sistema básico de previsão meteorológica, e agora, já lidava com algo mais sofisticado , com a mesma dedicação de quando apenas iniciava.

No dia seguinte estava exonerado das suas funções que exercia em comissão.

Casado com uma jovem mulher, depois de formar no primeiro casamento uma família bonita e com filhos que nele tiveram o exemplo de dedicação aos estudos, de repente, era alvo de um pedido de medida protetiva feito pela ex-mulher.

Aí o mundo desabou. Leva tempo para construir uma reputação , mas,  em um minuto ela pode ser posta abaixo, e dificilmente será reconstruída. Quando o fato real ou suposto acontece, as manchetes são fartas. Depois, se houver prova de inocência, as noticias serão sovinas, e raras.

Sem deixar de manter a integral defesa dos direitos inafastáveis da mulher, agora, em processo de libertação, depois de séculos de jugo masculino, as vezes, é de bom alvitre, até de concessão à dúvida, que em todos os casos se busque o conteúdo sólido da verdade. Ou, de pelo menos , um rastro visível dela, aquela senhora, com a qual tanto lidaram os sábios filósofos  da antiguidade clássica, sem conseguir  enxergá-la por inteiro, a veritas dos latinos, a alithis, dos gregos.

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